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Em locais sem um bom mobiliário urbano, pensado para tornar melhor a experiência de viver em uma cidade, parece que está todo mundo apenas indo de um ponto a outro. Se você sempre viveu em um lugar assim, pode parecer difícil entender o que há de errado nisso.

 

Mas será que não estamos perdendo nada aí? Será que a rua é somente um espaço de transição até chegarmos em casa, no trabalho ou em estabelecimentos como restaurantes, lojas e shoppings? E o que o mobiliário urbano tem a ver com isso?

O que é mobiliário urbano?

Mobiliário urbano é um conjunto de elementos que são instalados em espaços públicos para cumprir determinada finalidade, idealmente colaborando com a convivência entre as pessoas e tornando a vida na cidade mais organizada e confortável.

 

A função de um elemento do mobiliário urbano pode ser separar e orientar a circulação de pedestres e veículos, oferecer áreas de descanso e lazer, embelezar a paisagem urbana, proporcionar serviços de utilidade pública, sustentar peças de comunicação, entre tantas outras.

 

Por isso, a lista de itens que podem ser considerados mobiliário urbana é extensa: desde bancos e áreas de descanso até pontos de ônibus, passando por postes de iluminação, canteiros e lixeiras.

Por que é importante falar em mobiliário urbano?

O mobiliário urbano de uma cidade diz muito sobre a maneira como ela é pensada. Infelizmente, ainda prevalece em muitos lugares a ideia de que o mais importante é pensar em estruturas para o tráfego de veículos automotores: ruas, avenidas, sinalização, semáforos, rótulas, viadutos…

 

E quanto aos pedestres? Constrói-se passarelas e pinta-se faixas de pedestre para que eles possam atravessar em segurança de um lado para o outro da via. Mas e depois disso?

 

Em cidades humanas, existe a preocupação com o bem-estar do cidadão depois que ele atravessa a rua e chega no passeio público. Será que ele encontra um ambiente convidativo, bom de circular e até mesmo de passar algum tempo desfrutando do ar livre?

 

Felizmente, não faltam bons exemplos no mundo de mobiliários urbanos inovadores, pensados para que as pessoas aproveitem mais a cidade onde vivem e se sintam à vontade para caminhar por ela.

 

A seguir, você conhece algumas dessas criações. Procuramos diversificar a lista, para apresentar soluções em vários tipos de elementos do mobiliário urbano.

9 exemplos positivos de mobiliário urbano pelo mundo

Bancos para ter onde sentar

Em Dandenong, subúrbio da cidade australiana de Melbourne, a Lonsdale Street foi totalmente revitalizada. Além das árvores, o destaque fica para os vários bancos de madeira instalados no passeio público, que convidam as pessoas a sentarem e tornam a avenida muito mais viva.

mobiliario-urbano-lonsdale-street

Luz e sombra

Em Jerusalém, o calor incomoda bastante. Na Vallero Square, um espaço que fica em frente ao Mahane Yehuda Market (local de grande circulação de pessoas), foram instaladas essas incríveis estruturas em forma de flor, que abrem ou fecham, dependendo da estação e da hora do dia.

 

Quando está quente, as pétalas abertas fornecem sombra para quem quiser sentar e aproveitar a praça. À noite, as lâmpadas das flores fornecem luz artificial para tornar o local mais convidativo aos pedestres.

mobiliario-urbano-vallero-square

Incentivando o uso da bicicleta

Na capital americana Washington, D.C., tiveram uma ideia muito legal: aproveitar parquímetros velhos para fazer bicicletários — estruturas onde os ciclistas podem “estacionar” e prender o cadeado em suas bicicletas. Além de reaproveitar o equipamento, incentiva o uso desse meio de transporte sustentável.

mobiliario-urbano-bicicletario

Cobertura contra o sol

O Metropol Parasol é ao mesmo tempo uma estrutura que oferece conforto térmico aos transeuntes por filtrar a luz do sol e um ponto turístico. Desenvolvido pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann, é uma obra monumental que fica na Plaza de La Encarnación e é considerada a maior estrutura construída em madeira do mundo.

mobiliario-urbano-parasol

Ponto de ônibus criativo

Outra estrutura de madeira que chama a atenção é esse ponto de ônibus em Baltimore, nos Estados Unidos. Trata-se de um grande letreiro que forma a palavra BUS (“ônibus” em inglês). Além de permitir que as pessoas sentem nas partes vazadas das letras, é um local onde muitos param para tirar fotos.

mobiliario-urbano-ponto-onibus

Iluminação elegante e minimalista

Mais uma vez o High Line — parque elevado construído sobre uma antiga linha férrea em Manhattan — figura em uma lista aqui do blog. Dessa vez, por conta da solução que os designers encontraram para iluminar o local à noite: com lâmpadas instaladas embaixo dos bancos, sem precisar instalar postes, que dariam uma carga visual maior ao lugar.

mobiliario-urbano-iluminacao

Lixeiras inteligentes

Fechamos a lista com mais um bom exemplo de mobiliário urbano vindo da Austrália: as lixeiras Bigbelly. Elas compactam automaticamente o lixo jogado dentro delas, oferecendo uma capacidade até oito vezes maior que uma lixeira de rua comum. Como se não bastasse, as engrenagens funcionam por meio de energia solar e a lixeira está integrada com um sistema inteligente de coleta.

mobiliario-urbano-big-belly

Convivência e diversão

O parque Discovery Green, em Houston, Estados Unidos, recebeu em 2016 uma instalação temporária que era ao mesmo tempo mobiliário e parque de diversões. Foram 20 estruturas chamadas Los Trompos, inspiradas nos piões mexicanos, estimulando as brincadeiras, a convivência e a alegria no local.

mobiliario-urbano-los-trompos

Porto Alegre também está na lista

Em Porto Alegre, um exemplo legal de mobiliário urbano criativo está na Rua da Cultura, inaugurada no campus da PUCRS em junho de 2018. Ela faz parte de um movimento que pretende criar um novo polo cultural e gastronômico para a cidade.

 

O mobiliário do local conta com decks, arquibancadas e o assento em forma de rede, como ilustra a foto abaixo. Tudo estimular a convivência não apenas entre a comunidade acadêmica, mas na população de Porto Alegre em geral.

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PUCRS inaugurou um bom exemplo de mobiliário urbano pensado para o conforto das pessoas. Foto: Camila Cunha

 

Já pensou como seria a sua cidade com mais soluções como essas no mobiliário urbano? Se você gostou do artigo, compartilhe com seus amigos nas redes sociais e deixe um comentário com sua opinião sobre o assunto.

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Ecodesign nas cidades: pelo meio ambiente e pela qualidade de vida https://wikihaus.com.br/ecodesign-nas-cidades-pelo-meio-ambiente-e-pela-qualidade-de-vida/ https://wikihaus.com.br/ecodesign-nas-cidades-pelo-meio-ambiente-e-pela-qualidade-de-vida/#respond Thu, 08 Nov 2018 14:00:55 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=51720 O ser humano depende de recursos naturais para sobreviver. Alguns desses recursos são renováveis, mas precisam das condições ideais para […]

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O ser humano depende de recursos naturais para sobreviver. Alguns desses recursos são renováveis, mas precisam das condições ideais para que seu ciclo não se encerre. O problema é que o modelo de produção que temos hoje não colabora com essa renovação.

 

O que nos leva a falar sobre o ecodesign, um conceito que hoje não é mais usado apenas na concepção de produtos, mas também para caracterizar alternativas verdes para o planejamento de cidades.

O que é ecodesign?

O ecodesign é a prática de desenvolver novos produtos respeitando princípios da sustentabilidade ambiental, ou seja, sem agredir o meio ambiente. Podemos definir como alguns dos pilares do ecodesign:

 

  • Matéria-prima sustentável: a matéria-prima deve ser obtida por meio da reciclagem ou com a exploração sustentável dos recursos naturais.
  • Cadeia produtiva eficiente: o ideal é usar o menos possível de energia e água na produção e transporte do produto.
  • Durabilidade: um dos grandes problemas ambientais da atualidade é a quantidade de lixo que a humanidade produz. Para não colaborar com essa realidade, o produto precisa durar bastante.
  • Destino: o que acontece quando o produto deixa de ter utilidade? Ele pode ser reciclado ou reutilizado, é biodegradável ou gerará mais resíduos que causam impacto ambiental?

 

Além da sustentabilidade ambiental, o ecodesign também tem a ver com preocupação com a responsabilidade econômica e social. Ou seja, não deve haver lucros abusivos e pessoas sendo exploradas na cadeia produtiva.

Ecodesign nas cidades

O consumo desenfreado e irresponsável já foi bastante problematizado, tanto é que hoje o cenário do mercado é de um público consumidor cada vez mais consciente de seu papel na preservação do meio ambiente. O passo seguinte é levar essa consciência para um plano maior.

 

“Há lugares que estão mesclando o design das cidades e subúrbios com a sustentabilidade ambiental. Que estão lidando com o aquecimento global, equilibrando o transporte, melhorando o design e gerenciando o crescimento urbano”, conta Jonathan Barnett, professor emérito da University of Pennsylvania, no vídeo de apresentação do curso Ecodesign for Cities and Suburbs.

 

Esse é o conceito de ecodesign aplicado às cidades, que propõe encontrar um meio termo entre natureza e desenvolvimento, atacando os problemas que tornam as esses locais disfuncionais, desagradáveis e prejudiciais ao meio ambiente.

ecodesign

O ecodesign, porém, não tem como foco apenas o meio ambiente. O objetivo é utilizar melhor os recursos, com eficiência energética, mas também criar cidades atrativas, boas de morar, com qualidade de vida.

 

O curso Ecodesign for Cities and Suburbs foi criado pela University of British Columbia e pode ser feito online, na plataforma de ensino a distância edX. É totalmente gratuito — para obter o certificado, no entanto, é preciso pagar US$ 99.

 

Segundo os professores, cada um pode — e deve — fazer a sua parte: profissionais do design, governo, empresários, estudantes e demais cidadãos. O curso se propõe a apresentar inspirações concretas e ideias específicas para ajudar o aluno a partir para a ação.

Exemplos de ecodesign nas cidades

Não faltam, mundo afora, bons exemplos de iniciativas que utilizaram os conceitos do ecodesign para tornar as cidades mais sustentáveis e agradáveis. Confira, a seguir, alguns deles.

Conselho Colombiano de Construção Sustentável (CCCS) — Bogotá

A Colômbia tem sido um grande exemplo para a América Latina na maneira como tem trabalhado para melhorar suas construções e aumentar a eficiência energética, e o CCCS lidera esses esforços. Desde 2009, o conselho faz parte do World Green Building Council.

 

Atualmente, Bogotá planeja seu novo plano diretor, para os próximos 12 anos, com a meta de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 32% nas novas construções. Um projeto de ecodesign interessante em andamento são os prédios do complexo Elementos, feitos com material reciclado, painéis solares e telhados verdes.

elementos

Telhados e paredes verdes em São Paulo

É consenso entre todos que moram ou já visitaram a maior metrópole do Brasil: São Paulo é uma cidade muito cinza e pouco verde. Mas há iniciativas discretas que, embora não façam parte de um plano maior de disseminação da sustentabilidade, devem ser destacadas, como os edifícios com telhados verdes e jardins verticais.

 

Essa cobertura vegetal ajuda na purificação do ar notadamente poluído da capital paulista. Seu maior benefício, porém, é funcionar como um eficiente e natural isolante térmico, que reduz o gasto de energia com ar condicionado.

 

Um exemplo conhecido de telhado verde é o Edifício Conde Francisco Matarazzo, no Vale do Anhangabaú (centro). Também encontramos prédios com esse tipo de cobertura nas avenidas Faria Lima e Paulista, na Marginal Pinheiros e na Vila Madalena.

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Edifício Matarazzo, em São Paulo. Foto: Diego Torres Silvestre

Hammarby Sjöstad — Estocolmo

O Hammarby Sjöstad é uma região no sul de Estocolmo, capital da Suécia, que passa por um projeto de desenvolvimento urbano. É um dos principais exemplos de ecodesign em cidades da Europa e do mundo.

 

Antigamente, Hammarby Sjöstad era uma área industrial. Começou a ser reconstruída como bairro sustentável em 1993 e hoje está se tornando praticamente uma ecocidade. O plano integrado da localidade tem regras para novas construções, coleta de lixo, esgoto, uso da água e transporte. E a meta de reduzir em 50% o consumo de eletricidade.

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Foto: Anders Andermark/Flickr

Battery Park City — Nova York

A Battery Park City é uma área construída sobre o rio Hudson que integra a ilha de Manhattan, em Nova York. A área é conhecida pela vista do rio e por seus edifícios sustentáveis.

 

Um deles é o The Solaire, o primeiro grande edifício residencial americano desenvolvido com critérios de sustentabilidade. Ele é equipado com sensores de iluminação e climatização que permitem um uso mais inteligente de energia — o prédio consome 35% menos do que o máximo permitido pela lei.

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Prédio The Solaire, em Manhattan. Foto: Payton Chung

 

E você? O que pensa sobre os conceitos e iniciativas relacionadas ao ecodesign? Esperamos que, dentro de alguns anos, elas deixem de ser exemplos especiais e se tornem um padrão nas construções e projetos de urbanização. Deixe um comentário com a sua opinião.

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Conheça o High Line em NY: exemplo de colaboração e espaço público de qualidade https://wikihaus.com.br/conheca-o-high-line-em-ny-exemplo-de-colaboracao-e-espaco-publico-de-qualidade/ https://wikihaus.com.br/conheca-o-high-line-em-ny-exemplo-de-colaboracao-e-espaco-publico-de-qualidade/#comments Fri, 05 Oct 2018 18:39:13 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=51641 Quando há um lugar abandonado na sua cidade, muita gente pensa apenas em evitá-lo. É como se aquela área deixasse […]

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Quando há um lugar abandonado na sua cidade, muita gente pensa apenas em evitá-lo. É como se aquela área deixasse de existir. Até o dia que alguém compra o terreno, derruba o que ainda está em pé e construa algo novo no lugar.

 

Quantas vezes você viu esse roteiro acontecendo perto de onde você mora? E o resultado muitas vezes é a construção de uma torre espelhada de imóveis corporativos.

 

Nada contra, o problema é que, não raro, acaba-se perdendo uma grande oportunidade de criar um lugar de convivência para população. Iniciativas que tornam as cidades mais humanas e melhoram a qualidade de vida nesses locais.

 

No texto sobre a ressignificação do espaço público abordamos essa questão e citamos o High Line — um parque construído em uma antiga ferrovia elevada em Nova York — como um dos exemplos em que o conceito foi aplicado.

 

A ideia da sua criação e o modo como ela foi executada são tão legais e tão exemplares que o High Line merece um texto à parte.

 

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High Line é uma das principais atrações turísticas de Nova York. Foto: Iwan Baan

Uma Nova York mais humana

A ilha de Manhattan, na cidade de Nova York, é a área com a maior densidade demográfica nos Estados Unidos. Com prédios de todos os tamanhos, de ponta a ponta, é a verdadeira selva de pedras — exceto pelo Central Park, um oásis verde no meio da ilha de concreto.

 

Nos últimos anos, porém, o poder público promoveu várias alterações na paisagem urbana de Manhattan. Com simples mudanças no mobiliário urbano — em iniciativas como a “pedestrização” da Times Square —, a cidade tem se tornado mais humana, com mais espaço para ciclistas e pedestres e menos para carros.

 

Certamente a criação do High Line contribuiu bastante para essa mudança de mentalidade.

História do High Line

O local fica em uma linha férrea que passa por cima de ruas e avenidas e entre prédios no bairro de Chelsea. A partir de sua desativação, em 1980, a ferrovia passou a se degradar e servir como área de prostituição e tráfico e consumo de drogas.

 

Até que Joshua David e Robert Hammond, moradores da vizinhança, perceberam ali um potencial muito grande e criaram a organização sem fins lucrativos Friends of the High Line, em 1999.

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Ferrovia elevada foi desativada em 1980. Foto: Kalmbach Publishing Company

A instituição passou a promover campanhas para a preservação da antiga linha férrea e transformação em um espaço público, aberto, convidativo a toda a população. Em 2003, foi criada uma competição que recebeu 720 ideias de como a ferrovia poderia ser utilizada, o que contribuiu para dar visibilidade à causa.

 

Em 2004, o então prefeito Michael Bloomberg engajou-se na causa e, junto com o conselho da cidade (City Council, órgão equivalente à nossa Câmara de Vereadores), tomou medidas para facilitar o uso do High Line como um parque público.

 

Em 2005, a empresa CSX Transportation, proprietária da ferrovia, doou a estrutura à cidade de Nova York e, em 2009, o primeiro trecho do parque foi aberto ao público. O projeto foi desenvolvido por três empresas de arquitetura e design.

Parque é atração turística imperdível

Desde então, outros trechos da ferrovia foram abertos ao público. Hoje, o parque High Line percorre 19 quadras, totalizando 2,3 quilômetros. É como se fosse um calçadão suspenso, com design moderno, bancos, lixeiras, gramados e mais de 500 espécies de plantas e árvores.

 

Em um ponto, os visitantes têm uma bela vista do Rio Hudson. É um passeio imperdível, tanto que se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade que está entre as mais visitadas no mundo.

 

A manutenção, operação e gestão da agenda do local são feitas pela Friends of the High Line, em parceria com o Departamento de Parques e Recreação de Nova York. Na programação do parque estão atrações e performances artísticas dos mais variados tipos, abertas a todos e sempre com o engajamento da comunidade local.

 

Hoje, o High Line é, sem dúvida alguma, um ícone do urbanismo contemporâneo, que inspira iniciativas no mundo todo. Quer fazer um passeio virtual pelo parque? Navegue abaixo pelas imagens do Google Street View e imagine como seria percorrer a antiga via férrea pegando um sol e apreciando um bom chimarrão.

 

Faça a sua parte

Acorda, toma café da manhã, faz seu ritual de higiene, pega o carro, vai para o trabalho e, terminado o expediente, pega o carro novamente, volta para casa e descansa. Se quiser fazer um exercício, usa a academia do condomínio.

 

Essa é a rotina de muita gente, que acaba passando muito tempo no trânsito e pouco tempo aproveitando o ar livre. Você acha que isso é saudável?

 

Não é segredo para ninguém que sair para caminhar, encontrar outras pessoas e ter contato com o verde é uma receita infalível contra o estresse e, consequentemente, em benefício da saúde.

 

A mudança nesse estilo de vida passa pela existência de espaços públicos de qualidade. O que não é responsabilidade exclusiva do poder público. A Friends of the High Line, por exemplo, foi criada por dois membros da sociedade civil, sem cargos na administração municipal de Nova York.

 

Quer transformar a sua cidade? Então pense no que você mesmo pode fazer para alcançar esse propósito. Um bom ponto de partida é a leitura deste artigo sobre empoderamento coletivo, em que mostramos como criar um plano de ação e promover transformações positivas.

 

Você já conhecia o High Line? O que achou? Caso tenha alguma dúvida sobre o assunto, deixe um comentário abaixo. Não esqueça de compartilhar o conteúdo com seus amigos nas redes sociais 🙂

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Cidades acessíveis para todos https://wikihaus.com.br/cidades-acessiveis-para-todos/ https://wikihaus.com.br/cidades-acessiveis-para-todos/#comments Thu, 23 Aug 2018 19:28:02 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=51465 Quando ouvimos falar em cidades acessíveis, é comum pensar primeiro em pessoas com algum tipo de deficiência. Isso é ótimo, […]

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Quando ouvimos falar em cidades acessíveis, é comum pensar primeiro em pessoas com algum tipo de deficiência. Isso é ótimo, pois geralmente esses são os indivíduos que mais sofrem com ambientes urbanos mal planejados.

 

E não estamos falando de pouca gente: segundo dados de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,2% da população brasileira tem deficiência auditiva, visual, física ou intelectual. Isso equivale mais ou menos a uma em cada 16 pessoas.

 

O que vamos propor aqui, no entanto, é ampliar essa visão, pensar em cidades acessíveis para todos. Não se trata de menosprezar a luta de cadeirantes, cegos e outros, mas sim de não deixar ninguém de fora.

 

Uma pessoa com autismo, por exemplo, pode ter hipersensibilidade a sons, luzes e movimento. Se a cidade onde ele vive tem poluição sonora e visual, trata-se de um ambiente pouco convidativo e, por que não, pouco acessível.

 

Mas será que o autismo está na lista de deficiências intelectuais? É aqui que queremos chegar: não importa. Para o debate sobre as cidades acessíveis, tanto faz. O que interessa é que a pessoa com autismo tem o direito de viver em uma cidade acolhedora, como qualquer um.

 

No fim, todo mundo é beneficiado: pessoas com deficiência, idosos, pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com estatura reduzida, pedestres em geral e até mesmo motoristas, pode acreditar. Porque a cidade acessível tem mobilidade, melhor sinalização e infraestrutura de trânsito, o que torna o tráfego de veículos muito mais organizado e seguro.

escada

Escadarias como essa são grandes obstáculos para cadeirantes quando não há outra opção.

O que caracteriza as cidades acessíveis

As cidades acessíveis são aquelas que ajudam — e não dificultam — a locomoção das pessoas. Que estimulam a interação entre a cidade e a população. São mais agradáveis e convidativas, menos opressivas.

 

Para ajudar na definição, podemos pegar emprestados os critérios do prêmio Access City Award, concedido pela União Europeia às cidades com mais disposição, capacidade e esforços para se tornarem mais acessíveis.

 

São premiadas as cidades que garantem acesso igual a direitos fundamentais, melhoram a qualidade de vida de sua população e asseguram que todo mundo — independentemente de idade, mobilidade ou capacidade — tenha igual acesso a todos os recursos e prazeres que a cidade tem a oferecer.

 

Esse tipo de definição, embora seja subjetivo, é mais completo do que normas, que nem sempre dão conta de todas as variáveis que tornam uma cidade realmente acessível. Ainda assim, é claro que as normas são muito importantes.

 

No Brasil, é a NBR 9050, da ABNT, que trata do tema acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

 

Para sermos um pouco mais objetivos, podemos citar as escadas, passeio público estreito e esburacado, meio-fio sem rampa e portas-giratórias como alguns dos principais obstáculos enfrentados por pessoas com deficiência em ambientes públicos e privados.

 

As cidades acessíveis, por outro lado, estão repletas de rampas de acesso, elevadores, corredores mais largos, transporte público adaptado, piso tátil, sinalização em braille, avisos sonoros, assentos para pessoas com obesidade e outros recursos que tornam os ambientes mais inclusivos.

piso-tatil

O piso tátil é muito importante para ajudar na locomoção das pessoas com deficiência visual.

Cidades mais acessíveis do Brasil

O Brasil ainda tem muita coisa para melhorar em termos de acessibilidade. Mas por que não focar no impacto positivo do que já foi implantado com sucesso? O site do governo brasileiro já destacou alguns dos principais exemplos, que mostramos a seguir.

São Paulo (SP)

Maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo, São Paulo ganha destaque na lista por conta de atrações como o Memorial da América Latina e o Museu do Futebol, que contam com áudio-guias, totens em braille, maquetes táteis, imagens em relevo, piso tátil e acesso para cadeirantes.

Rio de Janeiro (RJ)

A Cidade Maravilhosa se tornou uma das referências desde que sediou as Paralimpíadas, em 2016. Foram investidos R$ 75 milhões em obras de acessibilidade. Hoje, o turista com deficiência pode acessar sem problemas atrações como o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor.

Salvador (BA)

A primeira capital brasileira tem muita história, mas soube se adaptar aos tempos modernos. O centro histórico da cidade, patrimônio cultural da humanidade, agora tem guias rebaixadas, rampas e elevadores, recursos que tornam possível transitar pelas famosas escadarias e ladeiras de Salvador.

Foz do Iguaçu (PR)

Com as maravilhosas Cataratas do Iguaçu, Foz reúne multidões de turistas de todos os cantos do mundo e é pioneira no turismo de inclusão no país. É um dos destinos com maior número de pontos turísticos acessíveis.

Uberlândia (MG)

Não são apenas as cidades turísticas que são adaptadas para terem maior acessibilidade. Uberlândia não consta na lista do site do governo brasileiro, mas não poderia ficar de fora por ser talvez a principal referência em acessibilidade no Brasil.

 

Com 600 mil habitantes, a cidade possui rampas de acesso em todas esquinas, tanto no centro quanto nos bairros, piso tátil por tudo e uma frota com 100% dos ônibus com elevadores para cadeirantes. Qualquer projeto para uma nova rua, prédio ou loteamento só é aprovado se tiver um plano de mobilidade.

Exemplos de cidades acessíveis pelo mundo

Para seguir melhorando nossas cidades, que tal ficar de olho em exemplos legais de outros países?

Chester (Inglaterra)

A cidade britânica de Chester venceu o Access City Award em 2017 e se tornou um grande case para a Europa por ter transformado um centro histórico bastante antigo em um ambiente totalmente acessível. Permite ao viajante não apenas visitar o lugar, mas também conferir cada pequeno detalhe.

Londres (Inglaterra)

Ainda na Inglaterra, Londres sempre foi uma cidade pioneira em sua milenar história. Em 1995, foi aprovada lá uma lei que declara crime a discriminação contra pessoas com necessidades especiais.

 

Hoje, mesmo com uma malha ferroviária centenária, a maioria das estações do metrô têm adaptações — e pessoas com deficiência não pagam pelo transporte público.

londres

Liubliana (Eslovênia)

Além de ser uma das cidades mais sustentáveis do planeta, Liubliana possui ônibus modernos, com sinais de aviso sonoro e visual para pessoas com deficiência visual e auditiva. Nos pontos, há painéis em braille.

 

O principal local turístico da cidade, o Castelo de Liubliana, é adaptado. No centro, é possível se deslocar com os Kavalir, pequenos veículos elétricos que transportam passageiros gratuitamente.

Dubai (Emirados Árabes Unidos)

Como é uma cidade moderna, a maioria dos prédios, restaurantes e atrações de Dubai têm ótima acessibilidade para cadeirantes. Seu sistema de metrô é livre de barreiras para pessoas com mobilidade reduzida e se conecta ao aeroporto.

 

Aeroporto que, aliás, é um dos melhores do mundo no quesito acessibilidade, com salas de espera acessíveis, triagem acelerada e filas exclusivas para cadeirantes.

Melbourne (Austrália)

O sistema de transporte público de Melbourne é altamente acessível. Além disso, a grande maioria dos pontos turísticos da cidade são desenvolvidos para que todos possam apreciar do mesmo jeito. Na Ilha Phillip, por exemplo, existe um mirante totalmente acessível para cadeirantes.

 

E para você, o que torna uma cidade acessível? Reflita sobre o que você pode fazer para contribuir. Se você gostou do conteúdo, compartilhe o artigo com seus seguidores nas redes sociais.

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Ressignificando o espaço público https://wikihaus.com.br/ressignificando-o-espaco-publico/ https://wikihaus.com.br/ressignificando-o-espaco-publico/#comments Thu, 19 Jul 2018 13:49:54 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=51344 A palavra “público” é relativa a população, ao povo, ou a algo que pertence a todas as pessoas. A partir […]

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A palavra “público” é relativa a população, ao povo, ou a algo que pertence a todas as pessoas. A partir daí, concluímos que um espaço público é aquele de posse coletiva, destinado ao uso comum.

 

Todas as cidades, independentemente de seu tamanho e porte econômico, estão cheias desses espaços, por onde seus cidadãos e visitantes circulam livremente.

 

O problema é que muitos desses lugares são negligenciados pelo poder público, planejados para atender a interesses individuais em vez de coletivos ou construídos para os automóveis, não para pedestres.

 

Entre os urbanistas mais respeitados do mundo, é consenso de que esse formato torna as cidades menos humanas. Mas ao mesmo tempo em que o modelo é chamado de antigo e obsoleto, podemos considerá-lo recente sob uma perspectiva histórica.

 

Antes da popularização dos automóveis (cujo marco é o lançamento do Ford T, em 1908), os projetos urbanísticos do mundo inteiro privilegiavam as pessoas, com amplas áreas centrais destinadas à convivência do povo. Afinal, não faria sentido nada diferente disso.

 

Então, quando falamos em ressignificar o espaço público, é um pouco sobre retomar essa maneira de aproveitar a cidade.

Iniciativa e colaboração

Podemos definir o urbanismo como um conjunto de práticas que tem como objetivo planejar e organizar uma cidade, visando sempre proporcionar as melhores condições possíveis para a vida dos cidadãos.

 

A execução dessas práticas fica a cargo principalmente do poder público municipal, responsável pelo plano diretor, plano de mobilidade urbana e instalação do mobiliário urbano. E por dar o melhor uso possível a espaços públicos como praças, parques e calçadões, por exemplo — além de fazer sua manutenção, claro.

 

Sabemos, no entanto, que nem sempre esse papel é cumprido à risca, seja por falta de recursos, de pessoal ou simplesmente porque não a questão não é tratada como prioridade.

 

Nesses casos, nada impede a população de se mobilizar e, com criatividade e colaboração, assumir para si a tarefa de ressignificar os espaços públicos.

 

Muita gente, em vários lugares do mundo, já entendeu a ideia. O resultado dessa mentalidade foi a criação de iniciativas que tornam as cidades mais humanas. Ou Cidades Para Pessoas, como diz o renomado urbanista dinamarquês Jan Gehl.

Exemplos de transformação do espaço público

A seguir, apresentamos a você alguns exemplos dessas iniciativas que buscam ressignificar o espaço público. Inspire-se e comece a pensar no que você pode fazer pela sua cidade.

Porto Alegre: Estante Pública

Vamos começar com um projeto daqui mesmo. Criado pelo Estúdio Nômade, um bom exemplo de como a ressignificação do espaço público pode surgir da iniciativa privada.

 

A empresa presta consultoria para instituições privadas, públicas e do terceiro setor no desenvolvimento de inovação para o bem comum, utilizando ferramentas do design estratégico e psicologia sistêmica.

 

O primeiro projeto com a marca da Nômade foi o Estante Pública: a instalação de prateleiras com livros (para a população se servir) em paradas de ônibus de Porto Alegre, no lugar dos painéis publicitários.

 

As estantes também vinham com um manual de instalação, para serem multiplicadas por outros cidadãos de forma independente, o que realmente aconteceu. O projeto encerrou com a troca do mobiliário urbano pela prefeitura.

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São Paulo: Rua Lopes Chaves

Às vezes é difícil desenvolver um projeto permanente, de ocupação diária de um espaço público ocioso. Porém mesmo iniciativas eventuais já ajudam bastante, principalmente porque criam, na população local, o sentimento de que aquele lugar poderia ser melhor aproveitado.

 

Podemos dizer que esse é o caso da Rua Lopes Chaves, localizada no bairro Barra Funda, São Paulo. No ponto em que a via dá de cara com os trilhos do trem, há um beco sem saída.

 

Geralmente, o espaço é frequentado por usuários de crack e moradores de rua. Mas a população da vizinhança se une anualmente para realizar um evento com bastante arte, comida e cervejas artesanais. Inicialmente, o projeto era chamado de Beco Beer Festival, depois de Babylon By Beco.

 

Hoje, conta com a parceria do Subcentro, um movimento coletivo que busca ressignificar uma área que abrange, além da Barra Funda, parte dos bairros Campos Elíseos e Bom Retiro.

 

Quanto à população de rua, a intenção não é expulsá-los do local, mas sim reduzir os danos. Eles são convidados a trabalhar no evento para que, quando a região for valorizada, possam ser contratados pelos comerciantes e não expulsos, como explicou um dos integrantes do Subcentro ao Hypeness.

Rio de Janeiro: Coletivo Trama

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Evento do coletivo Trama na Praça do Índio, no Rio de Janeiro.

O coletivo Trama foi idealizado por cinco estudantes do curso de Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Surgiu primeiro com a ideia de criar uma plataforma digital para facilitar conexões em rede (a Trama.cc).

 

Depois, o grupo viu a necessidade de botar a cara na rua e criar um coletivo, no moldes atuais, promovendo iniciativas criativas e colaborativas de ocupação dos espaços públicos. Sempre procurando a conexão e mobilização de pessoas comuns.

 

Além de eventos colaborativos, o coletivo desenvolve projetos como cursos criativos, oficinas inovadoras e intervenções interativas.

Nova York: High Line

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Parque elevado High Line, em Manhattan. Foto: Amelia Holowaty Krales

Há casos em que a mobilização coletiva para a ocupação e ressignificação de um espaço público dá tão certo que acaba criando uma atração turística.

 

É o caso do High Line, um parque criado em uma antiga ferrovia elevada que percorre 19 quadras no bairro de Chelsea, em Manhattan.

 

Uma espécie de calçadão suspenso, passa por cima de ruas e por dentro de prédios. Contém árvores, gramados, bancos com design moderno, lixeiras, exposições de arte e um ponto com uma bela vista do Rio Hudson.

 

Hoje, é um ícone da arquitetura contemporânea. Mas nem sempre foi assim, e é por isso que o local é um dos melhores exemplos que temos de ressignificação do espaço público em todo o planeta.

 

Após a desativação da ferrovia, em 1980, o lugar passou a se degradar e servir como ponto de prostituição e uso de drogas.

 

A partir dos anos 2000, Joshua David e Robert Hammond, moradores da vizinhança, criaram a organização sem fins lucrativos Friends of the High Line e se empenharam em uma campanha para a preservação e reutilização do viaduto como espaço público aberto.

Qualidade de vida e segurança

Transformar e ocupar lugares pouco frequentados em ambientes de convivência da comunidade é uma questão de qualidade de vida, e geralmente as pessoas não têm dificuldade para perceber isso.

 

Só que vai muito além disso: é também uma questão de segurança. Antes do policiamento ostensivo e das câmeras, o que torna uma região segura é a sua ocupação.

 

Sabe de outras iniciativas de ressignificação do espaço público que têm a ver com o que falamos aqui? Deixe um comentário abaixo falando sobre elas.

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Analfabetismo urbanístico: por que você deve pensar sobre isso? https://wikihaus.com.br/analfabetismo-urbanistico-por-que-voce-deve-pensar-sobre-isso/ https://wikihaus.com.br/analfabetismo-urbanistico-por-que-voce-deve-pensar-sobre-isso/#respond Sun, 11 Feb 2018 16:58:57 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=50389 Nós vivemos a cidade, todos os dias. A cidade é uma espécie de palco, onde a vida acontece. Você já […]

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Nós vivemos a cidade, todos os dias. A cidade é uma espécie de palco, onde a vida acontece. Você já refletiu, por exemplo, sobre os lugares que estão ao seu redor? Já parou para pensar que a cidade vai muito além dos limites do seu pátio, do seu prédio? Promover debates sobre o lugar onde se vive, ser protagonista da mudança e assumir que cada atitude pode influenciar o todo é uma forma de combater o que chamamos de analfabetismo urbano.

 

E não, isso nada tem a ver instrução ou escolaridade! Tem a ver com percepção, com transformação e com a sensibilização de que olhares precisam mudar. Vamos entender o motivo?

 

É tudo uma questão de olhar ao redor (e ir além disso)

O quanto você é capaz de observar o local onde vive? Tem insumos e informações suficientes para saber onde atuar e quais impactos têm suas atitudes? O termo analfabetismo urbanístico tem ganho cada vez mais popularidade, principalmente no meio acadêmico e em painéis sobre urbanismo ao redor do mundo. Isso motivado, principalmente, pela consolidação de movimentos em prol da sustentabilidade, economia colaborativa e cidades inteligentes. Mas, não só e apenas isso: a questão chega em um momento de quase colapso das grandes cidades, que sofrem com problemas de saneamento, subutilização de espaços públicos, tratamento de resíduos e mobilidade – citando apenas alguns, claro.

 

Poderíamos pensar de forma apocalíptica, acreditar que nada disso mudará e que uma transformação revolucionária demoraria décadas para ganhar forma. É esse pensamento, aliás, que nos leva a discutir sobre o analfabetismo urbanístico: o fato de achar que a atitude individual não é capaz de impactar, a ideia falsa que coloca apenas parte da cidade como o todo.

 

 

Você é muito mais do que os espaços que utiliza, sua cidade é muito além da sua própria casa. E essa consciência é apenas parte do processo de atuar sobre a cidade. Não olhar ao redor é uma prática quase unânime nas grandes cidades. Não conhecer a história da terra onde se vive e até os próprios vizinhos são dramas que os especialistas em analfabetismo urbanístico reiteram como primordiais para se superar questões mais graves.

 

Sem mesmo entrar em questões políticas, como a falta e falência de planos diretores sustentáveis, e mesmo políticas públicas embasadas e aplicáveis, é interessante pensarmos em como cada um de nós, cidadãos com direitos, mas também com deveres, pode ter uma participação ativa no combate a esse tipo de desinformação urbana. Seja no papel de cobradores das autoridades públicas, seja na frente de atuação diária, onde se coloca a mão na massa para fazer a mudança, como moradores de uma cidade ou bairro, temos inúmeras possibilidades de fazermos a diferença (e não só e apenas como exercício filantrópico, mas pensando em nosso próprio bem-estar).

 

O conceito de analfabetismo urbanístico aparece com o intuito de reflexão sobre o ato de habitar e demonstração de que até as simples atitudes são importantes para a melhora. Quer saber como?

 

Comece respondendo algumas perguntas

Se o assunto é informação (ou falta de), precisamos começar levantando algumas perguntas para verificar nosso nível de conhecimento sobre a própria realidade. Pronto para testar?

 

  • Onde o lixo que você produz vai parar? Como é feita essa coleta? Como você organiza seus resíduos hoje?
  • Como você se locomove diariamente? Como é seu trajeto do trabalho/estudo para casa? Há muito engarrafamento? Se você não usa transporte público, por que não o faz? Se você usa, o que poderia melhorar nele?
  • Quais são e como são os espaços públicos da sua cidade/bairro? Existem praças, prédios históricos, ciclovias? Eles estão sendo ocupados ou estão abandonados? São seguros? Com que frequência você os frequenta?
  • Como é o sistema de saneamento básico na região onde você vive? É bom, deixa a desejar? E nas regiões próximas a você? Você sabe se todas as pessoas da sua cidade/bairro tem acesso a água encanada e esgoto, por exemplo?
  • Como está a limpeza da sua rua? Você encontra muitos dejetos por onde transita? Existem calçadas transitáveis em seu bairro? Em quais ruas você evita trafegar e por qual motivo?
  • Existe alguma espécie de plano diretor no local onde você vive? Existe planejamento urbano? Já esteve presente em alguma ação participativa relacionada a orçamento ou revitalização do local onde vive? O que as autoridades locais têm feito pelo seu bairro? Você sabe?

 

Sim, são muitas questões a serem respondidas. Se você não consegue encontrar todas as respostas de cabeça, sem nenhum tipo de pesquisa, certamente não está sozinho. Mas, pode começar a fazer diferente. Não se trata de perda de tempo, mas de investimento na qualidade de vida e na herança para as próximas gerações.

 

Renove e inove seu comportamento

Não se trata apenas de investimento monetário e público, devemos investir muito no comportamento da população. Precisamos acreditar que a população se mobiliza, se sensibiliza se ela for tratada como ser inteligente. A partir da reflexão proposta pelas perguntas anteriores e de uma visão ampliada sobre sua região de moradia, é possível tomar ações práticas, que podem vir de diferentes esferas. Começar aos poucos, mudando pequenos atos, é garantir a autenticidade de sua mudança – afinal, nada pode mudar instantaneamente do dia para a noite.

 

Esteja próximo às esferas públicas de sua cidade: exija o que é de direito, denuncie problemas de estruturação pública, compareça em audiências de orçamento participativo, conheça os projetos em aprovação da sua cidade e, claro, vote consciente (sabendo dos projetos de seus candidatos e se informando sobre sua vida pública).

 

Pense no lixo que você produz: separar seus resíduos, reaproveitar materiais e descartar lixos tóxicos em locais apropriados e repensar seu próprio consumo já não são diferenciais. Visite cooperativas de reciclagem, esteja atento a projetos comunitários voltados a descarte de objetos e coopere com a limpeza da via pública (tudo começa com o papel de bala que você evita jogar no chão ou nas necessidades do seu cãozinho que você recolhe).

 

Repense seus trajetos: verifique se não é possível utilizar transportes públicos nos deslocamentos que você faz diariamente. Que tal dar uma boa pedalada de bicicleta para conhecer as ruas próximas a você? Caronas entre amigos ou colegas de trabalho também são uma ótima forma de colaborar positivamente com a sua cidade.

 

Conheça as histórias do seu bairro: pesquise, leia e converse com os moradores mais antigos do lugar onde você mora. Procure saber quem antes morou ali, quais problemas sua região já enfrentou, como o prédio, casa ou terreno que você mora surgiu. Faz sentido para você?

 

Ocupe espaços públicos: vá para a rua, conecte-se com a sua cidade. Se existem movimentos ou eventos que se apropriem de espaços comunitários, participe e esteja presente. Se não existem, quem sabe você mesmo pode promover? A segurança e a revitalização também dependem da população que demonstra na prática esse pertencimento.

 

 

Iniciativas que unem experiências para pensar a cidade

A desinformação sobre as cidades vem sendo combatida no Brasil a partir de diversas frentes. A maior parte delas baseadas no protagonismo social como forma de mudança. Colocar a cidade em pauta e escutar a percepção de diferentes grupos é uma forma nobre, justa e inteligente de promover a transformação.

 

A Talking City, por exemplo, é um projeto incrível que, a partir da abordagem do design, tem o objetivo de empoderar a participação dos cidadãos na construção de soluções de impacto e relevância para as cidades onde vivem. São consultorias, cursos e conteúdos estratégicos que criam um ecossistema de inovação, conectando organizações, cidadãos, hackers urbanos e governo em prol de resoluções úteis e sustentáveis.

 

É claro que a Wikihaus não poderia estar de fora dessa. Como forma de movimentar o olhar sobre o mundo que nos cerca, permanecemos em constante discussão sobre os principais temas da atualidade. A partir de soluções colaborativas, que escutam de ponta a ponta, buscamos transformar a cidade e o cotidiano da população – considerando que a vida circula por muito além das divisórias do local onde se mora. Ouvir de quem habita seus anseios, vontades, as perspectivas e desejos para o futuro é uma ótima forma de dar visibilidade às diferentes formas de pensar e viver. Colaborar e construir junto é o ponto de partida para a criação de uma nova geração de incorporação.

 
Conheça mais sobre nossos projetos

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Novo Urbanismo: como essa corrente pode inspirar grandes cidades? https://wikihaus.com.br/novo-urbanismo-como-essa-corrente-pode-inspirar-grandes-cidades/ https://wikihaus.com.br/novo-urbanismo-como-essa-corrente-pode-inspirar-grandes-cidades/#respond Mon, 08 Jan 2018 10:00:50 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=50157 Você já ouviu falar que as tendências vivem de ciclos, certo? Que a moda está sempre se apropriando do passado […]

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Você já ouviu falar que as tendências vivem de ciclos, certo? Que a moda está sempre se apropriando do passado para se reinventar, inovar e ressignificar. Mesmo em um mundo cada vez mais digitalizado e moderno, onde as relações basicamente se sustentam por dispositivos eletrônicos, onde o tempo de vida útil dos aparelhos vem caindo drasticamente e onde o temor de perder o emprego para um robô já desponta no horizonte, alguns hábitos tendem a retomar um pretérito (nem tão distante).

 

Câmeras analógicas ressurgem com vinis e outros artigos vintage, numa tentativa de ligação com o real. Os mercadinhos de bairro voltam como um negócio inovador, em meio a grandes redes de varejo – focadas mais em números do que em humanização. Produções artesanais, em pequena escala, retomam a preciosidade da personalização.

 

São exemplos que demonstram nossa mais pura vontade de se aproximar mais, dos outros e do lugares onde estamos. Nessa linha, seria impossível deixarmos de notar que as formas de urbanas de habitação também tendem a voltar no tempo. Viver em comunidade, se sentir inserido em um contexto, estender a moradia para além da demarcação de um terreno e retomar a sensação de pertencimento são intenções não tão novas, mas que estão sendo resgatadas a partir de um conceito bem interessante: o novo urbanismo. Vamos entender um pouco mais sobre ele?

 

Um (não tão) novo urbanismo

“Nós defendemos a reestruturação das políticas públicas e práticas desenvolvimentistas que sustentem os seguinte princípios: as vizinhanças devem ser diversificadas em uso e população; devem ser projetadas para o pedestre como também para o carro; cidades grandes e pequenas devem ser conformadas por espaços públicos fisicamente definidos e universalmente acessíveis e por instituições de comunidade; os sítios urbanos devem ser moldados pela arquitetura do edifício e da paisagem, que celebram a história local, o clima, a ecologia, e a prática de edifício.”

 

Essa proposição bastante atual, na verdade, data de 1993. Sim, estamos falando de uma iniciativa estruturada há mais de 24 anos, mas projetada ainda antes, no início da década de 1980. Influenciados pelas organizações urbanas anteriores à popularização do automóvel, a partir da II Guerra Mundial, um grupo de urbanistas se uniu em torno de uma corrente nomeada Novo Urbanismo. Apesar da definição de 10 princípios básicos, o movimento se constituiu sobre dois pilares principais: a construção do senso de comunidade e o desenvolvimento de práticas sustentáveis.

 

O texto que lemos anteriormente é a abertura da Carta do Novo Urbanismo, redigida pelo Congresso do Novo Urbanismo, responsável por gerir o movimento de design urbano e influenciar diversas localidades ao redor do planeta. Nela já é possível notar as premissas da iniciativa, que vão desde o planejamento regional até o desenho de comunidades locais, convergindo na atenção para o equilíbrio nas construções, a fim de atender necessidades humanas e o ambiente natural, além da preservação do patrimônio histórico e da participação da comunidade na gestão dos espaços comuns.

 

Como pano de fundo, temos problemas emergentes relacionados com a urbanização dispersa (urban sprawl). Até meados do século XX, as cidades costumavam ser organizadas a partir das prioridades dos pedestres, sendo transitáveis pelos cidadãos sem impedimentos. O desenvolvimento dos transportes de massa, fez estender o alcance da cidade em linhas de trânsito, fazendo crescer as comunidades e espaçar o uso do territórios. O advento dos automóveis motivou uma transformação na organização das municípios, priorizando o fluxo e a presença desse tipo de transporte.

 

Um exemplo de ocupação dispersa, à esquerda, em contraste com o desenho da direita, que mostra uma situação proposta pelo Novo Urbanismo. O sistema viário organiza um conjunto de vizinhanças bem delimitadas. A igreja e os demais edifícios públicos definem os espaços livres, em vez de ficarem perdidos em meio aos estacionamentos.

 

Ainda que a organização do movimento do Novo Urbanismo tenha surgido anos depois, já na década de 1950 ativistas iniciaram suas críticas aos planejamentos modernistas. O filósofo e historiador Lewis Mumford, por exemplo, criticava o desenvolvimento anti-urbano da América pós-guerra. O livro Morte e Vida de Grandes Cidades, escrito por Jane Jacobs, no início da década de 1960 é outro exemplo: implorava aos urbanistas a reconsiderarem a habitação unifamiliar, os bairros dependentes de carro e os centros comerciais segregados.

 

Elementos do Novo Urbanismo

No cerne do movimento do Novo Urbanismo estão 13 princípios que, teoricamente, formariam um bairro autêntico.

 

  1. Centro marcante: é, frequentemente, uma praça, um jardim ou mesmo uma esquina importante. Nesse centro, pelo menos uma parada de ônibus deve existir.
  2. Fácil acesso: a maior parte das habitações deve ficar a cinco minutos do centro, num raio de 600 metros, aproximadamente.
  3. Variedades de moradia: casas isoladas, casas geminadas e apartamentos. Dessa forma, pessoas mais jovens e mais velhas, solteiros e casados, pobres e ricos possam achar lugares para viver.
  4. Variedades de comércio: dentro do bairro, devem existir diferentes tipos de varejo para prover as necessidades básicas.
  5. Pequena edificação no quintal: cada casa pode ter uma e ser usada como uma unidade de aluguel ou para pequeno comércio, escritório ou artesanato.
  6. Escolas próximas: assim, a maioria das crianças de caminhar de sua casa até este destino sem travessia de ruas.
  7. Zonas de recreação próximas: acessíveis para todas as idades e não distantes mais do que 200 metros.
  8. Redes conectadas de ruas: assim, se dispersa o tráfego ao prover uma variedade de rotas de pedestres e veículos a qualquer destino.
  9. Ruas estreitas e sombreadas por árvores: isto reduz a velocidade tráfico, ao mesmo tempo que cria um ambiente adequado para pedestres e bicicletas.
  10. Edifícios no centro perto da rua: enquanto criando um espaço ao ar livre bem definido.
  11. Estacionamentos e garagens não devem defrontar a rua: o estacionamento deve ser relegado à parte traseira de edifícios, normalmente acessados por ruelas.
  12. Locais preservados reservados para edifícios cívicos: esses devem servir para reuniões de comunidade, educação, e religiosos ou atividades culturais.
  13. Autonomia: assim é a organização do bairro. Caberá a uma associação formal o debate e a decisão sobre assuntos de manutenção, segurança, e mudanças físicas.

 

Parecem elementos muito utópicos e inimagináveis para a realidade atual? Saiba que já existem excelentes exemplos de aplicação do Novo Urbanismo pelo mundo. Locais que primam pelos pedestres, com transportes públicos eficientes e, claro, a sensação de comunidade. Sim, estando integradas à cidade, eleva-se a sensação de pertencimento, de parceria. Pessoas se conectam com às ruas e umas com as outras.

 

Alguns exemplos do Novo Urbanismo pelo mundo

Copenhage (Dinamarca)

Uma das melhores cidades para pedestres no mundo. Nos 40 anos desde que a rua principal de Copenhague foi transformada em uma via de pedestres, os planejadores da cidade têm dado muitos outros pequenos passos para transformar a cidade em um lugar mais amigável para o pedestres e menos orientada para o carro. A transformação de lotes de estacionamento em praças públicas, a redução gradual do tráfego e estacionamentos, o incentivo à vida dos estudantes e a promoção das bicicletas como principal meio de transporte são apenas alguns dos destaque do local.

Veneza (Itália)

Veneza é um ótimo exemplo de novo urbanismo. Na cidade, os carros nunca foram autorizados a entrar – a cidade inteira é composta de todas as ruas de pedestres. Veneza também tem o mais completo, mais variado e bonito tecido urbano contínuo. Cada bairro tem sua própria praça central ou campo que age como o seu coração e sua alma. Tudo está a uma curta distância de todos os moradores e oferecem uma gama completa de serviços, bem como as interações sociais.

Pedra Branca (SC)

A cidade universitária de Pedra Branca em Palhoça (SC), começou a ser construída em 1997 e trata-se de um município com infraestrutura completa (apartamentos, lojas, escritórios, universidade, escolas, bancos, restaurantes, parques, praças, hospital) ao alcance de todos. Os principais meios de deslocamento são a pé, de bicicleta ou transporte público. As quadras são configuradas com serviços que se complementam. A alta densidade e concentração de pessoas viabiliza o uso dos espaços públicos e proporciona preservação ambiental, pois reduz a emissão de gases.

Parque da cidade (SP)

O Parque da Cidade localizado em São Paulo surgiu como uma solução pela carência de áreas verdes e pela falta de interação entre as pessoas. Foi projetado para ser de uso múltiplo, onde as pessoas possam encontrar tudo que precisam de forma rápida, pelos diversos serviços agrupados no mesmo espaço, utilizando os conceitos da cidade compacta. Prioriza espaços feitos para as pessoas e conta com fácil acesso ao transporte público. A conectividade, além de aproximar os moradores, diminui o congestionamento e os impactos da poluição.

 

E então, que achou desse movimento? Já pensou em quanto você está realmente conectado ao lugar que você vive? Compartilhe esse conteúdo e inspire mais pessoas ao seu redor!

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Arquitetura parasita: ocupação, criatividade e transformação https://wikihaus.com.br/arquitetura-parasita-ocupacao-criatividade-e-transformacao/ https://wikihaus.com.br/arquitetura-parasita-ocupacao-criatividade-e-transformacao/#comments Mon, 02 Oct 2017 14:00:08 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=49564 “Organismos que vivem em associação com outros, dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência”.   Você já deve […]

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“Organismos que vivem em associação com outros, dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência”.

 

Você já deve ter ouvido falar no conceito de parasitismo, provavelmente aplicado ao contexto biológico. Doenças infecciosas, infestações. Sim, todas elas são causadas por algum parasita. Mas, vamos tentar ir além: vamos pensar em um outro significado.

 

Na arquitetura, diferente da biologia, elementos parasitas podem ter uma importância significativa no cenário das cidades, principalmente no que tange à sustentabilidade, reapropriação, inovação e, claro, criatividade. Diferente do senso comum, o parasita não prejudica seu hospedeiro, pelo contrário: apropria-se do seu melhor, ressignifica e transforma.

 

Parece confuso ou distante demais? Saiba que a arquitetura parasita vem ganhando o mundo e demonstra-se como uma boa alternativa para as grandes cidades. Para entender melhor, vamos por partes! 😉

 

O que é a arquitetura parasita?

Construções que se apegam ou brotam a partir de outras. Estruturas que se penduram ou se apoiam em prédios já existentes. Que dependem totalmente de elementos já construídos, já estabelecidos. Isso é o que podemos chamar de arquitetura parasita. Aproveitar espaços já existentes é uma das principais motivações dessa iniciativa, mas não se esgota por aí. A arquitetura parasita também tem outras intenções:

 

  • Reapropriação de espaços subutilizados ou abandonados;
  • Ressignificação de locais ocupados ou mesmo célebres;
  • Proposição artística e criativa, que provam reflexão;
  • Reaproveitamento de estruturas, em prol da economia e sustentabilidade;
  • Minimização da “imunidade” das cidades à transformação.

 

 

Esse último tópico, nos liga à ideia dos arquitetos holandeses Merel Pit, Karel Steller e Gerjan Streng, estudiosos do parasitismo arquitetônico. Um artigo publicado pelo trio afirma que a presença de um corpo estranho gera desconforto e tem um potencial enorme de transformação. É quando pensamos na cidade enquanto um corpo vivo.

 

A cidade enquanto organismo vivo

Considerar a cidade como um organismo vivo e em mutação é imaginar sistemas físicos e mentais como parte dela. Imagine o seguinte: o sistema físico é a cidade em si, sua infraestrutura, e o sistema mental envolve as expectativas que as pessoas colocam sobre essa infraestrutura. Sobre isso, estão todos os comportamentos que os cidadãos esperam uns dos outros: não invadir o espaço alheio, não bloquear o espaço da calçada, entre outros.

 

Em cima desses sistemas, podemos considerar uma certa “imunidade”, que seriam todas as barreiras que impedem as ações dos moradores em cima de regras estabelecidas. Ações que podem ser sutis ou agressivas. A arquitetura parasita surge como um elemento provocador dessa sociedade imune. Só o fato de gerar incômodo para algumas pessoas, já é uma forma de agir.

 

 

Diferente da biologia, o dano do parasita sobre o hospedeiro, nesse caso, é quase inexistente. A não ser o olhar torto daqueles não suportam a mudança e a criatividade. A arquitetura parasita nunca é feita sem projeção, sem planejamento ou de improviso. Pelo contrário, em toda e qualquer intervenção, um estudo aprofundado sobre impacto é realizado e levado bastante a sério – diferindo do famoso “puxadinho”.

 

Arquitetura parasita pelo mundo: alguns exemplos

Seja para provocar debates sobre urbanismo, seja para baratear a construção civil e o aluguel de prédios, seja para dar nova vida a regiões descuidadas, a arquitetura parasita está ganhando espaço em grandes cidades ao redor do mundo e gerando inúmeras reflexões. Entre projetos concluídos ou apenas em fase de planejamento, selecionamos os mais marcantes.

 

Miniescritório – Valência, Espanha

 

 

Esse foi, sem dúvida, o caso de arquitetura parasita com maior repercussão. Fernando Abellanas, designer espanhol, resolveu montar seu escritório em um lugar um tanto inusitado: embaixo de um viaduto na cidade de Valência. O estúdio, construído com base de metal e madeira, foi montado como uma tentativa de evitar visitas desnecessárias e se sentir criança novamente.

 

Muitos comentários surgiram a partir de seu projeto, como a falta de espaço acessível na cidade, reapropriação de espaços públicos e a economia em construções. Mas, Abellanas garante que essa não foi sua intenção inicial. Mesmo assim, não podemos deixar de achar inspirador, não é mesmo? Se quiser saber mais sobre o projeto, clique aqui.

 

CN Tower – Toronto, Canadá

 

 

Um caso bem interessante de ressignificação de uma construção icônica é um projeto criado para a Torre CN, em Toronto – uma proposta conceitual. Com 553m de altura e concluída em 1975, estrutura foi, por 32 anos, a construção mais alta do mundo – título roubado em 2007 pelo arranha-céu Burj Khalifa, em Dubai.

 

A ideia do projeto é reinventar o local como símbolo de engenharia e progresso local, instalando unidades de apartamento do tipo cluster, cubos de madeira pré-fabricados ao longo de toda a torre. Assim, as funções existentes e bem-sucedidas do edifício se mantém e um novo condomínio abre possibilidades de investimento no local. Que achou do projeto? Clique aqui para ver mais detalhes.

 

Manifest Destiny! – São Francisco, Califórnia

 

 

Quando um arquiteto e um artista se unem, a construção e a reflexão podem ganhar outros patamares. É o caso do manifesto Destiny, projetado e executado por Mark Reigelman e Jenny Chapman em uma localização incomum de São Francisco. Ao lado da estrutura do Hotel des Arts, os profissionais instalaram uma espécie de casa de pássaros – em maior proporção.

 

A ideia é demonstrar os direitos da exploração urbana e o desafio de encontrar um território, ou um lugar para morar, enfrentado por uma parcela da população. As luzes visíveis nas janelas, dão a impressão de que sempre há alguém em casa. A intenção é provocar, é fazer pensar sobre novas possibilidades de construir em espaços subaproveitados da cidade. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

 

Casas para os sem-teto – Londres, Inglaterra

 

 

Pessoas sem-teto são 13 vezes mais propensas a serem vítimas de crimes violentos do que o público em geral. Essa é uma estatística de Londres (UK), mas que tem tudo a ver com nossa realidade brasileira. Movido por esses e outros dados, o designer James Furzer criou um projeto de crowdfunding para a criação de casas para desabrigados. A ideia é criar espaços modulares que se encaixam em edifícios existentes.

 

O projeto foi lançado em 2015 e ainda não alcançou os fundos necessários para a execução. A intenção é que os abrigos temporários sejam geridos por instituições de caridade, que elaborariam horários de reserva, termos de uso e realizariam a manutenção das estruturas. Saiba mais sobre o projeto aqui.

 

3BOX – Paris, França

 

 

As grandes cidades do mundo já não tem espaço para seus moradores. Onde abrigar tanta gente em locais que já passaram do limite da capacidade de expansão? Paris encontrou uma solução.

 

O projeto 3BOX consiste em moradias construídas como anexos nos telhados de prédios já existentes. Os proprietários cedem a cobertura para a construção desses anexos e, em troca, são realizadas reformas na construção. Além disso, essas estruturas podem ser vendidas a uma valor 40% menor do que moradias tradicionais – já que não há custos com loteamento. Quer saber mais sobre o projeto? Clique aqui.

 

E então, o que achou dessa tendência? Já conhecia, acredita que possa ser uma boa solução para as grandes cidades? Compartilhe sua percepção nos comentários! 😀

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Escadarias de Porto Alegre: os degraus mais famosos da capital https://wikihaus.com.br/escadarias-de-porto-alegre/ https://wikihaus.com.br/escadarias-de-porto-alegre/#comments Mon, 18 Sep 2017 13:00:25 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=49361 Entre degraus, subidas e descidas, corrimãos e mirantes, também residem as memórias de Porto Alegre. Sejam simples passagens, artefatos urbanísticos, […]

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Entre degraus, subidas e descidas, corrimãos e mirantes, também residem as memórias de Porto Alegre. Sejam simples passagens, artefatos urbanísticos, conexões entre ruas ou até centros comerciais, são muitas as escadas que chamam a atenção pela tradição, arquitetura e vistas incríveis que proporcionam.

 

Selecionamos algumas escadarias que são verdadeiros cartões-postais da capital para você conhecer ou revisitar. Restauradas, abandonadas pelo tempo, reconstruídas com a ajuda da população e partes de construções históricas, vão muito além da mobilidade de acesso: são um poço de cultura e história. ⏳

 

Escadarias do Viaduto Otávio Rocha

Há 85 anos, um dos pontos mais marcantes de Porto Alegre, serve como leito para a Rua Duque de Caxias, quando esta cruza por cima da Avenida Borges de Medeiros. O Viaduto Otávio Rocha é uma estrutura de concreto armado, com uma arquitetura única. Tombado pelo município em 1988, e recuperado no ano 2000, hoje é um complexo com mais de 36 lojas.

 
Escadarias Porto Alegre
 

Em ambos os lados no viaduto, as amplas escadarias são suas principais marcas. Em 2008, uma lei municipal determinou que o espaço superior do viaduto passasse a se chamar “Passeio das Quatro Estações”. Sendo assim, cada uma das quatro escadarias que compõem o local ganhou o nome de uma das estações do ano. Cada passeio é revestido com mosaicos de cimento.

 

  • Passeio Verão: início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado direito, sentido norte-sul;
  • Passeio Outono: início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado esquerdo, sentido norte-sul;
  • Passeio Inverno: início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado direito, sentido norte-sul;
  • Passeio Primavera: início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado esquerdo, sentido norte-sul.

 

Nas escadarias, é possível encontrar diversos tipos de estabelecimentos, como lanchonetes, barbearia, lojas de discos, sebos, lotéricas e o lendário Teatro de Arena.

 

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Escadaria do Ricaldone

Localizado no limite norte do bairro Moinhos de Vento, o Ricaldone é um pequeno morro, com uma densa vegetação. Sua ocupação se deu na década de 1920, quando famílias começaram a construir casas na região. Para facilitar o acesso e ampliar a urbanização do local, no início dos anos 1940 foi construída uma famosa escadaria, localizada entre as ruas Santo Inácio e Marquês do Pombal – conhecida como Escadaria do Ricaldone.

 
Escadarias Porto Alegre
 

Até hoje, é considerada uma das escadarias mais bonitas de Porto Alegre, não pela construção em si (que, hoje, não se encontra em suas melhores condições), mas pela bela vista que proporciona. No seu cume, é possível ter uma visão panorâmica do Lago Guaíba, no centro da cidade.

 

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Escadaria João Manoel

Localizado em uma área mais elevada, o centro de Porto Alegre sempre foi um importante polo de desenvolvimento da cidade. Ainda no século XIX, o acesso a ele, no entanto, era bastante difícil, se dando por ladeiras bastante íngremes. Em 1928, a prefeitura da época resolveu investir no que, até hoje, é uma das construções mais conhecidas da capital: a escadaria da João Manoel, localizada entre as ruas Fernando Machado e Duque de Caxias.

 
Escadarias - Porto Alegre
 

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, a escadaria ainda apresenta-se do modo como foi concebida: balaustradas na parte alta, com um caminho bifurcado em duas escadas laterais. Na época de sua construção, além de elemento urbanístico, servia também como mirante. Nele, também era possível admirar o Lago Guaíba – vista encoberta pelas construções que vieram nas décadas seguintes.

 

Atualmente, a situação da escadaria é bastante preocupante. Alguns moradores da região vêm trabalhando em esforços esporádicos de limpeza e cuidado do local – já bastante abandonado. O coletivo POA Cidade Criativa também está se organizando para revitalizar a escadaria, com intervenções de arte e até a criação de um teatro de rua (na parte onde há a bifurcação). Ações muito importantes para a preservação dessa obra tão marcante para os porto-alegrenses.

 

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Escadaria 24 maio

Uma ligação entre o Centro Histórico e a Cidade Baixa. Meio escondida entre um conjunto de prédios antigos, está a Escadaria 24 de maio. Construída em 1942, entre a Rua Duque de Caxias e a Avenida André da Rocha, foi por muitas décadas abandonada e esquecida pelo poder público e pela população local, servindo apenas como um acesso de passagem.

 
Escadarias - Porto Alegre
 

Em 2011, porém, a artista plástica Clarissa Motta, resolveu dar uma nova luz para o local. Inspirou-se na famosa escadaria que liga a Lapa ao convento Santa Teresa, no Rio de Janeiro, e decorou os degraus com mosaicos feitos com azulejos. Ao todo, foram usadas 3.300 peças, que apresentam desenhos, frases de moradores da região, além de poesias de autores famosos, como Carlos Drummond de Andrade, Rita Lee, Paulo Leminski, Erasmo Carlos.

 

O local é um dos mais bonitos da região, enchendo os olhos (e a mente) de quem sobe seus degraus e devolvendo autoestima à população.

 

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Escadaria Jardim Carvalho

Não sobram talentos, determinações e idealismos na capital. Aos moldes do que aconteceu com a escadaria 24 de maio, uma moradora resolveu transformar o que antes era uma rota para assaltantes e usuários de drogas em uma linda travessia. A escadaria da Rua Professor Antônio Peyrouton Louzada, no bairro Jardim Carvalho, era apenas uma passagem com 88 degraus, hoje é motivo de orgulho para todos os seus moradores.

 

 

A responsável pela obra, Cláudia Coelho, estava cansada de ver a situação de abandono do local e teve a ideia da restauração em 2015, quando concluiu seu curso de mosaico. Criou uma campanha inicial para a reforma dos degraus e, em seguida, começou seu trabalho artístico. Cada degrau era pago por um morador da região, que auxiliava com dinheiro e ganhava seu nome gravado no azulejo.

 

Por fim, o resultado: além da total restauração da escadaria, ao pé dela um lindo palco em formato de violão abre espaço para shows e eventos – permitindo um melhor uso do espaço público e maior tranquilidade na região. Um exemplo e tanto!

 

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Escadaria Nossa Senhora das Dores

Como não citar nessa lista a mais antiga e mais icônica escadaria de Porto Alegre? A escadaria da Igreja Nossa Senhora das Dores, no Centro Histórico não poderia ficar de fora. Concluída em 1873, cinco anos após a consagração do tempo, é um símbolo da capital, sinal de imponência e fé.

 
Escadarias - Porto Alegre
 

Tombada pelo IPHAN, a igreja é a mais antiga da cidade ainda de pé. Sede de diversas tradições religiosas, tem grande significado histórico e artístico, principalmente por seu estilo barroco, com elementos neoclássicos. Também foi palco de algumas lendas, como o fato de ter demorado muito para ficar totalmente pronta e a maldição lançada por um escravo que ajudou a construí-la.

 

A escadaria surgiu como forma de facilitar o acesso – antes feito pela Rua Riachuelo, atrás da igreja. São 63 degraus, que formam uma paisagem incrível e que também servem como palco para diversos eventos, como concertos sinfônicos e até peças de teatro. Um verdadeiro ícone!

 

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Para saber mais

O filme gaúcho “Nós duas descendo a escada” (2015), de Fabiano de Souza, além de uma bela história de amor, destaca também alguns famosos degraus porto-alegrenses. Vale assistir!

 

E então, já conhece essas famosas escadarias? Tem alguma história para lembrar em uma delas? Conhece outras que não estão na lista? Compartilhe aqui nos comentários! 😉

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Cidades das cores: os lugares mais coloridos do mundo https://wikihaus.com.br/cidades-coloridas-pelo-mundo/ https://wikihaus.com.br/cidades-coloridas-pelo-mundo/#respond Mon, 07 Aug 2017 13:00:57 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=48628 Para demarcar locais, para reaproveitar sobras de tinta, para revitalizar áreas abandonadas, para realçar a alegria. Seja qual for o […]

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Para demarcar locais, para reaproveitar sobras de tinta, para revitalizar áreas abandonadas, para realçar a alegria. Seja qual for o intuito, explorar as cores é mudar a atmosfera de qualquer ambiente – o que é capaz de despertar sensações e, por consequência, mudar comportamentos. Em uma cidade, é possível encontrar muito mais do que concreto, aço e trabalho árduo. É possível encontrar criatividade, beleza e vitalidade.

 

Como prova disso, fizemos uma seleção das cidades mais coloridas do mundo. Cidades onde as cores ganham importância especial e onde as histórias (por trás dessas cores) tornam seus encantos ainda mais marcantes. Embarque conosco nessa viagem, inspire-se nas paletas e, quem sabe, escolha o destino de sua próxima viagem.

Burano, Itália

Quando você pensa em um destino turístico na Itália, muito provavelmente a imagem de Veneza vem à sua mente. Gôndolas, canais, pontes: realmente, Veneza tem seus encantos. Mas, o que muita gente não sabe é que, muito perto dali, existem ilhas tão encantadoras quanto. Uma delas é Burano, uma pequena ilha de pescadores com cerca de quatro mil habitantes. É bastante conhecida pelas famosas rendas de Burano, produzidas por mulheres locais e exportadas por toda a Europa, a partir do século XVI – sendo a favorita de reis e rainhas por muitos séculos.

 
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Porém, sem dúvida, o que mais impressiona em Burano são suas casas multicoloridas que chamam mais atenção do que qualquer atração da ilha. Segundo a lenda local, as pinturas com cores fortes e diferenciadas foram feitas para que os pescadores pudessem localizar suas residências à distância, quando retornavam de longos períodos de trabalho, depois do pôr do sol. Atualmente, as paredes seguem um sistema específico de coloração. É preciso pedir uma autorização ao governo da cidade antes de sair colorindo casas por lá – é o próprio governo que define os tons permitidos na área do município.

 

Quer saber mais sobre Burano e suas cores? Visite o site oficial da ilha.

 

Bo-Kaap, África do Sul

Apesar de marcantes e destacadas, as narrativas por trás das cores nem sempre são as mais alegres. Mas, como parte da preservação cultural e histórica, são importantes para lembrar o quanto precisamos estar atentos a questões sobre respeito, cidadania e inclusão. Bo-Kaap é uma área bastante famosa na Cidade do Cabo por sua vielas muito coloridas, o que contrasta bastante com o sofrimento vivido por moradores da região no passado.

 
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Em 1700, a região foi estabelecida exclusivamente como moradia de escravos, vindos de países como Holanda, Índia, Sri Lanka, Indonésia e outros. Já na época do Apartheid, séculos depois, era considerada uma township, espécie de comunidade que abrigava todas as pessoas excluídas da sociedade por questões raciais, religiosas e culturais. As cores variadas são herança de um povo que, sem acesso à educação formal, utilizava-as para demarcação de residências, localização e comunicação. Mas, por mais triste que seja essa história, os moradores conseguiram dar a volta por cima. Hoje, o local é considerado patrimônio nacional e recebe turistas do mundo todo.

 

Ficou com vontade de conhecer Bo-Kaap? Saiba mais sobre a região aqui.

 

Jodhpur, Índia

Jodhpur: a cidade azul. Lá, as pinturas são concentradas em uma única tonalidade. E os motivos são variados. Localizada no estado do Rajastão, na Índia, tem uma população de quase um milhão de habitantes e um clima bastante quente. Reside aí uma das razões pela escolha do azul na hora de pintar as casas: há teorias que indicam que o tom ajuda a refrescar as residências, já que refletem a luz do sol e redução a absorção de calor – mesmo princípio da cor branca, mas com a vantagem de não brilhar tanto aos olhos.

 
cidades-coloridas_jodhpur
 

Outra grande vantagem da coloração azulada seria o afastamento de insetos, principalmente mosquitos, que assolam a região. Mas, a principal razão pela qual a cidade é repleta de prédios azuis é outra: quando Jodhpur e Jaipur (a cidade rosa) se encontravam em guerra, o marajá pediu que os brâmanes (casta sacerdotal hindu) de Jodhpur não fossem atacados. O exército de Jaipur, então, indicou que as casas onde os sacerdotes viviam fossem identificadas – no caso, de azul, já que a cor está relacionada com a pele de Shiva. A tradição é preservada até hoje, mas, dessa vez, por quase todas as famílias do local.

 

Quer saber mais histórias sobre Jodhpur ou quem sabe visitá-la? Mais informações aqui.

 

Valparaíso, Chile

A cidade chilena de Valparaíso, localizada a 120km de Santiago, é um praticamente uma miragem. Milhares e milhares de casas empilhadas entre 42 morros, de frente para o Oceano Pacífico. É quase impossível de acreditar à primeira vista! No passado, o local era um famoso porto comercial, muito movimentado. No entanto, a partir da abertura do Canal do Panamá, o comércio acabou diminuindo. Artistas e estudantes gradualmente substituíram os comércios e mansões por centros culturais, restaurantes e residências mais simples. O estilo eclético do lugar passa a se tornar bastante autêntico, com escadarias sinuosas, subidas (e descidas) íngremes, mercados ao ar livre e cores, muitas cores.

 
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Conta-se que a variedade de tons deveu-se à uma questão econômica: as tintas que sobravam das pinturas dos navios atracados no porto acabavam caindo nas mãos dos moradores que reaproveitavam como podiam, colorindo suas casas. Por isso, é bastante comum ver mesmo em uma única residência, paredes, portas, janelas e telhados coloridos com cores diferenciadas. Mas, vamos combinar: é aí que reside todo o diferencial de Valparaíso, uma das áreas turísticas mais movimentadas do Chile.

 

Ficou curioso para saber mais? Visite o site oficial da cidade.

 

Reykjavík, Islândia

Com uma temperatura média de 5ºC, Reykjavík não é só a capital da Islândia, mas a capital mais setentrional (mais ao norte) do mundo. Durante o inverno, os dias duram quatro horas e, no verão, as noites não existem. É um lugar de extremos: muito frio e muita névoa. Tanto que, ao longo de um ano, são apenas 1300 horas de incidência solar. Locais que tenham pouca iluminação do sol tendem a conter mais casos de depressão entre a população – já que é sabido cientificamente que as vitaminas irradiadas pela luz solar diminuem falhas cognitivas e aumentam a disposição e a vitalidade.

 
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Você já deve imaginar porque esse lugar montanhoso é também multicolorido. Sim, as cores têm um potencial renovador, ainda mais aquelas de tons mais vivos e fortes. Tonalidades, principalmente primárias (azul, amarelo e vermelho), são captadas pelos olhos, transmitidas para o cérebro e refletem reações de vigor, descontração e otimismo para o corpo. Foi justamente por acreditar no potencial revitalizante das cores que a população de Reykjavík optou por reproduzí-las nas fachadas e telhados de casas e estabelecimentos, ajudando na recuperação da energia e formando essas belíssimas paisagens.

 

Saiba mais sobre a paisagem gelada e colorida de Reykjavík. É só clicar aqui!

 

Brasil, um país cheio de cores

É claro que o Brasil não poderia ficar de fora dessa lista. Quer lugar mais colorido do que a nossa terra? São muitas as cidades repletas de cores, seja por influência de imigrantes europeus e africanos, seja em prol da revitalização, seja por puro estilo. Selecionamos alguns pontos repletos de tons para inspirar você!

 

Pelourinho, Salvador

Uma das atrações turísticas mais famosas do Brasil. O Pelourinho é uma região de Salvador, na Bahia, mundialmente conhecida por seus casarões coloridos e sua arquitetura colonial portuguesa. A herança da cultura africana traz energia e cores para suas vielas estreitas e repletas de histórias.

 
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Olinda, Pernambuco

A cidade pernambucana de Olinda já foi considerada a mais rica do Brasil colonial. Mesmo depois dos saques e da invasão holandesa, o local se reergueu com restauração e recolorização de fachadas e hoje está entre as mais visitados do país, tanto pelas paisagens quanto pela expressão multicultural.

 
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Holambra, São Paulo

Uma cidade bastante recente na história do país. Fundada em 1950, Holambra tem uma forte influência dos holandeses, sobretudo nas construções arquitetônicas e na escolha de cores variadas para deixar suas vielas ainda mais encantadoras.

 
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E então, o que achou da nossa seleção? Ficou com vontade de conhecer alguma dessas cidades? Conhece alguma outra cidade colorida espalhada pelo mundo? Compartilhe nos comentários! 🙂

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