Descubra por que o crowdfunding é a rifa moderna

Você já deve ter ouvido alguém batendo na tecla que, se você tem uma meta e tiver disposição e disciplina para correr atrás dela, irá alcançá-la. A própria psicologia mostra que essa postura positiva dá resultado prático – e pode ser desenvolvida. Mas será que não estamos perdendo alguma coisa ao focar demais em nós mesmos?

 

O crowdfunding propõe dar um passo além: aliar a confiança no próprio taco com a consciência coletiva. Ou seja, saber que você pode fazer, mas também saber que, sem mobilizar ou engajar outras pessoas, fica difícil alcançar os objetivos propostos.

O que é crowdfunding

Crowdfunding é uma prática conhecida na língua portuguesa como financiamento coletivo. Basicamente, é quando um projeto é viabilizado financeiramente por várias pessoas que se identificam com a ideia e resolvem contribuir para que ela saia do papel. Pode ser usado para tornar realidade obras artísticas, trabalhos jornalísticos, produtos, serviços, empresas, projetos sociais e muito mais.

 

O mais interessante é que todo mundo sai ganhando, porque há recompensas previamente definidas para os usuários que ajudaram. E quem executa o projeto tem a total segurança de só precisar gastar seus recursos (materiais e horas de trabalho) caso o montante necessário tenha sido arrecadado.

 

Não deixa de ser uma forma de empoderamento, pois é possível realizar um projeto profissional ou pessoal sem depender da aprovação em editais públicos, sem implorar por patrocínio, sem pagar altos juros em empréstimos bancários e sem o risco de não ter retorno sobre o investimento.

 

Para isso, como já destacamos no início do texto, é preciso engajar outras pessoas. E o engajamento vai muito além do interesse, pois quem se engaja em uma causa não apenas acredita nela, mas decide que vale a pena investir seu dinheiro para torná-la realidade. Por isso, quando o propósito do projeto fica claro, é muito mais fácil fazer esse tipo de conexão.

Como funciona o financiamento coletivo

Um leitor mais perspicaz pode lembrar que o crowdfunding não é nenhuma novidade, pois a velha rifa está por aí há muito tempo. O que temos hoje, no entanto, são plataformas online, sites que viabilizam o financiamento coletivo fazendo a mediação entre quem quer arrecadar o dinheiro e os possíveis interessados em ajudar.

 

Funciona assim: a pessoa cria um usuário no site, cadastra as informações sobre o seu projeto e define uma meta de arrecadação e as recompensas. A partir daí, a proposta será vista por quem acessa o site, que poderá ajudar ou não, e começa a contar um prazo – geralmente de 60 dias – para que a meta seja alcançada e o projeto viabilizado.

 

Geralmente, são definidos diferentes níveis de recompensas. Quanto mais o apoiador paga, melhor é o mimo que recebe. No projeto de um livro, por exemplo, o escritor pode definir que quem paga R$ 20 tem o nome registrado nos agradecimentos, quem paga R$ 40 recebe o livro e quem paga R$ 60 recebe o livro com uma dedicatória e um marca páginas exclusivo.

 

Os administradores do site também ganham, porque recebem um percentual sobre os valores arrecadados. Mesmo assim, vale mais a pena utilizar esses canais do que divulgar por conta própria entre os amigos e conhecidos pelas redes sociais. Isso porque o projeto cadastrado em uma plataforma de crowdfunding tem mais credibilidade.

 

Sem contar que muita gente vê a barrinha da meta (que mostra quanto do total foi arrecadado e quantos dias faltam para a campanha acabar) e se motiva a apoiar apenas para ajudar, mesmo que não tenha interesse em nenhuma recompensa – lembrando que é possível doar um valor abaixo da recompensa mais barata.

 

Quer entender melhor como funcionam os sites de crowdfunding? Abaixo, apresentamos alguns dos principais serviços de financiamento coletivo disponíveis no Brasil.

 

Catarse – Podem ser cadastrados projetos de várias categorias. Os mais comuns são livros, HQs e jogos de RPG.

 

Kickante – Reúne projetos variados, relacionados a jogos, livros, filmes e, principalmente, causas sociais, animais, ambientais e pessoais.

 

Vakinha – Site criado quando ainda nem se falava em crowdfunding no Brasil. As “vaquinhas” cadastradas não oferecem recompensa, pois geralmente são relacionadas a causas pessoais (problemas de saúde, jurídicos ou arrecadação de dinheiro para a realização de um sonho).

 

Juntos.com.vc – ONG que promove em sua plataforma projetos sociais que passam por uma curadoria.

Exemplos de projetos

Vários projetos interessantes no Brasil e no mundo já foram financiados graças ao crowdfunding. Veja algumas histórias para se inspirar:

 

A Banda Mais Bonita da Cidade – Depois do sucesso com o clipe da música Oração, a banda de Curitiba aproveitou o embalo para financiar seu primeiro disco, em 2011.

 

Teatro Mágico – Ainda no segmento da música, a banda Teatro Mágico arrecadou quase R$ 400 mil em 60 dias em 2016 para lançar seu sexto álbum e viabilizar a estrutura para realizar seus shows de maneira independente.

 

As Aventuras de Léca e Seus Amigos – Filme em animação com personagens cadeirantes, uma causa bonita que arrecadou quase R$ 150 mil no Catarse em 2013.

 

Ajude a Gigi – Campanha realizada no site Vakinha que conseguiu arrecadar R$ 422 mil para o tratamento de Giovana Lima, a Gigi, que nasceu com uma síndrome rara que a impede de enxergar.

 

Kit Estrutural Mola – O kit é uma invenção de um brasileiro para estudar e ensinar o comportamento das estruturas arquitetônicas. Arrecadou mais de R$ 600 mil no Catarse.

 

3Doodle – Primeira caneta 3D do mundo, desenvolvida nos Estados Unidos, que permite criar lindas formas e estruturas. Arrecadou mais de US$ 2,3 milhões no Kickstarter, enquanto a meta era de apenas US$ 30 mil.

 

Star Citizen – Outro projeto financiado na plataforma americana Kickstarter, o game Star Citizen já figurou até no Guinness Book por ter arrecadado US$ 151 milhões.

3Doodle
A caneta 3Doodle foi financiada por meio do crowdfunding. Foto: Divulgação

Equity crowdfunding

Uma categoria à parte entre os sites de financiamento coletivo são as plataformas de equity crowdfunding. Elas funcionam com uma lógica semelhante às que vimos antes – com meta de arrecadação – mas os projetos são empreendimentos e as recompensas são participações societárias na futura empresa.

 

No fim, são sites que fazem a mediação entre investidores de risco e empreendedores, apropriando-se do formato dos sites de crowdfunding. São exemplos dessas plataformas no Brasil os sites StartMeUp, Kria e EqSeed.

Como conseguir apoio no crowdfunding

Você também pode experimentar o empoderamento e a colaboração do financiamento coletivo. Se ainda está na fase de concepção do projeto, tenha em mente que iniciativas com impacto social positivo costumam ter mais sucesso. Na hora de executar a campanha, siga as dicas abaixo para aumentar as chances de sucesso.

1. Escolha o canal certo

Estude os padrões dos diversos sites de crowdfunding disponíveis para entender quais iniciativas engajam mais o público de cada um deles.

2. Saiba se comunicar

Os usuários precisam entender muito bem do que se trata o seu projeto, então seja claro na mensagem. Uma dica importante para mobilizar e ganhar a confiança das pessoas é fazer um vídeo e mostrar a sua cara.

3. Seja sincero

Não seja megalomaníaco estabelecendo uma meta muito alta. Peça o que é realmente necessário e explique muito bem como o dinheiro será investido.

4. Diversifique a recompensa

Seja criativo e estabeleça vários níveis de recompensas que valham a pena e sejam proporcionais ao dinheiro investido, para que seja possível contribuir com valores pequenos ou altos.

5. Prepare-se

“Hai voluto la bicicletta? adesso pedala!” O ditado italiano quer dizer “Quis a bicicleta? Agora pedala!”. Organize-se para que, caso a meta seja alcançada, você consiga desenvolver o projeto e distribuir as recompensas.

 

Viu como a colaboração pode fazer a diferença na vida das pessoas? Se você quiser saber mais sobre iniciativas colaborativas, empoderamento e inovação, entre em contato conosco. Caso tenha alguma dúvida sobre o assunto, deixe um comentário abaixo.

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