O que você faz pela sua comunidade? O que você poderia mudar na rotina do seu bairro? Quais atitudes suas poderiam tornar a vida em sociedade mais agradável, saudável e sustentável?
Se essas perguntas já rondaram a sua mente e, mesmo assim, você não sabe por onde começar, vamos apresentar um caminho. Um caminho não tão novo, mas com muito potencial e ótimos exemplos aplicados. Um caminho transformador, transmutável e transitável. Um caminho real! Vamos explorar as Transition Towns – ou, cidades em transição.
Em 2004, o professor e entusiasta da permacultura Rob Hopkins cunhou o conceito de Transition Towns, em uma abordagem radical: criar sociedades totalmente independentes de combustíveis fósseis. Conhecido por muitos como o gigante gentil do movimento verde, Rob propôs reflexão complexa sobre as mudanças climáticas e estruturou o que seria o modelo de ideal de cidade.
A partir de uma vivência prática, na cidade de Totnes, na Inglaterra (falaremos dela mais adiante), o inglês passou a promover debates e lançou a versão piloto de uma cidade plenamente sustentável. É claro que sua ideia ganhou o mundo!
Por meio de suas experiências práticas, Rob elencou o que seriam os 12 conceitos básicos que considera como iniciativas de transição. A partir dessas dicas, cada cidade possa adaptar ações ao seu cenário, abrindo os olhos para questões reais e cotidianas. São elas:
Esses passos devem estar baseados nos três R’s que guiam o conceito das cidades em transição: a Relocalização, a Regeneração e a Resiliência. Essa última tem papel essencial na constituição de uma Transition Town: é a capacidade de suportar o choque do lado de fora e seguir firme em seus ideais, acreditando nos pequenos resultados. Um desafio e tanto no mundo em que vivemos, certo?
Nessa conferência TED com Rob Hopkins, você pode conhecer ainda mais o conceito das cidades em transição.
Justamente motivados pela resiliência, os agentes das mudanças de transição tomam uma visão realista, mas positiva do que vem pela frente. Diante de previsões apocalípticas para os próximos anos, acreditam fortemente que a ação transformadora de comunidades e o trabalho árduo podem mudar muito as estatísticas.
São muitas as vantagens de implantar o modelo de transição, mas podemos destacar quatro delas:
“Um movimento de comunidades unidas para reimaginar e reconstruir o mundo”. É assim que a Transition Towns Network denomina seu trabalho. E, se esse objetivo parece utópico ou ousado, saiba que mais 1400 comunidades, em mais de 50 países, já estão colocando a mão na massa para fazer acontecer.
Recuperar a economia, incentivar o empreendedorismo, repensar os modelos de trabalho e tecer conexões fortes são apenas alguns dos resultados já alcançados, tanto em espaços pequenos como escolas e vilas, quanto em grandes bairros e cidades inteiras. Este, aliás, é o caso da pioneira Totnes.
A cidade do futuro. Não há melhor maneira de definir o primeiro município realmente em transição. Como citado anteriormente, Totnes, localizada na região sul da Inglaterra, foi cenário para Rob Hopkins aplicar todos os conceitos originários das Transition Towns.
Rob mudou-se com a família para a região em 2005 e detectou algo importante: a alta dependência de combustíveis fósseis. A partir desse cenário criou diretrizes de mudança e estipulou um objetivo: até 2030, a cidade deve utilizar apenas recursos renováveis, deve ter seus hábitos de consumos voltados somente para o local e deve instituir a educação das novas gerações como peça-chave.
Os resultados já podem ser notados e a prática deu tão certo que serve de inspiração para muitos outros lugares. Inclusive, a criação de um artefato para estimular a economia local, a Libra de Totnes (dinheiro fictício), é levado como exemplo a ser aplicado em comunidades que precisam movimentar a produção interna – e, claro, diminuir o consumo de energia e transportes.
Se você pensa que iniciativas como a de Totnes só acontecem em países da Europa, está muito enganado! Elas podem estar muito mais perto do que você imagina. Quer acompanhar locais onde a transição já está a pleno vapor? A Rede IberoAmericana de treinadores e articuladores da Transition Towns mapeou iniciativas de transformação em toda a América Latina. Vale a pena conferir e pesquisar sobre cada uma delas!
Clique aqui para ver o mapa interativo
E, sim, você pode ver alguns pontinhos coloridos sobre nosso país. Isso porque a iniciativa das cidades em transição também já aterrisou em terras brasileiras e, desde 2009, vem transformando a realidade de alguns bairros e comunidades, principalmente na região sudeste.
O caso de maior destaque é o do bairro de Brasilândia, em São Paulo, composto por mais de 100 favelas. Desde 2010, a produção de hortas e panificadoras comunitárias, cursos de arte, feiras de troca, mutirões de limpeza vêm incentivando, desde então, a conservação do meio ambiente, a geração de renda, a segurança alimentar e a economia solidária. Um exemplo superlegal de seguir!
Se, assim como nós da Wikihaus, você também ficou motivado pela iniciativa das cidades em transição, siga as dicas abaixo para embarcar em uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema.
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