Esqueça os móveis montados com garrafas pet e os blocos de anotação feitos de papel reciclado – o ecodesign vai muito além disso. Você consegue imaginar todo o ciclo de vida dos produtos que consome? Já parou para pensar nos processos que envolvem a produção, venda e descarte de suas roupas e sapatos, por exemplo? Hoje presente em diferentes áreas, o movimento do design ecológico ganha cada vez mais preocupação por parte das empresas, considerando desde questões ambientais até econômicas e sociais.
Desmatamento, industrialização, poluição, superpopulação. Esses foram alguns dos motivos que levaram o americano Victor Papanek, criador do termo ecodesign, a escrever o livro Design for the real world (1971), considerado uma espécie de manifesto do design ecológico. Sustentando que o único fator relevante do design é a maneira como ele afeta as pessoas, Papanek dedicou-se a boicotar indústrias, ao liderar uma onda de projetos com a proposta de “faça-você-mesmo”.
Segundo o pesquisador, o ecodesign não deve pensar apenas na concepção do produto, mas em todas as etapas de produção, distribuição, consumo e descarte. Para reduzir o impacto ambiental, o objetivo principal é levar em consideração a integração com a natureza e a otimização de recursos não-renováveis, através de:
Na arquitetura, por exemplo, esses conceitos são cada vez mais utilizados, e vão muito além da matéria-prima reaproveitada em móveis e itens de decoração. Há grandes projetos em que o ecodesign não é apenas uma característica da construção, mas sua ideia principal.
Quanto à eficiência energética, além dos já conhecidos painéis fotovoltaicos, uma tendência interessante são os telhados verdes, uma camada com solo e vegetação na cobertura de residências e fábricas, que proporciona isolamento térmico, diminuindo o consumo do ar condicionado.
Com tantos conceitos teóricos, pode até ficar difícil de entender como o ecodesign funciona na prática. Para tornar tudo mais claro, alguns exemplos que representam o design ecológico.
Criado pelo designer holandês Dave Hakkens, esse projeto consiste em desenvolver máquinas de reciclagem de plástico particulares, que podem ser montadas em qualquer lugar, por qualquer pessoa. Hakkens já concluiu as máquinas, e está na fase de propagar a informação gratuitamente.
Imagine caminhar quilômetros com um galão de água potável sobre a cabeça. É isso que faziam crianças e mulheres da África e da Ásia para garantir a sobrevivência, até a chegada do Hippo Roller, criado por uma dupla de engenheiros sul-africanos em 1991. Trata-se de um galão de água de 90 litros, que impede o líquido de ser contaminado no transporte e torna a locomoção extremamente prática e rápida. Calcula-se que a iniciativa já tenha distribuído mais de 45 mil unidades do produto e alcançado cerca de 300 mil pessoas.
No Brasil, a gaúcha Vuelo é um excelente exemplo de marca que pensa o design ecológico. Com bolsas, mochilas e acessórios feitos com câmaras de pneu e forradas com nylon de guarda-chuvas, o projeto incentiva não só o reaproveito de materias com longos períodos de decomposição, mas também o trabalho em comunidades de reciclagem, que realizam a triagem e preparo dos materiais.
Outra iniciativa de Porto Alegre hoje ganha o Brasil com criações totalmente sustentáveis. É a Insecta Shoes, marca de sapatos veganos e ecológicos, produzidos com tecidos de roupas vintage e garrafas plásticas recicladas. Até o final de 2014, quando a Insecta completou um ano de existência, estima-se que 500 peças de roupas e 150kg de tecido tenham sido reaproveitados em seus produtos.
Ignorar a onda sustentável e o pensamento ecológico pode custar caro para as empresas. Literalmente. Foi isso que apontou uma pesquisa realizada em 2014 pela consultoria McKinsey.
Ao ouvir 3.344 executivos, que representam uma gama de empresas de diversas regiões e segmentos de negócios, e descobriram que 43% dos entrevistados entendem que suas empresas buscam alinhar a sustentabilidade aos objetivos, missão ou valores do negócio. Em 2010, esse percentual era de apenas 21%. Além de aprimorar a eficiência operacional e baixar os custos, essa estratégia ecologicamente correta busca melhorar a reputação das companhias.
Fora do mundo corporativo, o ecodesign também mostra sua cara. Outra vertente desse pensamento ecológico e sustentável é notada na economia colaborativa, em que “utilizar” é mais importante do que “possuir”, ou seja, o acesso vale mais do que a propriedade.
Já conhecia o conceito de ecodesign? Participa de alguma iniciativa do tipo? Compartilhe conosco nos comentários e continue ligado no blog!
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