Entre degraus, subidas e descidas, corrimãos e mirantes, também residem as memórias de Porto Alegre. Sejam simples passagens, artefatos urbanísticos, conexões entre ruas ou até centros comerciais, são muitas as escadas que chamam a atenção pela tradição, arquitetura e vistas incríveis que proporcionam.
Selecionamos algumas escadarias que são verdadeiros cartões-postais da capital para você conhecer ou revisitar. Restauradas, abandonadas pelo tempo, reconstruídas com a ajuda da população e partes de construções históricas, vão muito além da mobilidade de acesso: são um poço de cultura e história. ⏳
Há 85 anos, um dos pontos mais marcantes de Porto Alegre, serve como leito para a Rua Duque de Caxias, quando esta cruza por cima da Avenida Borges de Medeiros. O Viaduto Otávio Rocha é uma estrutura de concreto armado, com uma arquitetura única. Tombado pelo município em 1988, e recuperado no ano 2000, hoje é um complexo com mais de 36 lojas.
Em ambos os lados no viaduto, as amplas escadarias são suas principais marcas. Em 2008, uma lei municipal determinou que o espaço superior do viaduto passasse a se chamar “Passeio das Quatro Estações”. Sendo assim, cada uma das quatro escadarias que compõem o local ganhou o nome de uma das estações do ano. Cada passeio é revestido com mosaicos de cimento.
Nas escadarias, é possível encontrar diversos tipos de estabelecimentos, como lanchonetes, barbearia, lojas de discos, sebos, lotéricas e o lendário Teatro de Arena.
Navegue pela região:
Localizado no limite norte do bairro Moinhos de Vento, o Ricaldone é um pequeno morro, com uma densa vegetação. Sua ocupação se deu na década de 1920, quando famílias começaram a construir casas na região. Para facilitar o acesso e ampliar a urbanização do local, no início dos anos 1940 foi construída uma famosa escadaria, localizada entre as ruas Santo Inácio e Marquês do Pombal – conhecida como Escadaria do Ricaldone.
Até hoje, é considerada uma das escadarias mais bonitas de Porto Alegre, não pela construção em si (que, hoje, não se encontra em suas melhores condições), mas pela bela vista que proporciona. No seu cume, é possível ter uma visão panorâmica do Lago Guaíba, no centro da cidade.
Navegue pela região:
Localizado em uma área mais elevada, o centro de Porto Alegre sempre foi um importante polo de desenvolvimento da cidade. Ainda no século XIX, o acesso a ele, no entanto, era bastante difícil, se dando por ladeiras bastante íngremes. Em 1928, a prefeitura da época resolveu investir no que, até hoje, é uma das construções mais conhecidas da capital: a escadaria da João Manoel, localizada entre as ruas Fernando Machado e Duque de Caxias.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, a escadaria ainda apresenta-se do modo como foi concebida: balaustradas na parte alta, com um caminho bifurcado em duas escadas laterais. Na época de sua construção, além de elemento urbanístico, servia também como mirante. Nele, também era possível admirar o Lago Guaíba – vista encoberta pelas construções que vieram nas décadas seguintes.
Atualmente, a situação da escadaria é bastante preocupante. Alguns moradores da região vêm trabalhando em esforços esporádicos de limpeza e cuidado do local – já bastante abandonado. O coletivo POA Cidade Criativa também está se organizando para revitalizar a escadaria, com intervenções de arte e até a criação de um teatro de rua (na parte onde há a bifurcação). Ações muito importantes para a preservação dessa obra tão marcante para os porto-alegrenses.
Navegue pela região:
Uma ligação entre o Centro Histórico e a Cidade Baixa. Meio escondida entre um conjunto de prédios antigos, está a Escadaria 24 de maio. Construída em 1942, entre a Rua Duque de Caxias e a Avenida André da Rocha, foi por muitas décadas abandonada e esquecida pelo poder público e pela população local, servindo apenas como um acesso de passagem.
Em 2011, porém, a artista plástica Clarissa Motta, resolveu dar uma nova luz para o local. Inspirou-se na famosa escadaria que liga a Lapa ao convento Santa Teresa, no Rio de Janeiro, e decorou os degraus com mosaicos feitos com azulejos. Ao todo, foram usadas 3.300 peças, que apresentam desenhos, frases de moradores da região, além de poesias de autores famosos, como Carlos Drummond de Andrade, Rita Lee, Paulo Leminski, Erasmo Carlos.
O local é um dos mais bonitos da região, enchendo os olhos (e a mente) de quem sobe seus degraus e devolvendo autoestima à população.
Navegue pela região:
Não sobram talentos, determinações e idealismos na capital. Aos moldes do que aconteceu com a escadaria 24 de maio, uma moradora resolveu transformar o que antes era uma rota para assaltantes e usuários de drogas em uma linda travessia. A escadaria da Rua Professor Antônio Peyrouton Louzada, no bairro Jardim Carvalho, era apenas uma passagem com 88 degraus, hoje é motivo de orgulho para todos os seus moradores.
A responsável pela obra, Cláudia Coelho, estava cansada de ver a situação de abandono do local e teve a ideia da restauração em 2015, quando concluiu seu curso de mosaico. Criou uma campanha inicial para a reforma dos degraus e, em seguida, começou seu trabalho artístico. Cada degrau era pago por um morador da região, que auxiliava com dinheiro e ganhava seu nome gravado no azulejo.
Por fim, o resultado: além da total restauração da escadaria, ao pé dela um lindo palco em formato de violão abre espaço para shows e eventos – permitindo um melhor uso do espaço público e maior tranquilidade na região. Um exemplo e tanto!
Navegue pela região:
Como não citar nessa lista a mais antiga e mais icônica escadaria de Porto Alegre? A escadaria da Igreja Nossa Senhora das Dores, no Centro Histórico não poderia ficar de fora. Concluída em 1873, cinco anos após a consagração do tempo, é um símbolo da capital, sinal de imponência e fé.
Tombada pelo IPHAN, a igreja é a mais antiga da cidade ainda de pé. Sede de diversas tradições religiosas, tem grande significado histórico e artístico, principalmente por seu estilo barroco, com elementos neoclássicos. Também foi palco de algumas lendas, como o fato de ter demorado muito para ficar totalmente pronta e a maldição lançada por um escravo que ajudou a construí-la.
A escadaria surgiu como forma de facilitar o acesso – antes feito pela Rua Riachuelo, atrás da igreja. São 63 degraus, que formam uma paisagem incrível e que também servem como palco para diversos eventos, como concertos sinfônicos e até peças de teatro. Um verdadeiro ícone!
Navegue pela região:
O filme gaúcho “Nós duas descendo a escada” (2015), de Fabiano de Souza, além de uma bela história de amor, destaca também alguns famosos degraus porto-alegrenses. Vale assistir!
E então, já conhece essas famosas escadarias? Tem alguma história para lembrar em uma delas? Conhece outras que não estão na lista? Compartilhe aqui nos comentários! 😉
Quantas vezes ouvimos falar que uma imagem vale mais do que mil palavras? Será mesmo? Bem, um estudo feito pela […]
Leia Mais >>Toda conquista tende a ficar mais interessante quando resulta de um trabalho conjunto. Isso explica por que muitas pessoas acabam […]
Leia Mais >>A venda de imóveis é uma oportunidade constante para os investidores do setor. Por isso, é importante seguir alguns quesitos […]
Leia Mais >>
Obrigada por mencionar nossa querida Escadaria Ladrilhar aqui na zona leste. Convidamos a todos que conheçam o espaço. Todo final de mês fazemos uma Visitação Guiada comigo, que coordenei o Projeto. Só entrar na Comunidade Ladrilhar no facebook ou instagram Claudiacoelho_ladrilharpoa. Fotos #ladrilharpoa
Obrigada!!! Dá uma alegria no coração saber que todo mundo usufrui disso e se sente tocado, todos precisamos desses respiros de arte e poesia no dia a dia. Ótima reportagem.