{"id":51344,"date":"2018-07-19T10:49:54","date_gmt":"2018-07-19T13:49:54","guid":{"rendered":"https:\/\/wikihaus.com.br\/2020\/?p=51344"},"modified":"2018-07-19T10:49:54","modified_gmt":"2018-07-19T13:49:54","slug":"ressignificando-o-espaco-publico","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/wikihaus.com.br\/ressignificando-o-espaco-publico\/","title":{"rendered":"Ressignificando o espa\u00e7o p\u00fablico"},"content":{"rendered":"
A palavra “p\u00fablico” \u00e9 relativa a popula\u00e7\u00e3o, ao povo, ou a algo que pertence a todas as pessoas. A partir da\u00ed, conclu\u00edmos que um espa\u00e7o p\u00fablico<\/b> \u00e9 aquele de posse coletiva, destinado ao uso comum.<\/p>\n
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Todas as cidades, independentemente de seu tamanho e porte econ\u00f4mico, est\u00e3o cheias desses espa\u00e7os, por onde seus cidad\u00e3os e visitantes circulam livremente.<\/p>\n
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O problema \u00e9 que muitos desses lugares s\u00e3o negligenciados pelo poder p\u00fablico, planejados para atender a interesses individuais em vez de coletivos ou constru\u00eddos para os autom\u00f3veis, n\u00e3o para pedestres.<\/p>\n
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Entre os urbanistas mais respeitados do mundo, \u00e9 consenso de que esse formato torna as cidades menos humanas<\/b>. Mas ao mesmo tempo em que o modelo \u00e9 chamado de antigo e obsoleto, podemos consider\u00e1-lo recente sob uma perspectiva hist\u00f3rica.<\/p>\n
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Antes da populariza\u00e7\u00e3o dos autom\u00f3veis (cujo marco \u00e9 o lan\u00e7amento do Ford T, em 1908), os projetos urban\u00edsticos do mundo inteiro privilegiavam as pessoas, com amplas \u00e1reas centrais destinadas \u00e0 conviv\u00eancia do povo. Afinal, n\u00e3o faria sentido nada diferente disso.<\/p>\n
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Ent\u00e3o, quando falamos em ressignificar<\/b> o espa\u00e7o p\u00fablico, \u00e9 um pouco sobre retomar essa maneira de aproveitar a cidade.<\/p>\nIniciativa e colabora\u00e7\u00e3o<\/h2>\n
Podemos definir o urbanismo como um conjunto de pr\u00e1ticas que tem como objetivo planejar e organizar uma cidade, visando sempre proporcionar as melhores condi\u00e7\u00f5es<\/b> poss\u00edveis para a vida dos cidad\u00e3os<\/b>.<\/p>\n
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A execu\u00e7\u00e3o dessas pr\u00e1ticas fica a cargo principalmente do poder p\u00fablico municipal, respons\u00e1vel pelo plano diretor, plano de mobilidade urbana e instala\u00e7\u00e3o do mobili\u00e1rio urbano. E por dar o melhor uso poss\u00edvel a espa\u00e7os p\u00fablicos como pra\u00e7as, parques e cal\u00e7ad\u00f5es, por exemplo \u2014 al\u00e9m de fazer sua manuten\u00e7\u00e3o, claro.<\/p>\n
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Sabemos, no entanto, que nem sempre esse papel \u00e9 cumprido \u00e0 risca, seja por falta de recursos, de pessoal ou simplesmente porque n\u00e3o a quest\u00e3o n\u00e3o \u00e9 tratada como prioridade.<\/p>\n
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Nesses casos, nada impede a popula\u00e7\u00e3o de se mobilizar e, com criatividade e colabora\u00e7\u00e3o, assumir para si a tarefa de ressignificar os espa\u00e7os p\u00fablicos<\/b>.<\/p>\n
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Muita gente, em v\u00e1rios lugares do mundo, j\u00e1 entendeu a ideia. O resultado dessa mentalidade foi a cria\u00e7\u00e3o de iniciativas que tornam as cidades mais humanas. Ou Cidades Para Pessoas<\/i>, como diz o renomado urbanista dinamarqu\u00eas Jan Gehl<\/a>.<\/p>\n A seguir, apresentamos a voc\u00ea alguns exemplos dessas iniciativas que buscam ressignificar o espa\u00e7o p\u00fablico. Inspire-se e comece a pensar no que voc\u00ea pode fazer pela sua cidade<\/a>.<\/p>\n Vamos come\u00e7ar com um projeto daqui mesmo. Criado pelo Est\u00fadio N\u00f4made<\/a>, um bom exemplo de como a ressignifica\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o p\u00fablico pode surgir da iniciativa privada.<\/p>\n <\/p>\n A empresa presta consultoria para institui\u00e7\u00f5es privadas, p\u00fablicas e do terceiro setor no desenvolvimento de inova\u00e7\u00e3o para o bem comum, utilizando ferramentas do design estrat\u00e9gico e psicologia sist\u00eamica.<\/p>\n <\/p>\n O primeiro projeto com a marca da N\u00f4made foi o Estante P\u00fablica<\/b>: a instala\u00e7\u00e3o de prateleiras com livros (para a popula\u00e7\u00e3o se servir) em paradas de \u00f4nibus de Porto Alegre, no lugar dos pain\u00e9is publicit\u00e1rios.<\/p>\n <\/p>\n As estantes tamb\u00e9m vinham com um manual de instala\u00e7\u00e3o, para serem multiplicadas por outros cidad\u00e3os de forma independente, o que realmente aconteceu. O projeto encerrou com a troca do mobili\u00e1rio urbano pela prefeitura.<\/p>\n <\/p>\n \u00c0s vezes \u00e9 dif\u00edcil desenvolver um projeto permanente, de ocupa\u00e7\u00e3o di\u00e1ria de um espa\u00e7o p\u00fablico ocioso. Por\u00e9m mesmo iniciativas eventuais j\u00e1 ajudam bastante, principalmente porque criam, na popula\u00e7\u00e3o local, o sentimento de que aquele lugar poderia ser melhor aproveitado.<\/p>\n <\/p>\n Podemos dizer que esse \u00e9 o caso da Rua Lopes Chaves, localizada no bairro Barra Funda, S\u00e3o Paulo. No ponto em que a via d\u00e1 de cara com os trilhos do trem, h\u00e1 um beco sem sa\u00edda<\/b>.<\/p>\n <\/p>\n Geralmente, o espa\u00e7o \u00e9 frequentado por usu\u00e1rios de crack e moradores de rua. Mas a popula\u00e7\u00e3o da vizinhan\u00e7a se une anualmente para realizar um evento com bastante arte, comida e cervejas artesanais. Inicialmente, o projeto era chamado de Beco Beer Festival, depois de Babylon By Beco<\/b>.<\/p>\n <\/p>\n Hoje, conta com a parceria do Subcentro<\/a>, um movimento coletivo que busca ressignificar uma \u00e1rea que abrange, al\u00e9m da Barra Funda, parte dos bairros Campos El\u00edseos e Bom Retiro.<\/p>\n <\/p>\n Quanto \u00e0 popula\u00e7\u00e3o de rua, a inten\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 expuls\u00e1-los do local, mas sim reduzir os danos. Eles s\u00e3o convidados a trabalhar no evento para que, quando a regi\u00e3o for valorizada, possam ser contratados pelos comerciantes e n\u00e3o expulsos, como explicou um dos integrantes do Subcentro ao Hypeness<\/a>.<\/p>\nExemplos de transforma\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o p\u00fablico<\/h2>\n
Porto Alegre: Estante P\u00fablica<\/h3>\n
S\u00e3o Paulo: Rua Lopes Chaves<\/h3>\n
Rio de Janeiro: Coletivo Trama<\/h3>\n