Um comportamento coletivo baseado na colaboração amplia as possibilidades de qualquer grupo de pessoas. Ou de animais. As formigas, por exemplo, seres extremamente sociais e colaborativos, estão presentes no mundo há centenas de milhões de anos e hoje, segundo estimativas, somam mais de 10 quatrilhões de indivíduos.
A colaboração possibilita que elas construam estruturas extremamente complexas, protejam-se contra inimigos muito maiores e cultivem seu próprio alimento (criando fungos a partir da vegetação levada para o interior do formigueiro). Será que quando as pessoas colaboram umas com as outras também não são capazes de grandes feitos?
Ao nos deparamos com iniciativas positivas e transformadoras articuladas nas redes sociais e projetos inovadores da economia colaborativa – plataformas de compartilhamento de informações, produtos e serviços –, percebemos que, aos poucos, estamos aprendendo com as formigas.
A colaboração ocorre quando duas ou mais pessoas cooperam entre si. Isso pode acontecer de diversas formas, como em redes de trabalho, em que a troca de informações resulta em benefício mútuo.
A ideia de que as duas partes sejam contempladas é importante, mas um indivíduo também pode colaborar de maneira desinteressada. Mesmo nesse caso, porém, ele se sentirá satisfeito por ter contribuído com outra pessoa ou por uma causa que no futuro pode beneficiá-lo. Ou seja, todo mundo ganha.
TED é o acrônimo para Tecnologia, Entretenimento e Design. É uma organização não lucrativa cujo lema é “ideas worth spreading” (ideias que vale a pena disseminar). Essa disseminação se dá por meio dos TED Talks, palestras de até 18 minutos com pessoas que têm algo muito interessante para compartilhar.
Podemos dizer que essa é uma forma de colaboração também, pois as palestras estão disponíveis gratuitamente em vídeos no site do TED, no Youtube e em aplicativos para smartphones e smart TVs.
E muitos TED Talks já falaram especificamente sobre colaboração, com abordagens distintas, mas igualmente intrigantes. Quer conferir? Abaixo, selecionamos seis palestras com esse tema. Aprecie!
Nessa palestra, o professor, escritor, artista e designer Howard Rheingold nos convida a deixar para trás a visão darwinista social, que compara o funcionamento com uma compreensão equivocada da biologia: espécies (assim como empresas e nações) digladiando-se de modo que os mais ferozes sobrevivem, depois de derrotar a concorrência.
Ele traz um resgate histórico que enxerga na caça aos mastodontes o primeiro grande exemplo de colaboração na espécie humana, que resultou em um ganho de proteína que acelerou nossa evolução. O legal é o paralelo entre isso e as tecnologias colaborativas (como a Wikipedia) que, na época (2005), começavam a se fortalecer.
A palestra do escritor, professor e estudioso das redes sociais Clay Shirky também foi realizada em 2005. Sua apresentação traz uma interessante comparação: como as instituições tradicionais fazem as coisas e como operam os serviços da economia colaborativa.
Segundo ele, as instituições surgiam para coordenar um grande grupo de pessoas para alcançar determinado objetivo a partir de diretrizes previamente definidas. O que demandava muitos recursos.
Hoje, como os custos para a comunicação entre os indivíduos caiu muito, a tendência é que as instituições atuem como facilitadoras, e não como obstáculos. Se por um lado elas perdem o controle sobre os grupos, por outro têm muito menos custos operacionais.
Luis von Ahn tem apenas 39 anos, mas uma trajetória inovadora invejável: criou o CAPTCHA, reCAPTCHA e o Duolingo, além de ser um dos pioneiros do crowdsourcing. Muito melhor do que explicarmos suas ideias é recomendar que você assita ao seu TED Talk. Suas empreitadas aproveitam-se da colaboração online para criar serviços extremamente inovadores na internet.
Em 2012, ano do TED Talk de Rachel Botsman, os serviços colaborativos já estavam pululando na internet. Na palestra, a pesquisadora aborda dois conceitos fundamentais da a economia colaborativa: a confiança e a influência.
Há algum tempo atrás, por exemplo, hospedar um estranho em casa era considerado uma loucura. Hoje, com o sucesso do Airbnb no mundo inteiro, essa prática é super normal. Segundo Rachel, o que ajuda a explicar o fenômeno é o “capital de reputação”, que torna a colaboração cada vez mais fácil.
Além dos eventos oficiais do TED, no mundo inteiro ocorrem TEDx, realizados de forma independente, seguindo o formato das conferências da organização. O vídeo a seguir é de uma apresentação de Aron Krause Litvin no TEDx Talks ocorrido em Porto Alegre em 2017, organizado pela Unisinos.
Litvin é sócio-diretor da Estúdio Nômade e um dos idealizadores do laboratório cidadão TransLAB. Em sua palestra, ele traz uma interessante visão sobre como a colaboração pode nos levar a uma nova perspectiva de apropriação do território. Para Litvin, os diálogos colaborativos podem transformar os conflitos de uma cidade em potências.
Por fim, se você se interessou pelo espírito colaborativo das formigas, que mencionamos na abertura do texto, o TED Talk da bióloga Deborah Gordon, que passou 20 anos observando uma colônia de formigas no deserto do Arizona, é um prato cheio de conhecimento sobre a complexa organização desses insetos.
A questão que Deborah investigou é como os milhares de indivíduos da colônia se organizam sendo que não há um comando central que determina o que cada um deve fazer. A resposta tem a ver com padrões semelhantes aos encontrados em outros sistemas complexos, como o cérebro humano e a rede mundial de computadores.
Depois de conhecer tantos pontos de vista interessantes sobre a colaboração, você provavelmente está embebido no espírito colaborativo, não? Então faça sua parte e compartilhe este artigo com seus seguidores nas redes sociais, ajudando a disseminar as ideias que valem a pena.
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