Você já ouviu falar em “disrupção”? É bem provável que sim! O termo tornou-se praticamente um jargão, ainda mais quando consideramos o universo do empreendedorismo. É comum que a expressão seja empregada como sinônimo de “modernidade”, “radicalidade” e até mesmo “inovação”. Mas, pode acreditar: vai muito além disso. O conceito de inovação disruptiva pode ajudar a clarear as ideias.
Pode parecer estranho, mas é isso mesmo: precisamos separar a ideia de inovação e disrupção. Há vinte anos, o professor e pesquisador da Harvard Business School Clayton Christensen propôs segmentar a inovação em, pelo menos, dois tipos: a inovação sustentadora, aquela cuja tecnologia resulta em um produto ou serviço melhor do que o já oferecido, e a inovação disruptiva, aquela que pode ser vista como uma ruptura, um produto ou serviço que transforma o mercado, introduzindo uma opção mais simples, mais conveniente e/ou mais acessível às existentes.
Em seu livro “The Innovator’s Dilemma”, Christensen traz a expressão “disrupção” à raiz da palavra, como significado de corte, quebra e rompimento. Para ele, um produto ou serviço disruptivo é aquele que cria uma grande transformação, anulando a lógica existente e tomando seu mercado.
Parece muito revolucionário e ameaçador? Pois bem, realmente é! A inovação disruptiva está por aí, prestes a despontar e deixando cada vez mais empreendedores cientes de que: se não quiserem ser destruídos, precisam ser os agentes dessa mudança.
Mas, claro, é preciso ter em mente que esse tipo de inovação não se dá do dia para a noite ou a partir de processos simples de brainstorm. Por trás de uma inovação transformadora, estão:
Sim, o público é o principal impulsionador da inovação disruptiva. Afinal, são nas pessoas que residem todas as respostas.
Todos nós temos tarefas cotidianas a serem cumpridas, desde os mais simples, como pagar as contas em dia, até as maiores, como encontrar uma carreira gratificante, passando pelas recorrentes, como alimentar nosso cachorro, e pelas esporádicas, como encontrar a roupa perfeita para uma formatura.
Esses trabalhos geralmente são realizados com a ajuda de produtos ou serviços dos mais diversos tipos: tem aqueles que simplesmente executam suas funções (como uma lotérica, onde é possível pagar boletos), outros, além de cumprirem com seu fim, também facilitam nossas vidas ou tornam a tarefa de pagar contas menos trabalhosa/demorada (como aplicativos de banco com captura de código de barras).
Já ouviu falar que pessoas não compram produtos, mas melhores versões delas mesmas? Pois bem, se uma empresa permanece focada no aprimoramento de suas entregas, por meio de inovações incrementais, não faz nada mais do que entregar o básico, um pouco mais enfeitado. Agora, quando uma empresa olha para seu público, compreende sua dor e suas necessidades, e projeta uma experiência realmente enriquecedora, aí sim, temos um ponto fora da curva.
Aí você pensa: quando finalmente teremos acesso a esse tipo de transformação? Antes de pensar que a inovação disruptiva ainda está para acontecer, saiba que ela já faz parte da sua rotina, já influencia suas decisões de compra e já torna sua vida mais acessível. Vamos a alguns exemplos para você compreender melhor!
A maior parte das inovações presentes na nossa vida atual não vieram do topo da pirâmide, das grandes empresas ou corporações, mas de empreendedores emergentes, pessoas comuns que estavam apenas procurando uma maneira menos burocrática e cara de resolver questões básicas do cotidiano.
Em 2009, um imigrante ucraniano radicado nos Estados Unidos queria uma forma fácil, ágil e barata de se comunicar com pessoas. Criou, então, um aplicativo de mensagens que, além de gratuito, funciona como uma agenda de contatos, faz com que as mensagens chegassem rapidamente a todos os usuários e está disponível em todas os sistemas operacionais.
O WhatsApp se transformou em um fenômeno viral com cerca de 1,2 bilhão de usuários no mundo inteiro – e adquirido pelo Facebook em 2012 por US$22 bilhões. O aplicativo culminou em um quase abandono do uso de mensagens de texto (SMS) e trouxe uma nova lógica de mercado.
Quando um americano teve que pagar uma multa para uma videolocadora, ao atrasar a entrega de um filme, chegou a conclusão de que seria muito melhor poder alugar filmes sem ter data definida para a devolução. Sua ideia se transformou, inicialmente, em um serviço de aluguel com pagamento mensal para recebimento de títulos em casa.
Compreendendo o cenário de queda dos videocassetes e à revolução da internet, a intenção inicial se transformou no streaming de vídeos online mais popular do mundo: a Netflix – que conta atualmente com 81 milhões de clientes, em 190 países. A ideia revolucionou a forma como consumimos filmes em casa e se transformou no terror das videolocadoras.
Ao pedir demissão do seu emprego, um rapaz não tinha nada mais do que um carro velho, um colchão e pouco dinheiro no bolso. Ele decide, então, mudar-se para a mesma cidade de um amigo seu, mas percebe que não tem grana suficiente para alugar uma casa. Nos dias em que se hospedou na casa do parceiro, a cidade recebeu uma grande conferência de Design que lotou todos os hotéis da região.
Os dois amigos perceberam, então, uma oportunidade de negócio: arrendar a casa aos visitantes da conferência que não tinham conseguido um lugar para dormir. Assim, nasceu o AirBnB: serviço comunitário de hospedagem, presente em mais 192 países, que vem tomando o lugar de muitos hotéis pelo mundo.
Em uma tarde de neve em Paris em 2008, dois amigos tiveram dificuldades em pegar um táxi. Então eles tiveram uma simples ideia: imaginaram um serviço onde poderia ser possível chamar um carro com motorista particular, apenas com um toque no celular.
A partir daí, surgiu a Uber, uma das startups mais inovadoras do mundo, que já vale mais de US$ 50 bilhões e que tem causado polêmicas por onde passa devido a “disputas” com taxistas, seja pelo fato de oferecer um serviço diferenciado, proporcionar uma renda extra a motoristas e incentivar a economia colaborativa.
Viu? A inovação disruptiva não está tão distante da sua realidade. Como você pode perceber, apenas a iniciativa não é o bastante. Além da percepção de mercado e detecção de um nicho, muita pesquisa, desenvolvimento e experimentação é necessária. Se você é empreendedor, comece prestando atenção ao seu redor, às tarefas que seu público cumpre com os produtos ou serviços que você oferece. Conversando com pessoas, planejando possibilidades e saindo da sua zona de conforto também é possível inovar com disrupção.
Mudou sua percepção sobre inovação? Conhece mais exemplos de inovação disruptiva? Compartilhe sua percepção nos comentários! 😁
Quantas vezes ouvimos falar que uma imagem vale mais do que mil palavras? Será mesmo? Bem, um estudo feito pela […]
Leia Mais >>Toda conquista tende a ficar mais interessante quando resulta de um trabalho conjunto. Isso explica por que muitas pessoas acabam […]
Leia Mais >>A venda de imóveis é uma oportunidade constante para os investidores do setor. Por isso, é importante seguir alguns quesitos […]
Leia Mais >>