Impactar a sociedade positivamente é uma grande preocupação das empresas ultimamente. É claro para elas o poder de impacto, tanto social quanto ambiental que possuem.
Obter lucro é o principal objetivo das empresas tradicionais. Mas e os negócios sociais? Como funcionam?
Um negócio social é a união entre a dinâmica dos negócios tradicionais com a consciência da filantropia.
O objetivo principal de um negócio social é a maximização do impacto social. Assim como nas ONGS, porém, para atingir este objetivo eles não contam com doações e são auto sustentáveis financeiramente.
Os negócios sociais são empresas que têm como missão fundamental resolver um problema social.
Geralmente a receita inicial provém de investidores que acreditam no potencial do negócio. Estes investidores acreditam que além de gerar lucros, o negócio tem grande potencial para impactar a sociedade positivamente também.
Toda a receita gerada através da operação comercial do negócio é reinvestida na própria organização ou na comunidade para intensificar o seu crescimento e impacto social.
As empresas sociais, assim como qualquer outra, têm metas econômicas para atingir dentro de certo período. Porém para elas também existem as metas sociais, que são o foco principal. Estas metas sociais medem o impacto positivo que a empresa causou. Estes impactos podem ser a diminuição da exclusão social de certo grupo ou diminuição da taxa de desemprego ou anafalbetismo em uma comunidade, por exemplo.
Um negócio social pode ser, por exemplo, uma empresa que oferte um produto ou serviço que melhore a produtividade ou contribua para o desenvolvimento e aprendizado de grupos excluídos. A venda de equipamentos a custo mais baixo ou a venda de tecnologias fabricadas especialmente para uma certa atividade.
O QMágico é um exemplo disso. A ideia do estudante de 23 anos, Thiago Feijão, foi de utilizar a tecnologia para dar acesso a jovens estudantes em vulnerabilidade social a educação de qualidade através de uma plataforma digital.
Hoje o QMágico é essencialmente uma ferramenta digital. Ajuda a conectar professores e alunos oferecendo informações detalhadas e personalizadas sobre a aprendizagem de cada aluno, qualificando assim a aprendizagem e fornecendo soluções para melhorá-la. Atualmente a ferramenta ajuda escolas públicas e privadas além de ONGS e outras instituições de ensino.
Os negócios sociais hoje têm inclusive uma aceleradora dedicada especialmente para eles. A Artemísia tem como lema: “Entre ganhar dinheiro e fazer a diferença no mundo, fique com os dois”. A Artemísia tem o objetivo de mobilizar pessoas, organizações e acelerar startups para trabalharem com geração de negócios sociais. A aceleradora trabalha com seis frentes: Inspiração – Educação-Busca e Seleção de negócios – Aceleradora – Projetos Institucionais – Conhecimento.
Seguindo esta mesma ideia da Artemísia, a Chivas criou um projeto chamado Chivas The Venture. Investe em startups que se propõem a gerar impactos positivos na sociedade. Este ano eles disponibilizaram 1 milhão de dólares para capacitar empresas que querem alcançar o sucesso fazendo o bem. A Chivas acredita que a generosidade e o sucesso devem andar de mãos dadas e que o que fazemos hoje transformará o amanhã.
“ Estamos à procura de negócios sociais de todo o mundo que estão usando os negócios para criar um futuro melhor.”
Para se inscrever no projeto The Venture, basta clicar neste link.
Um dos negócios sociais mais notáveis dos últimos tempos é o Embrace. Ele começou genuinamente como um projeto de classe de alunos de graduação de Stanford. Os alunos foram desafiados a criar uma solução para a hipotermia neonatal que custasse menos da metade do preço que uma incubadora, que é utilizada para aquecer bebês prematuros nos hospitais. A criação seria destinada para países subdesenvolvidos com altas taxas de natalidade como a Ásia e a África.
Depois de muito estudo, pesquisa e testes por parte dos alunos, eles desenvolveram o produto. O Embrace Infant Warmer, é uma espécie de saco de dormir que envolve o recém nascido e os mantém aquecidos assim como em uma incubadora, custando muito menos. O produto recebeu investimento, se uniu a Thrive Networks e passou a ser comercializado principalmente para locais como Afeganistão, Etiópia, India, Haiti, Senegal, Guatemala, China, entre outros.
Um Embrace Infant Warmer custa em torno de 24 dólares, um valor muito mais acessível para as redes de saúde dos países mais pobres. O produto ainda tem a facilidade de poder ser transportado com facilidade para comunidades mais distantes de hospitais ou centros de saúde. Qualquer pessoa pode entrar no site do Embrace e comprá-lo para si, para uma pessoa necessitada ou, por exemplo, para uma clínica na Índia.
Aqui no Brasil existem também alguns notáveis negócios sociais. Como a Tekoha, que comercializa presentes e brindes corporativos para empresas fugindo das opções de brindes sem graça com pouca originalidade. A Tekoha comercializa brindes produzidos dentro de comunidades carentes, feito por pessoas que talvez nunca teriam uma oportunidade no mercado de trabalho.
A Tekoha capacita e estrutura as equipes de produção dentro das comunidades auxiliando também na parte de negociação com as grandes empresas que compram os brindes. Estas grandes empresas têm a oportunidade de inovar nas ações de gifting corporativos através da Tekoha. Isso confere originalidade, sustentabilidade, brasilidade e exclusividade ao design dos brindes, além da grande reflexão sobre o belo, utilização de recursos naturais e sentido do consumo. A Tekoha fomenta o empreendedorismo dentro das comunidades e gera renda para estas pessoas. Valoriza a diversidade e principalmente a mão de obra valiosa que cada uma delas possui.
Além de gerar um impacto social positivo, os negócios sociais estão ensinando o mundo capitalista e todo o mercado que é possível lucrar e fazer o bem ao mesmo tempo, mostrando que talvez a inovação e a verdadeira mudança estão em enxergar além do seu próprio bolso e próprio sucesso.
Entender que todos somos agentes de construção do planeta em que as próximas gerações viverão é o primeiro passo para muitas mudanças positivas e as empresas estão começando a se dar conta do grande poder que têm em tornar o mundo um lugar um pouco melhor e menos individualista.
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