Em locais sem um bom mobiliário urbano, pensado para tornar melhor a experiência de viver em uma cidade, parece que está todo mundo apenas indo de um ponto a outro. Se você sempre viveu em um lugar assim, pode parecer difícil entender o que há de errado nisso.
Mas será que não estamos perdendo nada aí? Será que a rua é somente um espaço de transição até chegarmos em casa, no trabalho ou em estabelecimentos como restaurantes, lojas e shoppings? E o que o mobiliário urbano tem a ver com isso?
Mobiliário urbano é um conjunto de elementos que são instalados em espaços públicos para cumprir determinada finalidade, idealmente colaborando com a convivência entre as pessoas e tornando a vida na cidade mais organizada e confortável.
A função de um elemento do mobiliário urbano pode ser separar e orientar a circulação de pedestres e veículos, oferecer áreas de descanso e lazer, embelezar a paisagem urbana, proporcionar serviços de utilidade pública, sustentar peças de comunicação, entre tantas outras.
Por isso, a lista de itens que podem ser considerados mobiliário urbana é extensa: desde bancos e áreas de descanso até pontos de ônibus, passando por postes de iluminação, canteiros e lixeiras.
O mobiliário urbano de uma cidade diz muito sobre a maneira como ela é pensada. Infelizmente, ainda prevalece em muitos lugares a ideia de que o mais importante é pensar em estruturas para o tráfego de veículos automotores: ruas, avenidas, sinalização, semáforos, rótulas, viadutos…
E quanto aos pedestres? Constrói-se passarelas e pinta-se faixas de pedestre para que eles possam atravessar em segurança de um lado para o outro da via. Mas e depois disso?
Em cidades humanas, existe a preocupação com o bem-estar do cidadão depois que ele atravessa a rua e chega no passeio público. Será que ele encontra um ambiente convidativo, bom de circular e até mesmo de passar algum tempo desfrutando do ar livre?
Felizmente, não faltam bons exemplos no mundo de mobiliários urbanos inovadores, pensados para que as pessoas aproveitem mais a cidade onde vivem e se sintam à vontade para caminhar por ela.
A seguir, você conhece algumas dessas criações. Procuramos diversificar a lista, para apresentar soluções em vários tipos de elementos do mobiliário urbano.
Em Dandenong, subúrbio da cidade australiana de Melbourne, a Lonsdale Street foi totalmente revitalizada. Além das árvores, o destaque fica para os vários bancos de madeira instalados no passeio público, que convidam as pessoas a sentarem e tornam a avenida muito mais viva.
Em Jerusalém, o calor incomoda bastante. Na Vallero Square, um espaço que fica em frente ao Mahane Yehuda Market (local de grande circulação de pessoas), foram instaladas essas incríveis estruturas em forma de flor, que abrem ou fecham, dependendo da estação e da hora do dia.
Quando está quente, as pétalas abertas fornecem sombra para quem quiser sentar e aproveitar a praça. À noite, as lâmpadas das flores fornecem luz artificial para tornar o local mais convidativo aos pedestres.
Na capital americana Washington, D.C., tiveram uma ideia muito legal: aproveitar parquímetros velhos para fazer bicicletários — estruturas onde os ciclistas podem “estacionar” e prender o cadeado em suas bicicletas. Além de reaproveitar o equipamento, incentiva o uso desse meio de transporte sustentável.
O Metropol Parasol é ao mesmo tempo uma estrutura que oferece conforto térmico aos transeuntes por filtrar a luz do sol e um ponto turístico. Desenvolvido pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann, é uma obra monumental que fica na Plaza de La Encarnación e é considerada a maior estrutura construída em madeira do mundo.
Outra estrutura de madeira que chama a atenção é esse ponto de ônibus em Baltimore, nos Estados Unidos. Trata-se de um grande letreiro que forma a palavra BUS (“ônibus” em inglês). Além de permitir que as pessoas sentem nas partes vazadas das letras, é um local onde muitos param para tirar fotos.
Mais uma vez o High Line — parque elevado construído sobre uma antiga linha férrea em Manhattan — figura em uma lista aqui do blog. Dessa vez, por conta da solução que os designers encontraram para iluminar o local à noite: com lâmpadas instaladas embaixo dos bancos, sem precisar instalar postes, que dariam uma carga visual maior ao lugar.
Fechamos a lista com mais um bom exemplo de mobiliário urbano vindo da Austrália: as lixeiras Bigbelly. Elas compactam automaticamente o lixo jogado dentro delas, oferecendo uma capacidade até oito vezes maior que uma lixeira de rua comum. Como se não bastasse, as engrenagens funcionam por meio de energia solar e a lixeira está integrada com um sistema inteligente de coleta.
O parque Discovery Green, em Houston, Estados Unidos, recebeu em 2016 uma instalação temporária que era ao mesmo tempo mobiliário e parque de diversões. Foram 20 estruturas chamadas Los Trompos, inspiradas nos piões mexicanos, estimulando as brincadeiras, a convivência e a alegria no local.
Em Porto Alegre, um exemplo legal de mobiliário urbano criativo está na Rua da Cultura, inaugurada no campus da PUCRS em junho de 2018. Ela faz parte de um movimento que pretende criar um novo polo cultural e gastronômico para a cidade.
O mobiliário do local conta com decks, arquibancadas e o assento em forma de rede, como ilustra a foto abaixo. Tudo estimular a convivência não apenas entre a comunidade acadêmica, mas na população de Porto Alegre em geral.
Já pensou como seria a sua cidade com mais soluções como essas no mobiliário urbano? Se você gostou do artigo, compartilhe com seus amigos nas redes sociais e deixe um comentário com sua opinião sobre o assunto.
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