“Arquitetura é um produto da cultura para a qual foi projetada.” Essa interessante frase (em tradução livre) abre o texto Architecture Reflects Culture, publicado no site PDH Academy.
Cultura, nesse caso, é o conjunto de “hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”, parafraseando a definição do antropólogo Edward Burnett Tylor.
Cada sociedade tem seus hábitos e capacidades, que acabam inspirando uma arquitetura própria. Afinal, a arquitetura é muito mais que projetar construções fortes e robustas. Ela consiste na criação de ambientes dos quais as pessoas possam se beneficiar de diferentes maneiras.
Por isso a forte conexão entre arquitetura e cultura, o que nos permite encontrar estilos arquitetônicos tão diferentes mundo afora.
Além dos modismos
A história da arquitetura é marcada por épocas em que determinados estilos e conceitos ganharam destaque em algum canto do planeta e, vez ou outra, acabaram influenciando as construções de outros países.
O estilo das casas inglesas no reinado da rainha Vitória, no século 19, é exemplo de um tipo de arquitetura marcante de determinado período, que acabou sendo difundido em vários lugares do mundo graças à expansão do Império Britânico.
Em 1919, surgiu a Bauhaus, uma escola de design alemã que teve grande importância na arquitetura moderna. Na mesma época houve o apogeu do estilo art déco, com seus cantos curvos e formas estilizadas.
A arquitetura dessas épocas influenciam projetos até hoje, mas queremos falar sobre estilos e características bem mais perenes, que dificilmente vão deixar de ter relevância, já que estão arraigados nas culturas locais há muito tempo.
5 estilos marcantes de arquitetura pelo mundo
1. Arquitetura japonesa
Apesar dos encantadores telhados curvos, a arquitetura japonesa tem tudo a ver com simplicidade e minimalismo. Os ambientes internos são projetados para serem limpos, arejados, claros e quase sem adornos. Muito disso se deve à cultura zen, contrária ao apego e às distrações desnecessárias.
Paredes móveis, boa marcenaria e integração com a natureza (plantas e jardins bem cuidados) são outras características importantes. Lares mais tradicionais contam com um cômodo (ou uma pequena construção à parte do restante da casa) destinada à cerimônia do chá.
Com a grande densidade demográfica no Japão atual, não há mais tanto espaço para essa sala, mas os conceitos de simplicidade e minimalismo continuam.
2. Arquitetura islâmica
São comuns, nas construções das culturas árabe e islâmica, os pátios internos com jardins. Entre esses ambientes e a área construída interna há muitas colunas, arcos e cúpulas. A grande beleza desses prédios, principalmente nas mesquitas, está nos mosaicos e arabescos.
Mas é impossível falar em arquitetura árabe sem mencionar os muxarabis, que são paredes vazadas com bonitos desenhos, que proporcionam privacidade (quem está de dentro enxerga fora, mas não o contrário), ventilação e iluminação (filtrando, porém, a luz solar) ao mesmo tempo. Um recurso belíssimo e, ao mesmo tempo, funcional.
3. Arquitetura nórdica
A Península Escandinava, região da Europa onde ficam Noruega, Suécia e Finlândia, tem invernos rigorosos. O clima hostil inspira a arquitetura do essencial. Assim como a arquitetura japonesa, a nórdica foca na simplicidade, organização e praticidade. E o material preponderante também é a madeira.
Enquanto no exterior é comum a cor vermelha, no interior predominam tons neutros e claros, para beneficiar a iluminação dos cômodos. Janelas grandes e muitas luminárias na decoração também são características marcantes, já que o inverno em latitudes altas é de pouca luz.
4. Arquitetura italiana
Enquanto as igrejas e prédios oficiais antigos da Itália, com influência grega e romana, são cheios de ornamentos, o estilo mais conhecido de suas habitações é o visual rústico da Toscana.
São traços simples, compondo ambientes aconchegantes que têm tudo a ver com a vida tranquila do interior. Esses conceitos estão muito presentes em regiões de colonização italiana no Rio Grande do Sul.
Uma característica que merece destaque na arquitetura de influência italiana é a cozinha ampla, por motivos extremamente culturais. Além da relação sempre muito próxima dos italianos com a culinária, e cozinha costuma ser, nos lares italianos tradicionais, o local de socialização mais importante.
5. Arquitetura grega
Não poderia faltar, na nossa lista, a ornamentada arquitetura grega clássica e suas colunas nos estilos dórico, jônico e coríntio, com recursos como cornijas, frisos, capitéis e bases. Na Grécia Antiga, a matemática foi utilizada pela primeira vez na arquitetura, para encontrar proporções ideais para os ambientes.
Esse estilo influenciou a civilização romana e, a partir daí, a arquitetura de igrejas e prédios oficiais na Europa toda. Com a exploração do “novo mundo”, a influência grega veio também para as colônias americanas.
Hoje em dia, são comuns em bairros luxuosos do Brasil os prédios no estilo neoclássico, que buscam resgatar o refinamento arquitetônico da Grécia Antiga.
Projeto premiado no Menino Deus foca no bem-estar
Até agora, falamos sobre características culturais que acompanham determinadas regiões do mundo há muito tempo. Mas a verdade é que a cultura muda — e a arquitetura também.
Os arquitetos, porém, sempre vão se inspirar em ideias que deram certo no passado e ainda fazem sentido. Sempre com o objetivo de proporcionar bem-estar às pessoas que ocuparão as construções.
Esse é um dos conceitos por trás do iO Menino Deus, projeto da Wikihaus que foi vencedor do International Property Awards, um dos mais renomados prêmios de arquitetura e design do mundo. Acesse esta página e conheça mais sobre o projeto que mistura pessoas, natureza, conveniência, gastronomia, lazer e mobilidade.
Se você quiser saber mais sobre como a arquitetura e o urbanismo influenciam na nossa qualidade de vida, navegue pelos demais conteúdos do blog. Caso tenha alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário abaixo ou entre em contato conosco.