Arquivos Sustentabilidade - Wikihaus https://wikihaus.com.br/category/sustentabilidade/ IMPACTOS POSITIVOS ALÉM DOS MUROS. Conheça na prática alguns empreendimentos já desenvolvidos pela Wiki. Wed, 07 Nov 2018 18:43:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wikihaus.com.br/2020/wp-content/uploads/2020/10/thumbWIKI.png Arquivos Sustentabilidade - Wikihaus https://wikihaus.com.br/category/sustentabilidade/ 32 32 Hortas urbanas mudam você e o mundo https://wikihaus.com.br/hortas-urbanas-mudam-voce-e-o-mundo/ https://wikihaus.com.br/hortas-urbanas-mudam-voce-e-o-mundo/#respond Thu, 22 Nov 2018 14:00:12 +0000 https://wikihaus.com.br/?p=51771 Pergunte para qualquer um que já mexeu na terra, seja para cuidar de flores, plantas ornamentais, árvores frutíferas ou para produzir hortaliças. Todos vão confirmar que essa é uma atividade terapêutica.   E a ciência comprova. No estudo Os benefícios da jardinagem e cultivo de alimentos na saúde e bem-estar (tradução livre), o professor da […]

O post Hortas urbanas mudam você e o mundo apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
Pergunte para qualquer um que já mexeu na terra, seja para cuidar de flores, plantas ornamentais, árvores frutíferas ou para produzir hortaliças. Todos vão confirmar que essa é uma atividade terapêutica.

 

E a ciência comprova. No estudo Os benefícios da jardinagem e cultivo de alimentos na saúde e bem-estar (tradução livre), o professor da City, University of London, Tim Lang, mostra que esses hábitos aliviam os sintomas de doenças mentais, melhoram a forma física das pessoas e ainda ajudam pacientes com câncer a lidar com os efeitos do tratamento.

 

E não precisa viver na área rural, ter uma fazenda ou um sítio para aproveitar esses benefícios. Os resultados podem ser observados mesmo em quem cultiva hortas urbanas.

 

Ok, esses são os argumentos para lhe convencer que trabalhar em uma horta urbana é bom para você. E se disséssemos que cultivar alimentos na cidade é também uma maneira de colaborar no combate a alguns problemas sérios que o planeta enfrenta?

hortas-urbanas-agricultor

O problema

Segundo documento divulgado em 2017 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial deve chegar a 9,8 bilhões de pessoas até 2050 — hoje, é de 7,6 bilhões. Isso significa que o mundo terá 2,2 bilhões de bocas a mais para alimentar. O problema é que boa parte das terras cultiváveis do planeta já está sendo usada pela agricultura.

 

Para alguns especialistas, o caminho é aumentar a produtividade das lavouras. Outros afirmam que é preciso dar um jeito de criar mais áreas cultiváveis, o que implicaria em acabar com biomas — principalmente em países em desenvolvimento — importantes para o equilíbrio ambiental do planeta. Será que não existe uma outra possibilidade?

A solução

Aproveitando melhor o espaço disponível na cidade, as hortas urbanas se transformam em uma excelente alternativa para suprir o aumento na demanda por alimentos que está atrelada ao crescimento populacional. A ideia não é que elas substituam as fazendas, mas sim que tornem o desmatamento desnecessário.

 

Na prática, o crescimento da agricultura dentro do perímetro urbano permite a descentralização da produção de alimentos, o que diminui os custos de transporte — e as emissões de carbono — e movimenta a economia hiper local, criando uma nova fonte de renda para quem mora na cidade.

 

A logística facilitada e a possibilidade de eliminar os intermediários aumenta a margem de lucro e faz compensar o cultivo orgânico, sem agrotóxicos, priorizando a saúde e não a produtividade.

hortas-urbanas-folhas

Os benefícios

Como destacamos no início do texto, envolver-se no cultivo de plantas traz uma série de benefícios à saúde. Os primeiros a serem notados são a diminuição do estresse e da ansiedade.

 

Há também benefícios ao mesmo tempo mais sutis e profundos. A agricultura é uma atividade que proporciona o contato íntimo das pessoas com o alimento e com a natureza. Ela desperta, portanto, uma maior consciência ambiental e incentiva uma alimentação mais saudável.

 

Esse efeito é bastante evidente em quem efetivamente trabalhou na terra, mas também há vantagens para quem apenas compra ou recebe os alimentos cultivados na cidade. A distância entre o lugar de colheita e a mesa das pessoas — que, no caso das hortas urbanas, é a menor possível —, está diretamente relacionada com a qualidade do alimento.

 

Suas propriedades nutricionais, textura e sabor atingem níveis que os alimentos que percorrem longas distâncias jamais vão conseguir superar. Afinal, cada minuto após a colheita resulta em perda de nutrientes e outras qualidades — ainda mais com o transporte sendo feito em caixas escuras, apertadas e abafadas.

Como criar hortas urbanas?

hortas-urbanas-vasos

A maior diferença da cidade em relação ao campo é que a concentração de pessoas por metro quadrado é muito maior. Isso implica, é claro, em menos espaço disponível para plantar os alimentos. As possibilidades de criar uma hortinha nesse ambiente, no entanto, são bem maiores do que você pensa.

 

O melhor cenário é ter um espaço com solo natural disponível. Sim, isso é algo bastante raro na cidade. Por isso, existem outras possibilidades, como vasos e suportes. Com eles, é possível ter uma horta urbana no pátio, terraço, parede ou até no telhado do lugar onde você mora.

 

Seja qual for o local, é importante que ele tenha uma incidência regular de raios solares pelo menos durante parte do dia. E lembre-se que deve haver uma fonte de água próxima, para facilitar a irrigação com uma mangueira ou regador.

hortas-urbana-solo

Se você tiver um pedaço de solo natural disponível, ótimo. Mas isso não é garantia de que ele seja fértil. Seja para um terreno ou para a plantação em suportes, procure utilizar adubos naturais em vez de fertilizantes químicos.

 

A melhor alternativa é a compostagem: técnicas que têm o objetivo de formar o húmus, um material orgânico que torna a terra estável e rica em nutrientes. Ou seja, perfeita para receber as sementes e mudas que vão originar as hortas urbanas. A compostagem pode ser feita com restos de alimentos e galhos e folhas coletados nas ruas.

 

A partir daí, decida quais alimentos deseja plantar e pesquise (na internet, em livros e cursos) sobre as melhores condições para que o cultivo dê certo. O resultado será uma alimentação com hortaliças e temperos que vão tornar sua vida mais saudável e saborosa 🙂

 

Gostou do conteúdo? Então compartilhe este artigo com seus amigos e incentive todo mundo a fazer também sua horta urbana!

O post Hortas urbanas mudam você e o mundo apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
https://wikihaus.com.br/hortas-urbanas-mudam-voce-e-o-mundo/feed/ 0
Ecodesign nas cidades: pelo meio ambiente e pela qualidade de vida https://wikihaus.com.br/ecodesign-nas-cidades-pelo-meio-ambiente-e-pela-qualidade-de-vida/ https://wikihaus.com.br/ecodesign-nas-cidades-pelo-meio-ambiente-e-pela-qualidade-de-vida/#respond Thu, 08 Nov 2018 14:00:55 +0000 https://wikihaus.com.br/?p=51720 O ser humano depende de recursos naturais para sobreviver. Alguns desses recursos são renováveis, mas precisam das condições ideais para que seu ciclo não se encerre. O problema é que o modelo de produção que temos hoje não colabora com essa renovação.   O que nos leva a falar sobre o ecodesign, um conceito que […]

O post Ecodesign nas cidades: pelo meio ambiente e pela qualidade de vida apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
O ser humano depende de recursos naturais para sobreviver. Alguns desses recursos são renováveis, mas precisam das condições ideais para que seu ciclo não se encerre. O problema é que o modelo de produção que temos hoje não colabora com essa renovação.

 

O que nos leva a falar sobre o ecodesign, um conceito que hoje não é mais usado apenas na concepção de produtos, mas também para caracterizar alternativas verdes para o planejamento de cidades.

O que é ecodesign?

O ecodesign é a prática de desenvolver novos produtos respeitando princípios da sustentabilidade ambiental, ou seja, sem agredir o meio ambiente. Podemos definir como alguns dos pilares do ecodesign:

 

  • Matéria-prima sustentável: a matéria-prima deve ser obtida por meio da reciclagem ou com a exploração sustentável dos recursos naturais.
  • Cadeia produtiva eficiente: o ideal é usar o menos possível de energia e água na produção e transporte do produto.
  • Durabilidade: um dos grandes problemas ambientais da atualidade é a quantidade de lixo que a humanidade produz. Para não colaborar com essa realidade, o produto precisa durar bastante.
  • Destino: o que acontece quando o produto deixa de ter utilidade? Ele pode ser reciclado ou reutilizado, é biodegradável ou gerará mais resíduos que causam impacto ambiental?

 

Além da sustentabilidade ambiental, o ecodesign também tem a ver com preocupação com a responsabilidade econômica e social. Ou seja, não deve haver lucros abusivos e pessoas sendo exploradas na cadeia produtiva.

Ecodesign nas cidades

O consumo desenfreado e irresponsável já foi bastante problematizado, tanto é que hoje o cenário do mercado é de um público consumidor cada vez mais consciente de seu papel na preservação do meio ambiente. O passo seguinte é levar essa consciência para um plano maior.

 

“Há lugares que estão mesclando o design das cidades e subúrbios com a sustentabilidade ambiental. Que estão lidando com o aquecimento global, equilibrando o transporte, melhorando o design e gerenciando o crescimento urbano”, conta Jonathan Barnett, professor emérito da University of Pennsylvania, no vídeo de apresentação do curso Ecodesign for Cities and Suburbs.

 

Esse é o conceito de ecodesign aplicado às cidades, que propõe encontrar um meio termo entre natureza e desenvolvimento, atacando os problemas que tornam as esses locais disfuncionais, desagradáveis e prejudiciais ao meio ambiente.

ecodesign

O ecodesign, porém, não tem como foco apenas o meio ambiente. O objetivo é utilizar melhor os recursos, com eficiência energética, mas também criar cidades atrativas, boas de morar, com qualidade de vida.

 

O curso Ecodesign for Cities and Suburbs foi criado pela University of British Columbia e pode ser feito online, na plataforma de ensino a distância edX. É totalmente gratuito — para obter o certificado, no entanto, é preciso pagar US$ 99.

 

Segundo os professores, cada um pode — e deve — fazer a sua parte: profissionais do design, governo, empresários, estudantes e demais cidadãos. O curso se propõe a apresentar inspirações concretas e ideias específicas para ajudar o aluno a partir para a ação.

Exemplos de ecodesign nas cidades

Não faltam, mundo afora, bons exemplos de iniciativas que utilizaram os conceitos do ecodesign para tornar as cidades mais sustentáveis e agradáveis. Confira, a seguir, alguns deles.

Conselho Colombiano de Construção Sustentável (CCCS) — Bogotá

A Colômbia tem sido um grande exemplo para a América Latina na maneira como tem trabalhado para melhorar suas construções e aumentar a eficiência energética, e o CCCS lidera esses esforços. Desde 2009, o conselho faz parte do World Green Building Council.

 

Atualmente, Bogotá planeja seu novo plano diretor, para os próximos 12 anos, com a meta de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 32% nas novas construções. Um projeto de ecodesign interessante em andamento são os prédios do complexo Elementos, feitos com material reciclado, painéis solares e telhados verdes.

elementos

Telhados e paredes verdes em São Paulo

É consenso entre todos que moram ou já visitaram a maior metrópole do Brasil: São Paulo é uma cidade muito cinza e pouco verde. Mas há iniciativas discretas que, embora não façam parte de um plano maior de disseminação da sustentabilidade, devem ser destacadas, como os edifícios com telhados verdes e jardins verticais.

 

Essa cobertura vegetal ajuda na purificação do ar notadamente poluído da capital paulista. Seu maior benefício, porém, é funcionar como um eficiente e natural isolante térmico, que reduz o gasto de energia com ar condicionado.

 

Um exemplo conhecido de telhado verde é o Edifício Conde Francisco Matarazzo, no Vale do Anhangabaú (centro). Também encontramos prédios com esse tipo de cobertura nas avenidas Faria Lima e Paulista, na Marginal Pinheiros e na Vila Madalena.

ecodesign-matarazzo-diego-torres-silvestre
Edifício Matarazzo, em São Paulo. Foto: Diego Torres Silvestre

Hammarby Sjöstad — Estocolmo

O Hammarby Sjöstad é uma região no sul de Estocolmo, capital da Suécia, que passa por um projeto de desenvolvimento urbano. É um dos principais exemplos de ecodesign em cidades da Europa e do mundo.

 

Antigamente, Hammarby Sjöstad era uma área industrial. Começou a ser reconstruída como bairro sustentável em 1993 e hoje está se tornando praticamente uma ecocidade. O plano integrado da localidade tem regras para novas construções, coleta de lixo, esgoto, uso da água e transporte. E a meta de reduzir em 50% o consumo de eletricidade.

ecodesign-estocolmo-anders-andermark
Foto: Anders Andermark/Flickr

Battery Park City — Nova York

A Battery Park City é uma área construída sobre o rio Hudson que integra a ilha de Manhattan, em Nova York. A área é conhecida pela vista do rio e por seus edifícios sustentáveis.

 

Um deles é o The Solaire, o primeiro grande edifício residencial americano desenvolvido com critérios de sustentabilidade. Ele é equipado com sensores de iluminação e climatização que permitem um uso mais inteligente de energia — o prédio consome 35% menos do que o máximo permitido pela lei.

ecodesign-the-solaire-payton-chung
Prédio The Solaire, em Manhattan. Foto: Payton Chung

 

E você? O que pensa sobre os conceitos e iniciativas relacionadas ao ecodesign? Esperamos que, dentro de alguns anos, elas deixem de ser exemplos especiais e se tornem um padrão nas construções e projetos de urbanização. Deixe um comentário com a sua opinião.

O post Ecodesign nas cidades: pelo meio ambiente e pela qualidade de vida apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
https://wikihaus.com.br/ecodesign-nas-cidades-pelo-meio-ambiente-e-pela-qualidade-de-vida/feed/ 0
Por que preservar e restaurar o patrimônio histórico? https://wikihaus.com.br/por-que-preservar-e-restaurar-o-patrimonio-historico/ https://wikihaus.com.br/por-que-preservar-e-restaurar-o-patrimonio-historico/#respond Fri, 14 Sep 2018 17:37:38 +0000 https://wikihaus.com.br/?p=51527 Na noite do dia 2 de setembro de 2018, o fogo começava a consumir as estruturas e o acervo do maior museu de história natural e antropológica da América Latina: o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.   Mais do que abrigar uma insubstituível coleção de itens que contavam a história do Brasil e do […]

O post Por que preservar e restaurar o patrimônio histórico? apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
Na noite do dia 2 de setembro de 2018, o fogo começava a consumir as estruturas e o acervo do maior museu de história natural e antropológica da América Latina: o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

 

Mais do que abrigar uma insubstituível coleção de itens que contavam a história do Brasil e do mundo, o próprio prédio tinha enorme valor histórico: nele se instalou a família real portuguesa quando aqui desembarcou, em 1808, fugindo das tropas napoleônicas.

 

As causas do incêndio ainda não foram divulgadas, mas de lá para cá governo federal e UFRJ (responsável pela administração do museu) trocaram acusações e o Ministério Público Federal pediu a interdição imediata de seis outros museus federais do Rio de Janeiro, até que eles adotem medidas de prevenção contra incêndios.

 

Anunciou-se a liberação de milhões para a reconstrução do Museu Nacional, mas o maior legado que a tragédia poderia proporcionar aos brasileiros seria a disseminação de uma mentalidade de preocupação real com a preservação do patrimônio histórico. Para que ações paliativas não fossem necessárias.

O que é patrimônio histórico?

Patrimônio histórico é um termo usado para se referir a bens naturais e físicos que contribuem para um maior entendimento e apreciação da riqueza histórica e cultural de uma nação. O que inclui sítios arqueológicos, ruínas, prédios, praças, monumentos, templos religiosos e outros.

 

No Brasil, o patrimônio histórico é protegido pelo Decreto-Lei Nº 25, de 1937, que em seu primeiro artigo o define da seguinte maneira (com a redação da época):

 

“Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”

 

Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG)
Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto-(MG), é um exemplo de patrimônio histórico brasileiro. Foto: Antonio Correa

Por que é importante preservá-lo?

Parte da resposta está no trecho de lei que acabamos de transcrever. Segundo o artigo, a conservação é de interesse público pela sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil e “por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico”.

 

Além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo e é importante fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento.

 

Quem não tem o menor interesse nisso tudo ainda pode estar tentando entender qual a utilidade em preservar um prédio antigo como o do Museu Nacional, um palacete da primeira década do século 19.

 

Para esses, vale citar o velho chavão: “povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”. A repetição, nesse caso, é no mau sentido, de passar novamente por episódios negativos que ocorreram no passado.

 

Em vez de esquecer, relembrar para não permitir que aquilo se repita. É por isso que, na Alemanha, a memória do nazismo, uma página negra na história do país, é tão preservada.

 

Há motivos mais concretos e imediatos para desejar a preservação de nosso patrimônio histórico: o principal é a qualidade de vida. Estamos falando de bens intimamente relacionados com a identidade do local e que, por isso, ajudam a construir em nós uma sensação de pertencimento, muito importante em um mundo cada vez mais homogêneo.

 

Isso tudo sem contar na beleza insuperável que a maioria das construções antigas possui. Veja, abaixo, a foto do Theatro São Pedro, de Porto Alegre, um prédio concluído em 1858, e diga se não é uma construção digna de uma demorada contemplação.

 

Theatro São Pedro, Porto Alegre
Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Foto: Cristina Gehlen

 

O aspecto estético, às vezes mais que os aspectos cultural e histórico, também fomentam o turismo. Sem as ruas e casas bem preservadas do centro histórico de Ouro Preto e do Pelourinho, em Salvador, será que esses seriam destinos turísticos tão visitados?

Restaurando um prédio histórico

A estrutura já se deteriorou. O tempo passou e os responsáveis por conservar o patrimônio histórico não fizeram seu trabalho. E agora? Além de lamentar e apontar dedos para os culpados, há muitos casos em que vale a pena investir na restauração.

 

Esse é um processo que precisa ser feito por pessoas especializadas, com muita responsabilidade e cuidado, e sem interferir nas características da obra original. Na medida do possível, devem ser utilizados os mesmos métodos construtivos e materiais da época em que a construção foi feita.

 

Em seu blog, a empresa canadense Heather & Little, especializada na restauração de construções históricas, listou quais considera os cinco principais desafios nesse trabalho:

 

  1. Não provocar danos irreparáveis ao patrimônio enquanto o restaura;
  2. Avaliar quando o ideal é substituir e não Remendar;
  3. Não fazer acréscimos inadequados no prédio;
  4. Atender ou superar normas modernas de construção sem arruinar o prédio;
  5. Encontrar uma equipe de restauração que fará o trabalho direito.

 

Alguns podem perguntar como fica a questão ambiental. Com a necessidade de construções mais sustentáveis, prédios antigos ainda têm espaço em nossas cidades?

 

No Brasil, muitas casas antigas eram feitas com terra e tinham pés-direitos altos, características que beneficiam a circulação do ar e a manutenção de uma temperatura agradável em meio ao verão tropical. Exige-se muito menos do ar condicionado, portanto.

 

Sem contar que, demolindo um prédio para construir outro, há um impacto ambiental enorme, com geração de resíduos que serão descartados na natureza e gastos com energia, transporte, materiais e ferramentas para a construção.

 

E quanto ao dinheiro, o que é mais barato? Pode até acontecer de uma restauração ser tão complexa que custa mais dinheiro do que destruir a construção e fazer uma nova. Mas e o valor histórico e cultural do qual falamos antes, será que não deveria entrar nessa conta?

 

Para quem se preocupa tanto com o dinheiro, uma coisa é certa: os esforços constantes para a conservação, uma ação preventiva, custam dezenas de vezes menos que a restauração ou que construir uma obra nova no local. E ainda preserva melhor as características originais.

 

Que tal, então, começar a se preocupar mais com o impacto positivo de prezar pelo patrimônio histórico da sua rua, bairro, cidade e país?

 

Se você ficou com alguma dúvida ou sugestão sobre o tema, deixe um comentário abaixo. Gostou do artigo? Compartilhe com seus amigos nas redes sociais 🙂

O post Por que preservar e restaurar o patrimônio histórico? apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
https://wikihaus.com.br/por-que-preservar-e-restaurar-o-patrimonio-historico/feed/ 0
Empreendedorismo social: o propósito como ponto de partida https://wikihaus.com.br/empreendedorismo-social-o-proposito-como-ponto-de-partida/ https://wikihaus.com.br/empreendedorismo-social-o-proposito-como-ponto-de-partida/#comments Thu, 26 Jul 2018 11:54:09 +0000 https://wikihaus.com.br/?p=51360 Se compararmos com o cenário de décadas atrás, nunca foi tão fácil abrir uma empresa. No mundo todo, o acesso ao crédito foi ampliado e, graças à internet, conhecimento e comunicação foram democratizados. Por conta disso, a concorrência também nunca foi tão grande.   É uma realidade que leva muita gente a crer que todas […]

O post Empreendedorismo social: o propósito como ponto de partida apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
Se compararmos com o cenário de décadas atrás, nunca foi tão fácil abrir uma empresa. No mundo todo, o acesso ao crédito foi ampliado e, graças à internet, conhecimento e comunicação foram democratizados. Por conta disso, a concorrência também nunca foi tão grande.

 

É uma realidade que leva muita gente a crer que todas as áreas nas quais se pense em empreender já estão ocupadas por companhias com uma certa trajetória, conhecidas pelo público.

 

Mas não é bem assim. Se ampliarmos nosso olhar além do óbvio, vamos perceber que nossa sociedade ainda tem uma série de questões mal resolvidas:

 

  • Acesso à saúde e educação;
  • Desigualdade econômica;
  • Desemprego;
  • Manejo de resíduos;
  • Geração de energia;
  • Aquecimento global;
  • Mobilidade urbana.

 

Mesmo as nações mais ricas têm deficiências evidentes nessas e em outras tantas áreas. O problema é que poucos empreendedores enxergam aí oportunidades de negócio.

 

Veja bem, não estamos falando em se aproveitar das mazelas da população, explorando-as comercialmente, mas justamente do contrário: colaborar para acabar com elas. Porque esperar que o poder público se encarregue disso não é a única opção.

 

Neste artigo, vamos mostrar como o empreendedorismo social é capaz de fazer uma diferença positiva frente a esses problemas e ainda gerar lucro.

Lucro não é o propósito

Alguns leitores podem achar contraditório falarmos em lucro e iniciativa social para descrever o mesmo empreendimento. Afinal, convencionalmente, as organizações são separadas em três grupos distintos:

 

  • Primeiro setor: o poder público, que deve agir em prol do bem comum e é financiado pelo dinheiro da população.
  • Segundo setor: a iniciativa privada, empresas que desenvolvem e comercializam produtos e serviços visando o lucro.
  • Terceiro setor: composto pelas organizações não governamentais (ONGs) e outras instituições de caráter social e sem fins lucrativos.

 

Hoje, é cada vez mais comum ouvir falar de empresas do setor 2.5, ou seja, que ficam no meio do caminho entre o segundo e o terceiro setor, pois têm finalidade social e visam lucro ao mesmo tempo.

 

Como isso é possível? O segredo de tudo está o propósito. Sim, o lucro se faz presente no empreendedorismo social, mas a diferença é que ele não é o centro de tudo. Em uma empresa 2.5 é o social que vem primeiro.

O “porquê” em primeiro lugar

O consultor britânico Simon Sinek bolou uma maneira simples e inspiradora para explicar a importância do propósito. Segundo ele, todas as pessoas e organizações com grande potencial para inovar e liderar seguem um padrão, que ele codificou no que chamou de Golden Circle. A ideia foi apresentada em um famoso TED Talk em 2009:

Golden Circle

Traduzindo: Why = Por quê?; How = Como?; What: O quê?.

 

É interessante notar que Why também pode ser traduzido como “porquê”. Assim, junto e com acento, ele é um substantivo que significa causa, motivo. O que nos remete novamente a ele, o propósito.

 

A ideia do Golden Circle é mostrar como algumas organizações são capazes de inspirar e outras não. E a conclusão é que, enquanto a maioria começa pela questão mais fácil — respondendo primeiro “por que”, depois “como” e por último “o que” —, líderes inspiradores fazem o contrário: pensam, agem e se comunicam de dentro para fora.

 

Quer um exemplo? Sinek apresenta da seguinte maneira o jeito Apple de fazer as coisas:

 

  • Por quê? Acreditamos em desafiar o status quo e em pensar de forma diferente.
  • Como? Com produtos bem projetados, fáceis de usar e com uma interface amigável.
  • O quê? Acabamos fazendo excelentes computadores. Quer comprar um?

 

Se usasse a lógica de outros fabricantes de computadores, a Apple iria se comunicar assim:

 

  • O quê? Nós fazemos ótimos computadores.
  • Como? Eles são lindamente projetados, fáceis de usar e têm uma interface amigável. Quer comprar um?

 

Sequer chegaria ao porquê e perderia, portanto, seu grande diferencial.

E o empreendedorismo social?

Note que, ao falar do Golden Circle e da Apple, em nenhum momento citamos o lucro, porque ele não é o propósito, é sempre o resultado. É claro que isso não é o suficiente para tornar a icônica fabricante dos MacBooks, iPhones e iPads em um exemplo de empresa do setor 2.5, por mais que pensemos que esses produtos tornam a nossa vida melhor.

 

O que acontece é que, no empreendedorismo social, pensar de dentro para fora do Golden Circle é uma necessidade, não um diferencial de mercado. E a resposta para o WHY sempre será uma causa social.

 

Para que você entenda melhor, vamos apresentar uma empresa porto-alegrense, a Revoada, que cria produtos estilosos como bolsas, mochilas e carteiras a partir de materiais como câmaras de pneus inutilizadas e náilons de guarda-chuvas quebrados.

Revoada
Revoada produz bolsas, carteiras e mochilas com materiais reutilizados. Foto: Facebook/Divulgação

Analisando-a a partir do Golden Circle, percebemos a empresa pensa, age e se comunica de dentro para fora. Veja:

 

  • Por quê? Queremos diminuir o impacto ambiental e valorizar o trabalho dos recicladores.
  • Como? Usamos o design para dar um novo propósito ao lixo.
  • O quê? Criamos lindas bolsas, mochilas e carteiras. Quer comprar uma?

 

O propósito está na primeira resposta. E na última está o lucro. Eis o empreendedorismo social, eis o setor 2.5: o lucro pode não ser o objetivo primeiro, mas o negócio tem a intenção de obtê-lo, sim.

 

Antes disso, porém, está a meta de causar um impacto social positivo. No final, essa e outras empresas mostram é que é possível conciliar as duas coisas.

Consumidores conscientes

A empresa que tem um propósito social e consegue fazer com que essa identidade seja reconhecida pelo público externo entra em um círculo virtuoso. Porque os consumidores estão cada vez mais atentos a isso.

 

Em uma pesquisa recente, a Sprout Social entrevistou mais de mil consumidores americanos sobre qual o posicionamento que esperam das marcas frente aos grandes problemas da sociedade. Dois terços responderam que querem marcas engajadas em questões políticas e sociais.

 

No Brasil, em estudo da Edelman Earned Brand, divulgado em novembro de 2017, 56% dos entrevistados afirmam que consomem ou boicotam marcas segundo seu posicionamento diante de questões sociais relevantes.

 

Felizmente, companhias com grande potencial de investimento têm reconhecido essa nova realidade e, se não incorporam um propósito social em seu produto ou serviço, pelo menos incentivam empresas e instituições que fazem isso.

 

A marca de whisky Chivas, por exemplo, tem um concurso anual chamado Chivas Venture, que premia com US$ 1 milhão startups que impactam o mundo de maneira positiva. Na edição de 2018, a porto-alegrense Revoada representou o Brasil na final mundial.

 

Já a Oi mantém o instituto Oi Futuro, que investe em ações inovadoras e colaborativas que melhoram a vida das pessoas e da sociedade das áreas de educação, cultura, inovação social e esporte. Outra iniciativa que podemos destacar é o Instituto C&A, que dá apoio técnico e financeiro para fortalecer organizações e outros agentes de mudança.

Todo mundo pode ser um agente da mudança

Você já parou para pensar que não precisa ser um investidor nem um empreendedor social para colaborar? Basta assumir o desafio de ser um consumidor mais consciente, prestando atenção no propósito das marcas consumidas.

 

Se as ideias comunicadas não se manifestam no modo de agir da organização, o propósito não passa de um marketing raso — ou propaganda enganosa para alguns. Para identificar quem se preocupa com o social de maneira verdadeira, é preciso se preocupar também. E apurar os sentidos.

 

Ficou com alguma dúvida ou tem algum comentário a fazer sobre o empreendedorismo social e as empresas do setor 2.5? Deixe um comentário abaixo ou entre em contato conosco.

O post Empreendedorismo social: o propósito como ponto de partida apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
https://wikihaus.com.br/empreendedorismo-social-o-proposito-como-ponto-de-partida/feed/ 1
Auroville: uma proposta de vida diferente e (quase) sem dinheiro https://wikihaus.com.br/auroville-uma-proposta-de-vida-diferente-e-quase-sem-dinheiro/ https://wikihaus.com.br/auroville-uma-proposta-de-vida-diferente-e-quase-sem-dinheiro/#respond Fri, 16 Mar 2018 21:13:05 +0000 https://wikihaus.com.br/?p=50565 O que você mudaria no estilo de vida contemporâneo de quem mora nas cidades? As pessoas costumam responder a essa pergunta criticando a maneira como os recursos públicos são aplicados ou sugerindo novos sistemas de governo. Na maioria dos cenários propostos, porém, o dinheiro continua tendo papel central na organização da sociedade.   Esse é […]

O post Auroville: uma proposta de vida diferente e (quase) sem dinheiro apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
O que você mudaria no estilo de vida contemporâneo de quem mora nas cidades? As pessoas costumam responder a essa pergunta criticando a maneira como os recursos públicos são aplicados ou sugerindo novos sistemas de governo. Na maioria dos cenários propostos, porém, o dinheiro continua tendo papel central na organização da sociedade.

 

Esse é um dos paradigmas que a Auroville, uma cidade experimental localizada no sul da Índia, tenta quebrar. Alguns podem chamar de utopia, mas a comunidade busca provar, na prática, que é possível viver de uma outra maneira.

 

Para compreendê-la melhor, é preciso abrir a cabeça. O ideal não é procurar em Auroville a solução definitiva para os problemas da espécie humana, mas sim tentar aprender o máximo possível com a iniciativa. Ou seja, levantar mais perguntas em vez de focar apenas nas respostas.

Auroville subverte a lógica do mercado de trabalho

Você há de convir que o individualismo exacerbado potencializa boa parte dos problemas que enfrentamos atualmente na nossa sociedade. Auroville buscou estimular o contrário: unir a humanidade, sem distinções entre crenças e cores. Ou, nas palavras da sua criadora:

“Auroville quer ser uma cidade universal, onde homens e mulheres de todos os países possam viver em paz e harmonia contínua, acima de todos os credos, acima da política e de nacionalidades. O propósito de Auroville é realizar a união humana.”

Quem proferiu essa frase foi Mirra Alfassa, conhecida como A Mãe (“The Mother”). Nascida em Paris, filha de mãe egípcia e pai turco, conheceu o guru Sri Aurobindo em Pondicherry, na Índia, e mergulhou no universo do yoga.

 

Desde meados dos anos 1950, Alfassa já falava sobre uma nova maneira de viver. Em 1968, leu as palavras da Carta de Auroville, transmitidas a todo o mundo. Estava fundada a comunidade.

 

Auroville foi projetada para abrigar até 50 mil pessoas, mas, de acordo com o último censo, realizado em janeiro de 2018, possui hoje 2.814 habitantes. Há pessoas oriundas de 54 países diferentes – incluindo 11 brasileiros –, sendo que a maior parte (1.223) da população tem nacionalidade indiana.

 

A cidade é dividida em forma de espiral. No centro fica a área da paz e o Matrimandir, ou Templo da Mãe Divina, um centro de meditação. Há também uma zona industrial, zona internacional, zona residencial e zona cultural. Em torno de toda essa área há um cinturão verde.

Mas o que torna Auroville tão especial? Como as coisas funcionam nesse município universal? Apesar de a comunidade ser constituída pela Fundação Auroville e possuir um Conselho de Administração e um plano diretor a ser seguido, a maior parte das decisões cotidianas da comunidade são tomadas pela Assembleia de Residentes.

 

Há regras a serem seguidas e decisões a serem tomadas. Para começar, a cidade está dentro do território indiano, portanto deve se submeter às leis do país (não são permitidas drogas, por exemplo). Quanto às regras internas, a assembleia aprova ou desaprova as resoluções por meio do voto.

 

O site de Auroville admite que o voto só é adotado por conta da “falta de um sistema melhor” e “com grande relutância dos membros”, já que muitos creem que um sistema de consenso estaria mais de acordo com os desejos da criadora, que propunha a “anarquia divina” como método de governo.

 

Além de buscar a participação de todos nas tomadas de decisão, a comunidade tem um forte compromisso com a sustentabilidade. No cinturão verde, são produzidos alimentos orgânicos destinados a alimentar parte da população auroviliana. O objetivo, ainda distante, é ter uma agricultura autossuficiente.

A cidade possui mais de 1,2 mil painéis de energia fotovoltaica (solar), moinhos de vento para bombear água e processos de produção de biogás e fertilizantes a partir de restos de alimentos e fezes de animais.

 

Os automóveis são fortemente desencorajados dentro dos limites de Auroville. Por outro lado, ainda há muitas motocicletas movidas a combustível fóssil, mas há um projeto em andamento para fomentar o transporte elétrico.

Há dinheiro em Auroville?

Auroville costuma ser citada como uma comunidade na qual o dinheiro não existe. Isso é apenas meia verdade. Apesar de a circulação de dinheiro em papel quase não existir, há vários produtos e serviços que custam dinheiro, sim.

 

A diferença é que a lógica da economia auroviliana é diferente. Todo mundo que mora na cidade precisa contribuir de alguma maneira com o projeto. Ou seja, precisa ter um trabalho. No entanto, não recebe salário por isso.

 

Os habitantes têm um cartão chamado aurocard, com o qual pagam suas despesas. A fonte desses recursos é muitas vezes, eles próprios. Pode ser dinheiro da aposentadoria ou guardado após décadas de trabalhos formais.

 

E quem não tem condições de se bancar, não pode morar em Auroville? Pode, sim. A maioria dos habitantes de Auroville dependem da “manutenção”, uma soma mensal que serve para suprir as necessidades básicas para viver na comunidade. Quem recebe essa quantia não tem uma vida luxuosa, é claro, mas consegue viver com dignidade.

 

O dinheiro vem do governo da Índia, de ONGs, de doações e hospedagem de visitantes, doações de moradores e, principalmente, da sua indústria e comércio. O incenso produzido em Auroville, por exemplo, é um produto conhecido no país.

 

Muitos vão estranhar, pois pode parecer que a pessoa trabalha em troca de moradia e comida, o que soa como exploração. É preciso lembrar, entretanto, que a ideia é se doar pela causa, e muitos moradores estão extremamente felizes com isso. Como uma septuagenária entrevistada pela BBC: “Existe algo neste lugar que é maior do que a gente”, disse.

 

Para morar em Auroville, é preciso ter dinheiro para pagar as despesas pelo menos do primeiro ano. Apesar de ser projetada para abrigar muito mais habitantes do que contempla hoje, há um déficit de residências na cidade. Quem não tem recursos para construir sua casa pode ter de esperar até uma acomodação estar disponível.

Auroville é o paraíso na Terra?

Não, porque isso sim seria uma utopia. Como qualquer outro lugar do planeta, Auroville tem seus defeitos. Em 2015, por exemplo, um jornalista da revista Slate publicou uma longa reportagem na qual apresentou o outro lado da comunidade, revelando casos de violência e suspeitas de corrupção.

 

É preciso entender, no entanto, que Auroville é um projeto em constante desenvolvimento. A própria comunidade admite que se trata de um experimento onde todos aprendem juntos. Quem está disposto a morar lá não deve ir buscando o paraíso, mas sim com o espírito de colaborar com a causa e ajudar a construir um lugar melhor.

Se você quiser saber mais, explore o site de Auroville e pesquise por relatos de quem já visitou ou morou lá. Abra a cabeça e lembre que a cidade – assim como tantas outras ecovilas e comunidades com propostas semelhantes no mundo todo – cumpre o papel de questionar, na prática, o modo de vida urbano atual. Ou você acha que nada precisa mudar?

O post Auroville: uma proposta de vida diferente e (quase) sem dinheiro apareceu primeiro em Wikihaus.

]]>
https://wikihaus.com.br/auroville-uma-proposta-de-vida-diferente-e-quase-sem-dinheiro/feed/ 0