Você provavelmente já ouviu falar em economia colaborativa. Se não conhece esse termo, possivelmente já esteve em contato com alguma iniciativa da área. Apesar de recente, o movimento vem demonstrando resultados impressionantes e mudando modos de consumo ao redor do mundo. Para ajudar você a entender algumas das principais expressões que rodeiam o conceito de economia colaborativa, criamos um minidicionário, com exemplos e explicações.
Uma iniciativa que além de incentivar a leitura, ajuda a poupar espaço em casa. Ao invés de acumular centenas de livros, que tal compartilhar? O termo book swapping se refere justamente à plataformas em que usuários promovem a troca ou aluguel de obras literárias. No Brasil, já contamos com alguns projetos focados nesse movimento, como o LivraLivro, o BookMooch, o BookCrossing, o Estante Virtual e o próprio Skoob. Confira as obras disponíveis, coloque seu acervo à disposição e economize.
Em prol do abandono de meios de transportes poluentes, da prática de exercícios físicos e do acesso rápido à diferentes locais, o bike-sharing é uma expressão relacionada a sistemas de uso compartilhado de bicicletas. Seja por meio de aluguel ou disponibilização gratuita, iniciativas do tipo já são tendência há bastante tempo em cidades como Nova York, Paris e Londres. Ainda que o Brasil sofra com diversos problemas para a implementação, principalmente pela falta de espaços adequados para a locomoção por bicicletas, já existem alguns projetos de bike-sharing no país, com destaque para o projeto do banco Itaú, que contempla diversas cidades como o BikePOA, o BikeRio e o BikeSampa.
Você tem um carro, mas acaba muitas vezes utilizando-o apenas para locomoção própria. Você já parou para pensar em quanto está contribuindo para um mundo mais poluído e um trânsito mais congestionado? É essa a ideia do carpooling, expressão que designa o ato de dividir um carro particular com outros indivíduos, em um sistema similar ao de caronas. Seja para uma viagem ou para ir e voltar do trabalho, além da economia de combustível e do incentivo à sustentabilidade, algumas poucas iniciativas de carona solidária já estão surgindo no Brasil, como o Zumpy e o Zaznu.
Já o carsharing refere-se a um outro tipo de proposta: a de aluguel de carros por curtos períodos de tempo. Precisa de um automóvel para algum compromisso específico? É possível contar com um sempre que precisar. Sistemas ajudam a facilitar o aluguel, que pode ser feito totalmente pela internet. No Brasil, já existem empresas do ramo, como a Zazcar e a Joycar.
Surgiu aquela dúvida sobre o que vestir e faltou dinheiro para comprar tudo o que você quer? E se você pudesse ter a disposição um guarda-roupa com milhares de peças? Sim, isso é possível por meio de iniciativas de clothes swapping ou cofashion, expressões que se referem ao uso compartilhado de roupas. Isso mesmo, você pode compartilhar seu acervo e ter acesso ao acervo de outras pessoas. Ainda que poucas e recentes, já existem iniciativas do tipo no país, como a House of Bubbles e a Wardrobe.
Manter residências privadas, mas compartilhar áreas, dividir tarefas, consumir colaborativamente, economizar recursos naturais e projetar imóveis em cocriação. Coliving (ou cohousing) é uma iniciativa surgida da Dinamarca, na década de 1970, e que vem conquistando o mundo, principalmente nas grandes cidades. Ainda com pouquíssimos projetos no país, a ideia vem sendo disseminada pela Cohousing Brasil, uma organização fundada pela arquiteta Lilian Lubochinski.
Com o crescimento do número de profissionais autônomos no Brasil e no mundo, torna-se cada vez mais necessário contar com espaços colaborativos para trabalho. O coworking é justamente a expressão que simboliza essas iniciativas. Poder compartilhar mesas, internet e salas de reunião, e pagar somente pelo tempo que utilizar, descarta a necessidade de alugar um espaço próprio e incentiva o surgimento de micro e pequenas empresas. No país, já existem centenas de espaços do tipo. Em Porto Alegre, inclusive, são diversos coworkings, como o Nós, o Cuento, o Ikebana e muitos outros.
Tem alguma grande ideia, mas falta dinheiro para colocá-la em prática? Então você pode contar com o crowdfunding, ou, financiamento coletivo. Basta desenhar seu projeto e convencer outras pessoas à contribuir financeiramente para torná-lo real – em troca de uma contrapartida, claro. Diversos sites pelo mundo já estão contribuindo para a concretizar diferentes sonhos, como o Kickstarter, o Kickante, o Catarse, o Benfeitoria e o Vakinha. Juntos, sempre somos mais fortes!
Compartilhar conhecimento pode parecer um conceito cliché em uma sociedade cada vez mais digitalizada. No entanto, é crescente o número de projetos crowdsourcing, que contam com a colaboração para tomarem forma. Tem alguma informação específica que, se compartilhada, pode fazer a diferença na vida de outras pessoas? Iniciativas com a Wikipedia e o Waze, são ótimos exemplos.
Pensar em um produto desde sua concepção, passando por sua produção e chegando ao seu descarte é uma tarefa complexa, mas muito necessária. Por que não reaproveitar materiais descartados ou projetar materiais recicláveis e de fácil decomposição? Essa é a proposta do ecodesign ou design ecológico. Tendência em vários continentes, no Brasil tem ganho muita força. Iniciativas gaúchas como a Insecta Shoes, a Vuelo, a Da Tribu e a Tun.
Hospedagem compartihada ou home sharing é um conceito voltado ao aluguel de casas ou cômodos por temporada. Para pessoas que moram sozinhas, trata-se de uma excelente oportunidade de ampliar a renda e conhecer viajantes. Para quem está viajando, é uma ótima possibilidade de conhecer a cidade visitada como um verdadeiro morador e optar por ambientes mais caseiros. Sites como Couchsurfing e Airbnb já estão movimentando milhares de pessoas ao redor do mundo.
Para quem cozinha e mora sozinho ou para quem não tem habilidades na cozinha, o meal sharing ou compartilhamento de refeições pode ser uma excelente opção. Além de economizar, você tem a oportunidade de conhecer pessoas e contribuir para um consumo mais sustentável. Essa ideia já pode ser encontrada em diversos sites na internet, onde é possível encontrar desde cozinheiros domésticos até chefs se oferecerem para cozinhar na sua casa. A ideia é unir o maior número de pessoas possível para jantar, almoçar ou lanchar de forma colaborativa. O Brasil já faz parte do circuito de compartilhamento de refeições e é possível encontrar oportunidades em sites como o EatWith e Meal Sharing.
Enquanto em modelos econômicos tradicionais funcionam sob a lógica B2C (business-to-consumer), a economia colaborativa propõe um novo formato: o P2P ou Peer-to-Peer (usuário para usuário). Derivada da área da computação, essa expressão coloca o indivíduo como ponto central, onde tanto quem produz ou disponibiliza quanto quem adquire saem beneficiados. Esse tipo de ideia tende a frear a produção desenfreada de bens e serviços por empresas e tende a expandir e facilitar o acesso a qualquer pessoa. Um termo para ter sempre em mente!
Já pensou em ter como moeda de troca o seu próprio tempo? Isso já é realidade. Hoje, você já pode fazer uma aula de violão em troca do conserto de um objeto, por exemplo. É isso que designa o time bank ou banco de tempo. Algumas iniciativas de economia colaborativa já disponibilizam essa função. O Bliive, uma das principais no país. Além de economizar dinheiro, você pode explorar seus talentos (ou até descobrir alguns, por que não?).
Então, o que achou desses termos e expressões da economia colaborativa? Já conhecia algum? É usuário de alguma iniciativa do tipo? Conta para nós nos comentários e não deixe de compartilhar esse conteúdo para que mais pessoas conheçam essas novas formas de produção e consumo.
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