O ser humano depende de recursos naturais para sobreviver. Alguns desses recursos são renováveis, mas precisam das condições ideais para que seu ciclo não se encerre. O problema é que o modelo de produção que temos hoje não colabora com essa renovação.
O que nos leva a falar sobre o ecodesign, um conceito que hoje não é mais usado apenas na concepção de produtos, mas também para caracterizar alternativas verdes para o planejamento de cidades.
O ecodesign é a prática de desenvolver novos produtos respeitando princípios da sustentabilidade ambiental, ou seja, sem agredir o meio ambiente. Podemos definir como alguns dos pilares do ecodesign:
Além da sustentabilidade ambiental, o ecodesign também tem a ver com preocupação com a responsabilidade econômica e social. Ou seja, não deve haver lucros abusivos e pessoas sendo exploradas na cadeia produtiva.
O consumo desenfreado e irresponsável já foi bastante problematizado, tanto é que hoje o cenário do mercado é de um público consumidor cada vez mais consciente de seu papel na preservação do meio ambiente. O passo seguinte é levar essa consciência para um plano maior.
“Há lugares que estão mesclando o design das cidades e subúrbios com a sustentabilidade ambiental. Que estão lidando com o aquecimento global, equilibrando o transporte, melhorando o design e gerenciando o crescimento urbano”, conta Jonathan Barnett, professor emérito da University of Pennsylvania, no vídeo de apresentação do curso Ecodesign for Cities and Suburbs.
Esse é o conceito de ecodesign aplicado às cidades, que propõe encontrar um meio termo entre natureza e desenvolvimento, atacando os problemas que tornam as esses locais disfuncionais, desagradáveis e prejudiciais ao meio ambiente.
O ecodesign, porém, não tem como foco apenas o meio ambiente. O objetivo é utilizar melhor os recursos, com eficiência energética, mas também criar cidades atrativas, boas de morar, com qualidade de vida.
O curso Ecodesign for Cities and Suburbs foi criado pela University of British Columbia e pode ser feito online, na plataforma de ensino a distância edX. É totalmente gratuito — para obter o certificado, no entanto, é preciso pagar US$ 99.
Segundo os professores, cada um pode — e deve — fazer a sua parte: profissionais do design, governo, empresários, estudantes e demais cidadãos. O curso se propõe a apresentar inspirações concretas e ideias específicas para ajudar o aluno a partir para a ação.
Não faltam, mundo afora, bons exemplos de iniciativas que utilizaram os conceitos do ecodesign para tornar as cidades mais sustentáveis e agradáveis. Confira, a seguir, alguns deles.
A Colômbia tem sido um grande exemplo para a América Latina na maneira como tem trabalhado para melhorar suas construções e aumentar a eficiência energética, e o CCCS lidera esses esforços. Desde 2009, o conselho faz parte do World Green Building Council.
Atualmente, Bogotá planeja seu novo plano diretor, para os próximos 12 anos, com a meta de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 32% nas novas construções. Um projeto de ecodesign interessante em andamento são os prédios do complexo Elementos, feitos com material reciclado, painéis solares e telhados verdes.
É consenso entre todos que moram ou já visitaram a maior metrópole do Brasil: São Paulo é uma cidade muito cinza e pouco verde. Mas há iniciativas discretas que, embora não façam parte de um plano maior de disseminação da sustentabilidade, devem ser destacadas, como os edifícios com telhados verdes e jardins verticais.
Essa cobertura vegetal ajuda na purificação do ar notadamente poluído da capital paulista. Seu maior benefício, porém, é funcionar como um eficiente e natural isolante térmico, que reduz o gasto de energia com ar condicionado.
Um exemplo conhecido de telhado verde é o Edifício Conde Francisco Matarazzo, no Vale do Anhangabaú (centro). Também encontramos prédios com esse tipo de cobertura nas avenidas Faria Lima e Paulista, na Marginal Pinheiros e na Vila Madalena.
O Hammarby Sjöstad é uma região no sul de Estocolmo, capital da Suécia, que passa por um projeto de desenvolvimento urbano. É um dos principais exemplos de ecodesign em cidades da Europa e do mundo.
Antigamente, Hammarby Sjöstad era uma área industrial. Começou a ser reconstruída como bairro sustentável em 1993 e hoje está se tornando praticamente uma ecocidade. O plano integrado da localidade tem regras para novas construções, coleta de lixo, esgoto, uso da água e transporte. E a meta de reduzir em 50% o consumo de eletricidade.
A Battery Park City é uma área construída sobre o rio Hudson que integra a ilha de Manhattan, em Nova York. A área é conhecida pela vista do rio e por seus edifícios sustentáveis.
Um deles é o The Solaire, o primeiro grande edifício residencial americano desenvolvido com critérios de sustentabilidade. Ele é equipado com sensores de iluminação e climatização que permitem um uso mais inteligente de energia — o prédio consome 35% menos do que o máximo permitido pela lei.
E você? O que pensa sobre os conceitos e iniciativas relacionadas ao ecodesign? Esperamos que, dentro de alguns anos, elas deixem de ser exemplos especiais e se tornem um padrão nas construções e projetos de urbanização. Deixe um comentário com a sua opinião.
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