Viver em comunidade é um ato que acompanha o ser humano desde as eras mais longínquas. A convivência em tribos e clãs, no entanto, foi sendo adaptada à vida urbana e ao aumento da densidade demográfica. As construções de habitações próprias supriram a necessidade de construção de identidades e atenderam demandas privadas específicas. Hoje, porém, os resultados provocados por esse comportamento nos levam a refletir: ainda vale a pena manter uma moradia particular, com altos gastos e pouca socialização?
Como alternativa, surge uma tendência (não tão nova) que pretende derrubar, além de paredes, a crise da falta de espaços físicos e os ideais de individualização e desperdício. Trata-se do coliving, um movimento que estimula a integração, a sustentabilidade e, claro, a colaboração.
Apesar de extremamente atual, o conceito de coliving teve origem em 1972. Tudo a partir de Sættedammen, o primeiro projeto cohousing (termo similar ao coliving, que se refere ao compartilhamento de habitações) do mundo. Em uma comunidade com 35 famílias, na Dinamarca, a ideia era manter as moradias privadas e compartilhar espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza de ambientes, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos.
Acreditando nesse modelo de habitação, em 1988, o arquiteto norte-americano Charles Durrett passou a adotar a filosofia em empreendimentos nos Estados Unidos. Até hoje mantém a The Cohousing Company, uma organização que acredita no convívio compartilhado como elemento essencial para uma sociedade mais sustentável.
É quase inevitável comparar o coliving a repúblicas estudantis, casas de repouso ou mesmo iniciativas de hospedagem compartilhada (movimento de aluguel temporário de imóveis). No entanto, apesar de manter pensamentos comuns, o coliving apresenta diferenças na prática. A ideia de comunidade é bastante forte e, geralmente, surge no momento de consideração das necessidades e compartilhamento de expertises de diferentes pessoas, que projetam imóveis em cocriação.
O manifesto coliving, criado pela Coliving.org, resume bem os principais fundamentos desse movimento:
É possível notar que todas as bases do coliving se aproximam dos ideais de reaproveitamento e consumo consciente. Isso se assemelha bastante à cultura da economia colaborativa, uma tendência que ganha cada vez mais força.
Se olharmos em uma linha do tempo, percebemos que a primeira grande virada na vida humana aconteceu lá atrás, quando o homem deixa de ser nômade e passa a investir na agricultura e em moradias fixas. O segundo momento de revolução acontece com a industrialização e o estímulo ao capitalismo e a competição. Atualmente, podemos dizer que estamos entrando em uma terceira era: a do compartilhamento. Algumas iniciativas, principalmente ligadas à construção civil já não se sustentam, e carecem de alternativas para alcançar a lógica do ganha-ganha, onde todas as partes envolvidas, da criação à compra, saiam beneficiadas.
Do ponto de vista econômico, o coliving apresenta-se como uma excelente opção. É comum que empreendimentos projetados sob a ideia sejam construídos com materiais de baixo impacto ambiental e contenham sistemas de reaproveitamento de água e captura de energia renovável, o que acarreta em imóveis mais econômicos e acessíveis.
Divisão de tarefas básicas entre os moradores de uma casa compartilhada. Consumo colaborativo de suprimentos. Trocas de objetos e equipamentos. Uso otimizado de meios de transporte, são muitas as atitudes que beneficiam tanto os participantes quanto a sociedade em geral.
De modo geral, é comum que iniciativas de coliving tendam a atrair um público mais jovem. Este demonstra-se mais disposto a assumir novos modos de vida. A maior parte dos novos empreendimentos que seguem o movimento, como o The Collective, em Londres, são projetados para jovens e autônomos. Eles buscam espaços inteligentes para troca de experiências, aprimoramento de habilidades e oportunidades profissionais. Misturam-se, muitas vezes, com espaços de coworking – ambientes de trabalho compartilhados.
No Brasil, o conceito de coliving vem sendo ativado pela arquiteta Lilian Lubochinski, fundadora da Cohousing Brasil, uma consultoria para projetos na área. Uma das ideias da organização, inclusive, é criar espaços de coliving para idosos, seguindo uma tendência já existente nos Estados Unidos e Canadá. Assim como para o público jovem, a ideia é proporcionar espaços de convivência acessíveis e que atendam necessidades do público-alvo. Já iniciativas como a Casoca, por exemplo, baseada no Rio de Janeiro, pretendem focar em experiências de coliving que investem na educação colaborativa de crianças.
Fato é: iniciativas de coliving têm ganho muitos adeptos e empreendimentos pelo mundo. No Brasil, ainda há poucos projetos nas grandes cidades, mas muitos estudos em andamento, o que demonstra o potencial do país em abraçar essa tendência.
Agora, queremos saber de você: já se imaginou participante de um empreendimento de coliving? Já viveu alguma experiência semelhante? Compartilhe conosco nos comentários e continue ligado no blog!
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Vou adorar dividir espaços com pessoas de minha faixa etária. Não é de hoje que essa idéia já acompanha eu e minhas amigas. Sexagenárias.
Eu sou do Rio de Janeiro e tb estou procurando pessoas sexagenárias (da minha idade), para compartilhar um espaço para morar juntas e desenvolver a partir dai, muita coisa!!!!
Quem se interessa por esse assunto precisa conhecer a http://www.morar.com.vc!
É um site que permite encontrar outras pessoas, que tenham afinidades com você, para formar um grupo e compartilhar algum tipo de moradia
Obrigado pela informação, sou jornalista e vou mandar um email com algumas questões.
Amei a ideia! Sinto exatamente essa necessidade! Sou professora de Yoga e acredito muito nessa proposta! Atualmente, moro num apt grande que dá trabalho, gera custos altos e me isola de certa forma do convívio com outras pessoas. Me sinto amarrada e preciso estar mais próxima de outras pessoas e da natureza. Sou muito sociável e acredito que o ser humano precisa desenvolver mais o altruísmo e a empatia ao próximo! Morar em espaços compartilhados é a solução para o futuro de uma sociedade menos individulista e competitiva! Nós sónprecisamos uns dos outros, principalmente, na idade mais avançada! O idoso se isola e sente-se sozinho e com depressão, novo mal do século! Parabéns pela matéria!!!!
Que bom que gostou do nosso post, Sandra! Agradecemos o comentário. Um abraço! 🙂
Boa tarde
está idéia de coliving é mito boa,eu tenho uma moradia de estudantes assim compartilhada em Niteroi/Rj , gostaria de receber de vcs noticias,fatos sobre esta matéria no é mail at.fernandez@bol.com.br.
Olá Ana Cláudia! Você pode mandar suas dúvidas para o e-mail contato@wikihaus.com.br Ficamos no aguardo!
Adorei a iniciativa, estou passando por um processo de reestruturação pessoal aos 51 anos, e o coliving a meu ver seria uma ótima alternativa, uma vez que tenho meus projetos para desenvolver e poderiam inclusive surgir parcerias interessantes.
Olá! Pode mandar um e-mail para contato@wikihaus.com.br Queremos ouvir você!
Já tive experiências de casa compartilhada mas sem a proposta mais contemporânea baseada em comunicação não violente e outras referências. ..
Tenho muito interesse nesse morar compartilhado urbano e sou afeita a grupos transgeracionais que dão mais a ideia de comunidades, embora também me interesse por grupos etários
Adorei a ideia…uma grande sacada…proncipalmente pela oportunidade de compartilhamento de ideias,aprendizado…incrivel!!Se com ideias SUSTENTAVEIS,RENOVAVEIS E RECILCLAVEIS,seria a perfeicao…Parabens aos idealizadores!!
Sou uma apaixonada pelas iniciativas de economia colaborativa. Hoje administro um empreendimento de escritórios compartilhados, mas tenho um grande interesse em cohousing.
Que óptimo ir encontrando cada vez mais pessoas a tomarem conhecimento e a quererem participar numa forma de (con)viver mais comunitária ao invés de individualista e fechada ao seu redor.
Procuram se interessados no assunto oriundos da zona de Aveiro/Porto – Portugal.
Obrigada.
Com enorme satisfação, observo iniciativas como esta tendo aceitação no Brasil.
Há cerca de seis anos, fiz um MBA em Construção Sustentável, com base no processo LEED (GBCouncil), porém, tais iniciativas aqui na Bahia, ainda parecem um tanto remotas, apesar de já terem núcleos esparsos de pessoas dispostas a iniciativas desta natureza: sexagenários com afinidades ou jovens com ideais de vida alternativa.
Gostaria de obter novidades deste blog,
Estou me adentrando na terceira idade. Sou saudável e pratico atos que me fazem acreditar que terei uma vida longa e saudável. Vejo com bastante otimismo essa tendência e torço para que ela passe a ser uma realidade o quanto antes possível pois certamente serei um usuário desse sistema, mesmo tendo filhos. Sou amante da liberdade.
Os cohousing deram origem às Comunidades Comparilhadas, Residenciais, EcoVilas dentre muitas outras. Em todas vejo um alcance parcial de objetivos que somente terão significado para melhoria de qualidade de vida, tanto para famílias, idosos, e jovens (colivings e coworkings), quando alguns conceitos forem melhor estabelecidos. Essas tendencias vieram para ficar; se originaram de necessidades decorrentes da evolução natural da sociedade humana e da atitude predatoria e oportunista do ser humano frente ao seu mundo e ao Universo.
Eu fiquei 15 dias na Suíça, em um apartamento em que a área de lavanderia era compartilhada com os vizinhos do mesmo andar.
Isso fez eu conhecer o morador ao lado, fato que muitas vezes não ocorre onde moro no Brasil, pois todos ficam isolados dentro de seus apartamentos.
Fiz toda a minha faculdade morando numa casa de estudantes, a JUC-7, em Porto Alegre, que existe até hoje, onde compartilhávamos praticamente tudo, as decisões eram tomadas coletivamente, havia muita parceria, amizades verdadeiras, solidariedade, foi uma grande experiência de vida. Sinto saudades daquela época. Sei que é diferente, mas me trouxe essa lembrança e acredito que, para o coliving dar certo, seja preciso um tanto do espírito solidário e tolerante que conheci na casa de estudantes. Estou escrevendo um artigo sobre o assunto. Desejo-lhes sucesso!
Quando mudei para esse apto, o conceito era para pessoas com propósito de refazer sua vida.
Com lavanderia comunitária e espaço de convivência
Acredito que não seria só para o público jovem, acho interessante essa mistura de idade e interesses.
Mas com o tempo e com a crise financeira,famílias com filhos se mudaram para esses aptos.
Hoje esse conceito foi modificado, e eu me vejo em um prédio com o conceito modificado.
Meus filhos são adultos, alguns casados ou foram morar sozinhos.
Sou moradora a 1 ano em uma coliving em São Paulo, Pacaembu. Com esta vivencia, mesmo pequena, tenho minhas considerações a respeito desta iniciativa e muito a contribuir para conhecer pessoas que tenham a mesma vontade de compartilhar da vida com crescimento pessoal e troca de experiências. Estou neste momento buscando pessoas de interesse comum para juntos formarmos um novo grupo de estudos e possiveis novos moradores. Ficaria muito gratificada com a solidificação desta proposta e a vivência de pessoas , de varias faixas etárias, mas com os mesmos principios, nesta nova forma de relacionamento urbano. Fico No Aguardo de noticias! Obrigada pela oportunidade
Gostaria de conhecer sua experiência de co living.
Poderia me contatar?
lusp1000@gmail.com
Temos uma moradia Coliving
Se alguém tiver interesse
Falar c Célia
quartim54@gmail.com
Tenho 60 anos e sou engenheiro civil e tenho um foco em kitnets. Lendo sobre Coliving fiquei entusiasmado em ter um projeto em que eu possa oferecer aos estudantes, meu público alvo, este produto, tendo o privado e o coletivo de forma que a sociabilidade fosse cada vez mais estimulada.
Abraço forte
Miriam,
faço parte de um grupo chamado: Movimento 60+. Embora não seja atuante fisicamente ao grupo, porque eles estão em SP e eu moro em Jundiaí, SP. Mas comecei a estudar vários assuntos referente a Idosos, e cheguei a compilar uma longa bibliografia sobre o Idoso Ativo, que vem a ser aquele idoso, que tem saúde e gostaria de voltar a ser útil à sociedade. Depois iniciei um outro estudo sobre a sexualidade do idoso, assunto tabu, na nossa sociedade, mas parei. Outro dia me lembrei de Co-living porque moro só, há 04 anos, e confesso que no começo até gostei, mas agora estou começando a me sentir muito só. Tenho dois, filhos, mas a minha filha está na Alemanha com o filho, e o meu filho mora em SP, e viaja muito a serviço. Gosto muito de estudar, tanto que me aposentei da USP aos 72 anos. Vou iniciar agora um estudo sobre Co-living, se alguém tiver interesse em participar entre em contato.
Hoje vi um anúncio aqui em Campinas-sp onde resido com a chamada o primeiro coliving de Campinas. Há muito me interesso por um local assim. Se for por grupo etário, tudo bem, sou sexagenária, mas me agrada ter várias gerações com o mesmo conceito, de convivência e trocas. Gostaria de me manter informada sobre novos grupos, adesões.
Para inventar moda! Isso é simplesmente uma pensão. Coliving é só um termo utilizado pelas pessoas para gourmetizar uma coisa já existente a fim de encarescer. Isso aí já existe desde a época da bisavó.