O Netflix, Uber, Spotify e Ebay mudaram o jeito como as pessoas assistem filmes, se locomovem, ouvem músicas e compram e vendem coisas. É notório como essas e outras tantas inovações tecnológicas tornam nosso cotidiano muito mais fácil e eficiente. E geralmente com um custo-benefício bem melhor que o dos modelos antigos.
Se a tecnologia tem o potencial de revolucionar o mercado de bens e serviços, será que não pode fazer o mesmo com as iniciativas sociais? A mesma ideia de colaboração por trás de algumas das startups mais conhecidas e valiosas de hoje não pode ser aplicada com o objetivo central de fazer o bem?
As pessoas são boas?
Em um TED Talk recente (assista aqui), o renomado psicólogo e linguista canadense Steven Pinker buscou derrubar o mito de que nosso mundo está cada vez pior. Exibindo dados sobre violência, poluição, pobreza e outras áreas e comparando-os com a realidade de 30 anos atrás, ele conclui que estamos progredindo.
Isso é possível porque as novas gerações desenvolvem uma mentalidade social e empatia cada vez maiores, o que se manifesta no consumo consciente e na disposição para ajudar o próximo. Com uma rotina tão corrida, porém, muitos enxergam poucas oportunidades de fazer o bem. É aí que entram as tecnologias que fazem a diferença.
São plataformas que têm como objetivo aproveitar a bondade inerente às pessoas. E a maneira que seus criadores encontraram para cumprir esse propósito é desenvolvendo mecanismos que facilitam as boas ações. Com esse incentivo e facilidade de acesso, não há mais desculpas para não fazer a sua parte.
Aplicativos que descomplicam a ajuda
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) prevê que, até outubro de 2018, o número de smartphones iguale o número de habitantes (209 milhões de pessoas) no Brasil. Os aplicativos desenvolvidos para esses dispositivos, portanto, estão entre as melhores maneiras de difundir as tecnologias que fazem a diferença.
A seguir, apresentamos soluções tecnológicas – a maioria apps para smartphone – que, de alguma maneira, contribuem para a construção de um mundo melhor.
Contra o desperdício e a fome
A americana Jasmine Crowe tinha o costume de promover jantares para pessoas sem-teto na cidade de Atlanta. Ela observava que o problema da fome não era a falta de alimentos, mas sim a má distribuição, dificuldades de logística e desperdício.
Jasmine teve a ideia de criar o Goodr, um aplicativo que faz o meio-campo entre restaurantes e instituições sociais, de modo a aproveitar alimentos em totais condições de serem comidos – e que seriam desperdiçados – para alimentar quem precisa. Saiba mais no site da empresa.
Olhos para cegos
O Be My Eyes é um aplicativo gratuito que conecta pessoas cegas ou com baixa visão a voluntários que fornecem “assistência visual” através de uma videochamada. Essa assistência é no sentido de ajudar quem tem deficiência visual a completar tarefas diversas que são fáceis para uma pessoa que não tem a visão comprometida.
Por exemplo, olhar qual é a data de validade de determinado alimento. Como uma pessoa cega que está sozinha em casa descobriria essa informação? Basta acionar um voluntário e direcionar a câmera do celular para o alimento. Segundo o site do aplicativo, mais de 90% das chamadas são atendidas em até 30 segundos.
Incentivando a doação de sangue
Todo mundo sabe que doar sangue pode salvar vidas, mas muitos hemocentros têm estoques bem abaixo do que seria o ideal. Para melhorar esse cenário, há vários aplicativos e sites que, de alguma maneira, buscam incentivar as doações. Duas dessas iniciativas foram desenvolvidas por alunos de universidades gaúchas.
Uma delas é o Hemotify, plataforma criada por alunos de engenharia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que promove a conexão entre doadores e hemocentros. Outra, chamada Bloodify, criada por alunos da Unisinos, oferece cupons de desconto para doadores. Os serviços da Bloodify estão, porém, suspensos por tempo indeterminado.
Boa forma = boa ação
Um dos mais conhecidos aplicativos com finalidade social do mundo é o Charity Miles. O usuário faz o download do app (gratuito) e escolhe uma instituição de caridade que o agrade. A partir daí, as distâncias percorridas em corridas e caminhadas serão computadas.
A cada milha (1,6 quilômetro) percorrida, a instituição escolhida recebe dinheiro doado pelos patrocinadores da plataforma. O legal é que o app ainda incentiva os usuários a preservarem a boa forma. Uma iniciativa parecida, o WoofTrax, monitora as saídas para passear com os cachorros, e suas doações são direcionadas a organizações de cuidado animal.
Para descobrir como ajudar
O aplicativo One Today foi criado pela gigante Google. Ele é muito simples, porém a ideia não deixa de ser interessante: mostrar para os usuários que não é preciso ser abastado para ajudar em uma causa, pois as doações podem ser de apenas US$ 1. A cada dia, o aplicativo mostra uma instituição diferente, então opções para se engajar não faltam.
Para saber o que é bom
Com o GoodGuide, os usuários utilizam a câmera do celular para escanear códigos de barras de produtos. O aplicativo informará se os itens possuem substâncias nocivas em sua composição ou se a sua produção não fere as melhores práticas sociais (se não há trabalho escravo, por exemplo) e ambientais.
É uma ferramenta que estimula a compra consciente, portanto. Por enquanto, não há produtos brasileiros no banco de dados do app, mas os criadores já manifestaram o interesse de expandir a atuação do aplicativo para o Brasil.
O que achou dessas iniciativas? Você conhece outro site, aplicativo ou tecnologia que faz a diferença e torna o mundo melhor? Fale sobre ele na caixa de comentários abaixo. Se tiver alguma dúvida sobre inovação e práticas colaborativas, entre em contato conosco.