Quando o assunto é mobilidade urbana, todo mundo gosta de fantasiar sobre como seria a cidade ideal, com um trânsito fluido e eficientes alternativas no transporte público. E o costume é pensar que essa realidade só seria possível com a boa vontade da classe política.
É verdade que governantes conscientes podem fazer muito nessa área, mesmo com um orçamento apertado. Mas é um erro não olhar para a responsabilidade de cada um. Afinal, a mobilidade urbana é um atributo “que corresponde à capacidade de deslocamento de indivíduos para suprir suas necessidades para a realização das atividades cotidianas”.
Essa definição, dada pelo Instituto de Certificação e Estudos de Trânsito e Transportes (Icetran), é interessante porque não fala em trânsito ou políticas públicas. Pois a capacidade de deslocamento vai muito além disso.
Para que você entenda o que queremos dizer na prática, apresentamos, a seguir, algumas dicas de mobilidade urbana para você, cidadão. Porque todo mundo pode colaborar para que o trajeto entre os pontos A e B de uma cidade sejam mais prazerosos, confortáveis e ágeis.
Nas grandes cidades, o problema de mobilidade urbana mais comentado são os engarrafamentos. As ruas e avenidas ficam tão entupidas de veículos que não é possível dar vazão a todos eles. E na maioria das vezes a solução não é alargar a via para criar uma nova faixa.
Em vez de reclamar do trânsito, o motorista precisa se dar conta de que ele também é o trânsito. O problema dos congestionamentos é que poucas pessoas ocupam muito espaço, já que muita gente conduz seu automóvel sem nenhum passageiro.
Para ter uma melhor noção do que estamos falando, imagine o espaço que 40 pessoas ocupam dentro de um ônibus. Agora pense qual seria a área que as mesmas 40 pessoas ocupariam se cada uma estivesse dirigindo um carro. Uma diferença absurda, não? Permanecendo essa cultura, não há jeito de acabar com a lentidão do trânsito.
Se você quiser colaborar para melhorar a mobilidade urbana, dicas básicas são usar mais o transporte coletivo, andar de bicicleta ou se de se deslocar a pé quando a distância permitir. Ou então considerar a dica seguinte.
Para algumas pessoas, as alternativas ao automóvel não são viáveis por algum motivo – insegurança para pedalar ou caminhar, distância excessiva ou falta de linhas de transporte público. Outras simplesmente não abrem mão da comodidade de ir para o trabalho ou para a aula com o seu carro.
Nesses casos, é possível amenizar o impacto causado no trânsito oferecendo carona para alguém que se desloca na mesma direção. Procure descobrir se há colegas que moram próximo e vão e voltam no mesmo horário.
Geralmente, os mais interessados nas caronas são aqueles que querem escapar do transporte público, mas se dois motoristas forem juntos, é um automóvel a menos na rua. Além de gerar economia, pois eles podem dividir o custo com combustível.
Muitas pessoas vão ler o título desse tópico e torcer o nariz. Calma, não estamos falando de cargos eletivos, partidos, etc. Política também é a habilidade de se relacionar com outras pessoas visando obter determinado resultado.
Se você pensa que pensa que seu bairro poderia ter uma ciclovia, será que adiantaria entrar em contato com o prefeito ou com algum vereador? Pouco provável, a não ser que você seja uma pessoa com muito trânsito e influência entre eles.
Mas e se a reivindicação vier de um grande grupo de pessoas? Descubra se o seu bairro tem uma associação de moradores e procure convencer mais pessoas a se engajarem na causa com você.
Eis uma das dicas de mobilidade urbana que aborda um tema cuja importância poucos se dão conta. A calçada é parte fundamental no mobiliário urbano de uma cidade. Também conhecidas como “passeio público”, ela precisa esta em bom estado para incentivar a circulação de pedestres.
A responsabilidade quanto à conservação das calçadas é um tema polêmico. Embora considere-se que ela faz parte da via pública, há muitas leis municipais Brasil afora que atribuem aos proprietários a incumbência de manter o passeio em frente de seus imóveis em boas condições.
Pode-se argumentar que é uma maneira do poder municipal se eximir desse problema, mas melhor que esperar a administração pública tomar uma atitude para melhorar a qualidade das calçadas da cidade é fazer a sua parte e colaborar para o conforto e segurança de quem se desloca caminhando.
Aproveite o comércio e serviços do bairro onde você mora. Mas por que isso está na lista de dicas de mobilidade urbana? Porque o cenário ideal é ter mercados, padarias, restaurantes, lojas de roupas, ferragens, farmácias, enfim, estabelecimentos de todos os tipos, perto de onde se mora.
Assim, ninguém precisará pegar o carro para suprir uma necessidade do dia a dia. Consumir os produtos e serviços locais é um incentivo para que eles permaneçam, fazendo com que o seu bairro continue sendo autossuficiente.
Temos, para quem tem uma empresa e se preocupa com a mobilidade urbana, dicas especiais. Além de fazer a sua parte para um deslocamento mais racional de pessoas na cidade, o empreendedor que segue esses conselhos poderá ter funcionários muito mais satisfeitos.
A principal dica é incentivar o uso da bicicleta. O básico é destinar um espaço para instalar um bicicletário – de preferência em um local seguro, para não haver risco de roubo. E também providenciar um vestiário ou banheiro com chuveiro, para que os ciclistas possam tomar uma ducha – pois a possibilidade de chegar suado ao trabalho nos dias de verão inibe a ideia.
Em cargos administrativos, em que a presença do profissional não é determinante para o cumprimento das tarefas, uma excelente medida é permitir o home office, ou seja, que os colaboradores trabalhem de casa. Se isso não for possível, possibilitar horários flexíveis, sem entrada e saída na hora do rush, já ajuda.
Outra medida interessante é criar um canal de comunicação para que os funcionários que moram em locais próximos deem carona uns aos outros. Uma empresa grande pode cogitar a disponibilização de uma van para o transporte de funcionários, opção muito melhor do que o transporte público.
Você já sabe que a mobilidade urbana não diz respeito apenas aos veículos automotores. Pedestres e ciclistas também estão querendo chegar a algum lugar. A questão é que, na via pública, não são todos iguais. Quem está de bicicleta ou a pé é muito mais frágil do que quem está dentro da cabine de um carro.
Por isso, nossa dica final é para os motoristas: siga a velha regra do trânsito, que diz que “o maior cuida do menor”. Respeite a preferência do pedestre (mesmo se ele não estiver na faixa de segurança, pare o veículo se ele já tiver iniciado a travessia) e não tire fininho dos ciclistas.
Assim, você colabora para a sensação de segurança deles, incentivando meios sustentáveis de transporte. Quer saber mais sobre planejamento e mobilidade urbana, dicas de transporte alternativo e assuntos relacionados? Entre em contato com a Wikihaus ou deixe um comentário abaixo.
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Meus Caros,
Diante da impossibilidade de diminuir o numero de carros e/ou aumentar as vias,para uma ação rápida seria o reordenamento e regramento dos veículos e vias.
Muitas outras medidas existem, mas mais onerosas e de maior maturação e resultados.
Fui professor de Coordenação e Planejamento dos Transportes da Escola de Engenharia da UFRGS.
Acredito poder contribuir para minorar os problemas do nosso caos do transito.
A primeira coisa a buscar é transporte público eficiente e acessível, como uma opção atraente.
O contrário de Curitiba, onde é ruim e mais caro que andar de carro.