Administrar uma cidade é um desafio constante. Com o passar dos anos, ocorrem mudanças alheias ao planejamento do poder público e às vezes difíceis de prever. As características demográficas se alteram, a tecnologia avança, a frota de veículos aumenta, a geografia sofre impacto e a infraestrutura se deteriora ou se torna obsoleta.
São apenas alguns exemplos de eventos que podem acontecer em qualquer lugar e sempre geram novas demandas em uma cidade. Para melhor enfrentar esses desafios, a palavra-chave é resiliência. Entender o significado desse termo é fundamental para compreender do que se trata o 100 Resilient Cities, assunto deste texto.
Resiliência pode ser definido como a capacidade de se recuperar rapidamente de uma dificuldade. Na concepção do programa, é algo maior:
“Resiliência é a capacidade de indivíduos, comunidades, instituições, negócios e sistemas dentro de uma cidade de sobreviverem, adaptarem-se e crescerem, não importando que tipos de estresses crônicos e choques agudos eles vivenciem”
Choques são desastres, eventos isolados, como incêndios, terremotos e enchentes. Já estresses são fatores que pressionam uma cidade diariamente ou de maneira recorrente, como escassez crônica de comida e água, sistema de transporte sobrecarregado, violência endêmica ou alto desemprego.
Mas a ideia não é apenas que os membros da sociedade aprendam a conviver com as dificuldades. É também fomentar a capacidade da cidade de resolver seus problemas. Afinal, segundo a página do programa, o conceito de resiliência na cidade existe para torná-la melhor nos bons e maus momentos, “para o benefício de todos seus cidadãos, especialmente os pobres e vulneráveis”.
O 100 Resilient Cities foi criado pela Fundação Rockefeller, uma instituição beneficente não-governamental americana. O programa se dedica a ajudar cidades do mundo inteiro a se tornarem mais resilientes aos desafios físicos, sociais e econômicos que crescem no século 21.
As cidades contempladas recebem os recursos necessários para desenvolver um roteiro para a resiliência, passando pelos seguintes caminhos:
O programa engloba 100 cidades. Há representantes nas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania. Os governos municipais se inscreveram em um processo que selecionou 32 cidades em dezembro de 2013, 35 em 2014 e o restante em maio de 2016.
Um grupo de especialistas analisou as candidaturas, procurando por cidades com prefeitos inovadores, um catalisador recente para mudanças, histórico de construção de parcerias e habilidade para trabalhar com uma ampla gama de interessados. A seguir, conheça algumas das cidades que fazem parte do 100 Resilient Cities e seus desafios.
Nossa cidade foi escolhida para integrar o programa principalmente por conta do seu inovador e premiado Orçamento Participativo. Entre os desafios destacados estão o aumento populacional, a construção de prédios em áreas de conservação, a concentração de habitações em áreas com enchentes, os deslizamentos e o aumento na frota de veículos.
Um grupo de trabalho foi formado por universidades, representantes do governo e moradores. A estratégia de resiliência para a cidade foi lançada em janeiro de 2017, e contempla os seguintes objetivos:
A cidade maravilhosa também está entre as integrantes do 100 Resilient Cities. Se a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas foram grandes oportunidades para melhorias na infraestrutura, após os grandes eventos ainda há vários desafios. Os objetivos traçados para o Rio na estratégia de resiliência são:
A terceira cidade brasileira que integra o programa 100 Resilient Cities é Salvador. A capital da Bahia ainda está desenvolvendo seu plano de resiliência. Alguns dos problemas identificados pelo programa são o desemprego, assentamentos informais, pobreza e sobrecarga em serviços de educação, saúde e transporte, causada pelo aumento populacional. Além disso, são frequentes os deslizamentos em períodos de chuva.
Entre as soluções, já houve iniciativas com investimento estrangeiro e a criação de uma agência governamental para aumentar a oferta de empregos e a qualificação da população. Quanto aos deslizamentos, há trabalhos para reconstruir habitações e estabilizar regiões propensas a esses desastres, mas o rápido aumento populacional é um entrave.
Amã é considerada uma das metrópoles mais prósperas do Oriente Médio. Mesmo assim, há várias oportunidades para se tornar uma cidade mais resiliente. O plano de resiliência desenvolvido para Amã tem os seguintes pontos de atenção:
No chamado primeiro mundo estão as melhores oportunidades e os locais com maior qualidade de vida. Mesmo nessas regiões, porém, governantes estão sempre em busca de oportunidades para tornar as cidades mais resilientes. Isso vale até para São Francisco, capital mundial da inovação.
E os desafios não são apenas relacionados a terremotos, comuns na Califórnia. Infraestrutura, mudanças climáticas, desigualdade social, aumento no nível do mar, população de rua e alto preço das habitações estão entre os problemas. Veja quais são os pontos de atenção listados na estratégia de resiliência:
Se você quiser saber mais sobre as estratégias de resiliência para essas e outras cidades, acesse o site do 100 Resilient Cities e confira todas as informações: http://www.100resilientcities.org/cities/. Clique na cidade que lhe interessa e descubra quais são seus desafios.
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