Dizem por aí que o brasileiro é um dos povos mais criativos do mundo. Sabemos lidar bem com as adversidades e inovar em tempos de crise, quando a instabilidade econômica impera. É justamente em épocas de transformações, que novas ideias surgem.
Um dos conceitos que vem sendo amplamente divulgado não foi efetivamente criado por brasileiros, mas tem sido muito discutido e aplicado por aqui: a economia criativa.
É na crise, quando recursos materiais, intelectuais e humanos se tornam mais escassos, que surge a importância de usar a criatividade para produzir mais rápido e com mais qualidade.
Vamos explorar um pouco da economia criativa aqui. Vamos entender seus conceitos, os desafios e controvérsias desse tema, e trazer exemplos práticos. Vamos lá!
O conceito de economia criativa se define por todas as atividades que envolvem conhecimento, criatividade e cultura, mas que tenha geração de renda envolvida. Ou seja, profissionais das mais diversas áreas, que produzem bens, serviços ou ideias criativas que tenham valor econômico.
O conceito é extremamente abrangente e nada limitador. Profissionais de artes, design, publicidade, comunicação, podem tanto desenvolver seus potenciais artísticos e intelectuais em projetos diferenciados de empreendedorismo. São profissionais reinventando formas de criar, de fazer, de pensar e entregar.
Quem estuda e entende de economia criativa afirma que o termo surgiu no Reino Unido e o responsável por conceituar e divulgar esse assunto foi o autor britânico John Howkins.
Ao contrário da economia tradicional, a economia criativa foca em recursos que se renovame podem se multiplicar em parcerias. A criatividade é algo ilimitado e depende somente dos recursos humanos envolvidos.
A economia criativa é hoje um dos setores que mais cresce. Isso com relação à geração de renda, criação de empregos, novos produtos, serviços, inovações para diversos setores e também exportação.
Estimativas indicam que no Brasil a economia criativa já responde por cerca de 3% a 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o mapeamento mais recente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), feito em 2016, as empresas da economia criativa já movimentam R$ 381 milhões por ano.
Além de animar a economia brasileira, as empresas do setor também geram uma série de empregos. Estima-se que o número de profissionais da indústria criativa tem crescido muito e os salários são bem maiores do que os oferecidos no mercado.
Exemplos de ideias, empresas, projetos que fazem parte da indústria criativa não faltam. O Brasil é hoje uma grande incubadora do empreendedorismo e há muitos projetos e startups interessantes no mercado. Porém, já falamos aqui que para ser considerada uma empresa da economia criativa não basta uma boa ideia, é preciso que haja também geração de renda.
Duas empresas costumam ser as mais clássicas quando se fala em cases criativos que se tornaram rentáveis: Uber e Airbnb. Mas sendo mais realista, sabemos que a maioria dos projetos não tomam proporções como essas.
O Laranjas Online é um exemplo disso. Em 2012, a criadora teve uma ideia de vender pela internet as laranjas que sobravam da fazenda do seu pai, que iriam direto para o lixo. O diferencial é que laranja vai do pé, direto para a casa do consumidor, em até três dias. Por não passar por nenhuma indústria, nem distribuidora, a fruta chega muito mais fresquinha. Parece loucura, mas hoje vender laranja pela internet é uma ideia que deu certo e é super-rentável.
Outro projeto que já passou por seus anos de “maturação” e merece destaque é o Mapa da Cachaça. Trata-se de um portal que já foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como melhor projeto de mapeamento cultural do Brasil, em 2012. Em 2014 foi escolhido para representar a gastronomia brasileira durante a Copa do Mundo. Os criadores definem o portal como mais do que um repositório de marcas e uma rede para conectar produtores e apreciadores da cachaça. É um site que relata e também ajuda a construir a história da bebida.
Os números são ótimos, as perspectivas também, porém a economia criativa tem muitos desafios para enfrentar. Faltam definições mais claras do que é, o que abrange e onde se encaixa, o que acaba sendo uma dificuldade para a definição de políticas públicas.
Em vários países do mundo, há secretarias do governo exclusivas para isso. No Brasil, quem coordena projetos do setor é o Ministério da Cultura. Ele que classifica empresas como sendo de economia criativa por 20 setores, entre eles artes cênicas, música, literatura, gastronomia e design. Hoje são cerca de 400 mil empresas atuando no segmento, o que gera mais de dois milhões de empregos.
Outro debate presente na economia criativa é com relação à remuneração e valor dos serviços e produtos. Já que tudo é menos material do que de costume, as ideias geradas tem um valor mais simbólicodo que propriamente funcional. Em termos de recursos humanos, a economia criativa costuma ter salários bem maiores do que o restante do mercado. Os profissionais da área, geralmente jovens e capacitados, são bem remunerados, com valor em média 42% acima do mercado nacional. Ainda assim, como na economia criativa as regras e políticas são bem relativas. Ainda há dificuldades em se calcular a remuneração, o valor das ideias e produtos para cobrar dos clientes ou oferecer a investidores.
Porém, quem atua na indústria criativa afirma que o foco principal não é geração de renda em si. O foco está no desenvolvimento de projetos que realmente agreguem valor. Isso parece estar fazendo sentido para muitos empresários e consumidores. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a economia criativa deve crescer de 10% a 20% nos próximos anos em todo o mundo.
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