{"id":50389,"date":"2018-02-11T14:58:57","date_gmt":"2018-02-11T16:58:57","guid":{"rendered":"https:\/\/wikihaus.com.br\/?p=50389"},"modified":"2018-02-15T11:37:57","modified_gmt":"2018-02-15T13:37:57","slug":"analfabetismo-urbanistico-por-que-voce-deve-pensar-sobre-isso","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/wikihaus.com.br\/analfabetismo-urbanistico-por-que-voce-deve-pensar-sobre-isso\/","title":{"rendered":"Analfabetismo urban\u00edstico: por que voc\u00ea deve pensar sobre isso?"},"content":{"rendered":"
N\u00f3s vivemos a cidade, todos os dias. A cidade \u00e9 uma esp\u00e9cie de palco, onde a vida acontece. Voc\u00ea j\u00e1 refletiu, por exemplo, sobre os lugares que est\u00e3o ao seu redor? J\u00e1 parou para pensar que a cidade vai muito al\u00e9m dos limites do seu p\u00e1tio, do seu pr\u00e9dio? Promover debates sobre o lugar onde se vive, ser protagonista da mudan\u00e7a e assumir que cada atitude pode influenciar o todo \u00e9 uma forma de combater o que chamamos de analfabetismo urbano<\/strong>.<\/p>\n <\/p>\n E n\u00e3o, isso nada tem a ver instru\u00e7\u00e3o ou escolaridade! Tem a ver com percep\u00e7\u00e3o, com transforma\u00e7\u00e3o e com a sensibiliza\u00e7\u00e3o de que olhares precisam mudar. Vamos entender o motivo?<\/p>\n <\/p>\n O quanto voc\u00ea \u00e9 capaz de observar o local onde vive? Tem insumos e informa\u00e7\u00f5es suficientes para saber onde atuar e quais impactos t\u00eam suas atitudes? O termo analfabetismo urban\u00edstico tem ganho cada vez mais popularidade, principalmente no meio acad\u00eamico e em pain\u00e9is sobre urbanismo ao redor do mundo. Isso motivado, principalmente, pela consolida\u00e7\u00e3o de movimentos em prol da sustentabilidade<\/a>, economia colaborativa<\/a> e cidades inteligentes<\/a>. Mas, n\u00e3o s\u00f3 e apenas isso: a quest\u00e3o chega em um momento de quase colapso das grandes cidades, que sofrem com problemas de saneamento, subutiliza\u00e7\u00e3o de espa\u00e7os p\u00fablicos, tratamento de res\u00edduos e mobilidade – citando apenas alguns, claro. <\/p>\n <\/p>\n Poder\u00edamos pensar de forma apocal\u00edptica, acreditar que nada disso mudar\u00e1 e que uma transforma\u00e7\u00e3o revolucion\u00e1ria demoraria d\u00e9cadas para ganhar forma. \u00c9 esse pensamento, ali\u00e1s, que nos leva a discutir sobre o analfabetismo urban\u00edstico: o fato de achar que a atitude individual n\u00e3o \u00e9 capaz de impactar, a ideia falsa que coloca apenas parte da cidade como o todo. <\/p>\n Voc\u00ea \u00e9 muito mais do que os espa\u00e7os que utiliza, sua cidade \u00e9 muito al\u00e9m da sua pr\u00f3pria casa.<\/strong> E essa consci\u00eancia \u00e9 apenas parte do processo de atuar sobre a cidade. N\u00e3o olhar ao redor \u00e9 uma pr\u00e1tica quase un\u00e2nime nas grandes cidades. N\u00e3o conhecer a hist\u00f3ria da terra onde se vive e at\u00e9 os pr\u00f3prios vizinhos s\u00e3o dramas que os especialistas em analfabetismo urban\u00edstico reiteram como primordiais para se superar quest\u00f5es mais graves.<\/p>\n <\/p>\n Sem mesmo entrar em quest\u00f5es pol\u00edticas, como a falta e fal\u00eancia de planos diretores sustent\u00e1veis, e mesmo pol\u00edticas p\u00fablicas embasadas e aplic\u00e1veis, \u00e9 interessante pensarmos em como cada um de n\u00f3s, cidad\u00e3os com direitos, mas tamb\u00e9m com deveres, pode ter uma participa\u00e7\u00e3o ativa no combate a esse tipo de desinforma\u00e7\u00e3o urbana. Seja no papel de cobradores das autoridades p\u00fablicas, seja na frente de atua\u00e7\u00e3o di\u00e1ria, onde se coloca a m\u00e3o na massa para fazer a mudan\u00e7a, como moradores de uma cidade ou bairro, temos in\u00fameras possibilidades de fazermos a diferen\u00e7a (e n\u00e3o s\u00f3 e apenas como exerc\u00edcio filantr\u00f3pico, mas pensando em nosso pr\u00f3prio bem-estar). <\/p>\n <\/p>\n O conceito de analfabetismo urban\u00edstico aparece com o intuito de reflex\u00e3o sobre o ato de habitar e demonstra\u00e7\u00e3o de que at\u00e9 as simples atitudes s\u00e3o importantes para a melhora. Quer saber como?<\/p>\n <\/p>\n Se o assunto \u00e9 informa\u00e7\u00e3o (ou falta de), precisamos come\u00e7ar levantando algumas perguntas para verificar nosso n\u00edvel de conhecimento sobre a pr\u00f3pria realidade. Pronto para testar?<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Sim, s\u00e3o muitas quest\u00f5es a serem respondidas. Se voc\u00ea n\u00e3o consegue encontrar todas as respostas de cabe\u00e7a, sem nenhum tipo de pesquisa, certamente n\u00e3o est\u00e1 sozinho. Mas, pode come\u00e7ar a fazer diferente. N\u00e3o se trata de perda de tempo, mas de investimento na qualidade de vida e na heran\u00e7a para as pr\u00f3ximas gera\u00e7\u00f5es. <\/p>\n <\/p>\n N\u00e3o se trata apenas de investimento monet\u00e1rio e p\u00fablico, devemos investir muito no comportamento da popula\u00e7\u00e3o. Precisamos acreditar que a popula\u00e7\u00e3o se mobiliza, se sensibiliza se ela for tratada como ser inteligente. A partir da reflex\u00e3o proposta pelas perguntas anteriores e de uma vis\u00e3o ampliada sobre sua regi\u00e3o de moradia, \u00e9 poss\u00edvel tomar a\u00e7\u00f5es pr\u00e1ticas, que podem vir de diferentes esferas. Come\u00e7ar aos poucos, mudando pequenos atos, \u00e9 garantir a autenticidade de sua mudan\u00e7a – afinal, nada pode mudar instantaneamente do dia para a noite.<\/p>\n <\/p>\n Esteja pr\u00f3ximo \u00e0s esferas p\u00fablicas de sua cidade:<\/strong> exija o que \u00e9 de direito, denuncie problemas de estrutura\u00e7\u00e3o p\u00fablica, compare\u00e7a em audi\u00eancias de or\u00e7amento participativo, conhe\u00e7a os projetos em aprova\u00e7\u00e3o da sua cidade e, claro, vote consciente (sabendo dos projetos de seus candidatos e se informando sobre sua vida p\u00fablica).<\/p>\n <\/p>\n Pense no lixo que voc\u00ea produz:<\/strong> separar seus res\u00edduos, reaproveitar materiais e descartar lixos t\u00f3xicos em locais apropriados e repensar seu pr\u00f3prio consumo<\/a> j\u00e1 n\u00e3o s\u00e3o diferenciais. Visite cooperativas de reciclagem, esteja atento a projetos comunit\u00e1rios voltados a descarte de objetos e coopere com a limpeza da via p\u00fablica (tudo come\u00e7a com o papel de bala que voc\u00ea evita jogar no ch\u00e3o ou nas necessidades do seu c\u00e3ozinho que voc\u00ea recolhe).<\/p>\n <\/p>\n Repense seus trajetos:<\/strong> verifique se n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel utilizar transportes p\u00fablicos nos deslocamentos que voc\u00ea faz diariamente. Que tal dar uma boa pedalada de bicicleta<\/a> para conhecer as ruas pr\u00f3ximas a voc\u00ea? Caronas entre amigos ou colegas de trabalho tamb\u00e9m s\u00e3o uma \u00f3tima forma de colaborar positivamente com a sua cidade.<\/p>\n <\/p>\n Conhe\u00e7a as hist\u00f3rias do seu bairro:<\/strong> pesquise, leia e converse com os moradores mais antigos do lugar onde voc\u00ea mora. Procure saber quem antes morou ali, quais problemas sua regi\u00e3o j\u00e1 enfrentou, como o pr\u00e9dio, casa ou terreno que voc\u00ea mora surgiu. Faz sentido para voc\u00ea? <\/p>\n <\/p>\n Ocupe espa\u00e7os p\u00fablicos:<\/strong> v\u00e1 para a rua, conecte-se com a sua cidade. Se existem movimentos ou eventos<\/a> que se apropriem de espa\u00e7os comunit\u00e1rios, participe e esteja presente. Se n\u00e3o existem, quem sabe voc\u00ea mesmo pode promover? A seguran\u00e7a e a revitaliza\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m dependem da popula\u00e7\u00e3o que demonstra na pr\u00e1tica esse pertencimento. <\/p>\n A desinforma\u00e7\u00e3o sobre as cidades vem sendo combatida no Brasil a partir de diversas frentes. A maior parte delas baseadas no protagonismo social como forma de mudan\u00e7a. Colocar a cidade em pauta e escutar a percep\u00e7\u00e3o de diferentes grupos \u00e9 uma forma nobre, justa e inteligente de promover a transforma\u00e7\u00e3o. <\/p>\n <\/p>\n A Talking City<\/a>, por exemplo, \u00e9 um projeto incr\u00edvel que, a partir da abordagem do design, tem o objetivo de empoderar a participa\u00e7\u00e3o dos cidad\u00e3os na constru\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es de impacto e relev\u00e2ncia para as cidades onde vivem. S\u00e3o consultorias, cursos e conte\u00fados estrat\u00e9gicos que criam um ecossistema de inova\u00e7\u00e3o, conectando organiza\u00e7\u00f5es, cidad\u00e3os, hackers urbanos<\/a> e governo em prol de resolu\u00e7\u00f5es \u00fateis e sustent\u00e1veis.<\/p>\n <\/p>\n \u00c9 claro que a Wikihaus<\/strong> n\u00e3o poderia estar de fora dessa. Como forma de movimentar o olhar sobre o mundo que nos cerca, permanecemos em constante discuss\u00e3o sobre os principais temas da atualidade. A partir de solu\u00e7\u00f5es colaborativas, que escutam de ponta a ponta, buscamos transformar a cidade e o cotidiano da popula\u00e7\u00e3o – considerando que a vida circula por muito al\u00e9m das divis\u00f3rias do local onde se mora. Ouvir de quem habita seus anseios, vontades, as perspectivas e desejos para o futuro \u00e9 uma \u00f3tima forma de dar visibilidade \u00e0s diferentes formas de pensar e viver. Colaborar e construir junto \u00e9 o ponto de partida para a cria\u00e7\u00e3o de uma nova gera\u00e7\u00e3o de incorpora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\u00c9 tudo uma quest\u00e3o de olhar ao redor (e ir al\u00e9m disso)<\/h2>\n
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\n <\/p>\nComece respondendo algumas perguntas<\/h2>\n
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Renove e inove seu comportamento<\/h2>\n
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\n <\/p>\nIniciativas que unem experi\u00eancias para pensar a cidade<\/h2>\n