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“Por que os arquitetos não se preocupam com as pessoas?”. Essa pergunta foi a semente para o arquiteto dinamarquês Jan Gehl mudar a sua perspectiva e deixar para trás o status quo de sua profissão na época. A partir daí, parou de focar no estilo e começou a pensar nas pessoas. Hoje, é um guru mundial do planejamento urbano.

 

A autora da seminal pergunta, feita no início da década de 1960, foi sua esposa Ingrid, uma psicóloga do desenvolvimento. Sem a provocação vinda de uma cabeça com formação distinta da sua, provavelmente a história de Gehl seria outra. Colher insights de outras áreas do conhecimento é um dos pilares do trabalho da Gehl People.

 

Assim são chamadas as equipes da Gehl Architects, fundada em 2000 em Copenhagen por Jan e sua aluna Helle Søholt. A empresa surgiu para colocar em prática na capital da Dinamarca as quatro décadas de pesquisa extensiva de Gehl. Após crescer e se internacionalizar, a organização hoje ajuda a melhorar a vida das pessoas em cidades do mundo todo.

 

Como atua a Gehl People

Em cada trabalho da Gehl People, o objetivo é sempre pensar em Cidades para Pessoas, que é o título do livro lançado em 2010 por Jan Gehl, já considerado um clássico do urbanismo. O trabalho é feito no sentido de criar um relacionamento benéfico entre as pessoas e o ambiente em que elas vivem, gerando qualidade de vida.

 

O conceito é transformado em projetos por uma equipe talentosa, dinâmica e internacional, com pessoas de diferentes origens. O segredo é uma abordagem aberta, otimista, curiosa e colaborativa, que passa por um viés não apenas da arquitetura, mas também das ciências sociais.

 

Como cientistas sociais, os membros da Gehl People observam como as pessoas utilizam o entorno onde vivem e como esse lugar impacta na sua qualidade e modo de vida. É investigado onde as pessoas andam, passam tempo e em que atividades se engajam. Dia e noite, durante a semana e também em sábado e domingo.

 

Como arquitetos, preocupam-se com a forma do ambiente construído e em atender às necessidades das pessoas. O trabalho sempre segue o princípio da cocriação, e as soluções obtidas para construir cidades para pessoas são encontradas justamente na intersecção entre a vida e a forma.

São Paulo para pessoas

As equipes da Gehl Architects desenvolvendo projetos de design urbano para prefeitos, ONGs e organizações públicas e privadas diversas. No Brasil, já prestaram serviços para um condomínio em Brasília e planejaram o espaço público de Pedra Branca (empreendimento de Palhoça, em Santa Catarina).

 

Além disso, os arquitetos da Gehl People fizeram trabalhos para a São Paulo Urbanismo, empresa pública do município de São Paulo. Em 2013, a equipe entregou uma série de projetos piloto para a maior cidade do Brasil, e dois deles foram implementados com sucesso.

Largo São Francisco

Um deles foi transformar um local público inutilizado em um espaço vibrante: o largo São Francisco. Além de estar no centro da cidade, onde naturalmente há um grande volume de pessoas circulando, no outro lado da rua fica a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

 

O largo, no entanto, não era um local convidativo, e os pedestres não se sentiam seguros em atravessar a rua. O projeto transformou uma área cercada em deck com espaço para descansar, guarda-sol, bicicletário, WiFi gratuito e banheiro público.

 

A sinalização de trânsito mudou, e foi pintada uma vistosa faixa de pedestres para facilitar a travessia. Hoje, a área tem 122% mais gente a ocupando. Se considerarmos apenas horário de pico, almoço e à noite, o volume de pessoas que transitam no local é 237% maior.

Largo do Paissandu

Outro projeto piloto que se tornou realidade foram as mudanças realizadas no Largo do Paissandu, também no centro, onde fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Antes, pedestres andavam apenas nos limites do largo, onde estão as paradas de ônibus. Com a instalação de bancos e decks de madeira, a área de dentro do largo também passou a ser frequentada.

Nova York, Estados Unidos

Departamento de Transporte de Nova York tinha como objetivo reduzir o trânsito e aumentar o número de ciclistas e pedestres. Na famosa Times Square, Gehl People descobriu que 89% do espaço era destinado às ruas e apenas 11% às pessoas fora de veículos.

 

Os estudos motivaram a transformação de vários espaços ao longo da Avenida Broadway, a partir de um design centrado nas pessoas, tornando caminhar e andar de bicicleta muito mais agradável.

Chongqing, China

Na China, vizinhanças que antes priorizavam as pessoas se transformaram, desde a década de 60, em vias para veículos automotores. Isso em um país em que a grande maioria da população não possui carro.

 

Com seus estudos na cidade de Chongqing, o objetivo da Gehl People, em colaboração com órgãos chineses de sustentabilidade, foi focar nos links entre desenvolvimento urbano, espaço público, transporte público e sustentabilidade.

Istambul, Turquia

Os turcos também procuraram Gehl para tornar a sua mais importante cidade um lugar melhor para se viver e trabalhar. Os arquitetos descobriram que, na comparação com outras cidades, a península histórica de Istambul não oferece muito espaço público. As estratégias propostas já começaram a ser implementadas, com a “pedestrização” de mais de 200 ruas.

Para conhecer outros cases de projetos da Gehl People para construir cidades para pessoas, acesse o site da empresa. O que você achou da história e dos conceitos de Jan Gehl? Se gostou, compartilhe o conteúdo nas redes sociais. Ficou com alguma dúvida? Deixe um comentário abaixo.

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Permeabilidade urbana integra prédios e espaço público https://wikihaus.com.br/permeabilidade-urbana-integra-predios-e-espaco-publico/ https://wikihaus.com.br/permeabilidade-urbana-integra-predios-e-espaco-publico/#comments Fri, 23 Mar 2018 16:06:58 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=50610 Há quem enxergue a cidade como uma série de terrenos privados, entre os quais passam as vias urbanas. Ou seja, […]

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Há quem enxergue a cidade como uma série de terrenos privados, entre os quais passam as vias urbanas. Ou seja, a rua é uma coisa e a propriedade particular é outra. E o passeio público (calçadas) é visto como mais um elemento à parte, ou como mera extensão do imóvel.

 

O conceito de permeabilidade urbana propõe pensar na cidade de uma outra maneira: como um ambiente de integração. Segundo o dicionário Michaelis, permeável é aquilo “que pode ser atravessado, transpassado”.

 

Como a terra. Quando um agricultor irriga sua plantação, a água não fica acumulada sobre a superfície, mas é absorvida pelo solo, que é poroso e não maciço (impermeável) como o asfalto e concreto.

 

Quando o assunto é permeabilidade urbana, estamos utilizando o termo como metáfora para definir uma qualidade muito interessante de determinadas construções: a integração com o espaço público e a visibilidade de parte de seu interior.

 

É como se o prédio fosse a terra e a água fosse o espaço público. Uma construção permeável é aquela que é irrigada por áreas de livre circulação, onde o fluxo de pessoas é facilitado e estimulado.

Projetos que convidam visitantes

Em um edifício permeável, o prédio se mistura com a rua e a rua se mistura com o prédio. Há uma interação da construção com o seu entorno que não é por acaso, mas sim deliberada. Mesmo que seja um imóvel residencial, que não é aberto à visitação de estranhos, essa harmonia é importante.

 

A residência pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e a experiência cotidiana de quem circula pelo local. O resultado é um local mais movimentado e, consequentemente, mais seguro, o que beneficia a todos, moradores e transeuntes.

 

É importante observar que, assim como o projeto do edifício leva em conta o que está à sua volta, a presença da construção também influenciará o entorno. Por isso, tudo deve ser planejado com muita responsabilidade, respeitando a vida que acontece ali e pensando em estimular mudanças positivas na rua.

 

Um ótimo exemplo de prédio permeável é o Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na Avenida Paulista. Além de ser um dos mais importantes museus do Brasil, está entre os principais exemplares da arquitetura brasileira.

 

O terreno para a construção do Masp, que é uma instituição privada, foi doado pela prefeitura com a condição de que fosse mantida a vista para o centro da cidade, a partir do mirante 9 de julho.

 

A solução encontrada pela arquiteta Lina Bo Bardi foi fazer o prédio suspenso, de modo que o espaço público da calçada da Avenida Paulista e o acesso ao mirante fossem mantidos. A área localizada abaixo do museu ficou conhecida como vão do Masp, um lugar bastante vivo e movimentado.

Masp

Prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp), projetado por Lina Bo Bardi.

O Copan, outra das construções mais famosas do Brasil, é mais um exemplo de permeabilidade urbana. O térreo do icônico prédio projetado no centro de São Paulo por Oscar Niemeyer é uma grande galeria com comércio e serviços, que pode ser atravessada.

 

Combinado com as passagens existentes nos terraços do edifício Itália (segundo mais alto da capital paulista) e edifício Conde Penteado, forma uma quadra permeável, de intenso movimento de pedestres.

Copan

Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer, no centro de São Paulo.

Movimento no comércio e cidadania

Para que o ambiente seja realmente convidativo e acessível, é preciso reduzir os obstáculos físicos. Em Life Between Buildings (A Vida Entre Edifícios), Jan Gehl, arquiteto dinamarquês, escreveu que é importante que seja fácil entrar e sair das habitações. Segundo ele, quando a passagem é difícil – exigindo o uso de escadas ou elevadores, por exemplo – o número de visitas cai.

 

Mesmo parques que não são cercados podem ser mal planejados nesse sentido. Apesar de serem espaços abertos, às vezes possuem muitos canteiros funcionando como barreiras (limitando o número de entradas) em vez de terem a grama se encontrando diretamente com o calçamento do passeio público por toda a extensão do parque.

 

Para o comércio, a motivação para desenvolver projetos permeáveis é muito clara. Como já dissemos, um prédio que está integrado com o espaço público estimula a circulação de pessoas. Portanto, maior será o número de clientes em potencial passando pelo local. Tente lembrar: você nunca deixou de entrar em uma loja porque imaginou que não se sentiria confortável dentro dela?

 

Já nos prédios de instituições públicas, como câmaras legislativas, fóruns e outros tantos, utilizar os princípios da permeabilidade urbana é fomentar o sentimento de cidadania entre a sociedade. Se um órgão é público, ele deve funcionar em prol da comunidade, portanto a população deve ser bem-vinda em seus prédios.

 

Em entrevista à revista aU, o renomado arquiteto Fábio Penteado (falecido em 2011) contou uma experiência que tem muito a ver com isso. Para desenvolver o projeto do Fórum de Araras (cidade do interior paulista), Penteado visitou um já construído, em uma cidade vizinha. A impressão causada foi forte.

 

“Procurei usufruí-lo como um homem comum, um trabalhador que ali chegava por obrigação, para tirar um documento ou registrar um filho, e me senti muito triste. A impressão era que quem entrasse ali já estava ‘condenado’, à mercê da má vontade de um guarda ou do garoto do cartório, que se sente uma autoridade. A minha idéia, então, foi abrir o espaço e dissipar aquela sensação de medo e humilhação.”

Penteado projetou um prédio que, originalmente, não tinha portas nem saguão. Era uma espécie de praça coberta, na qual as pessoas podiam sentar e conversar. Hoje, a construção abriga a Câmara de Vereadores do município.

Projeto do Fórum de Araras

Projeto original do Fórum de Araras, concebido por Fábio Penteado.

Permeabilidade urbana aumenta a segurança

A permeabilidade urbana não é apenas a capacidade de uma construção de ser transposta. Antes disso, ela deve ser vista. Um prédio permeável permite o contato visual dos transeuntes com o seu interior. Em vez de muros, possui por grades, alambrados ou, melhor ainda, jardins. Em vez de vidros refletivos, tem brises e cobogós.

 

Jan Gehl, no mesmo livro citado anteriormente, afirma que o contato entre o que acontece no espaço público e dentro dos edifícios enriquece as possibilidades de experiências em ambas as direções. O resultado é um maior movimento, fator que tem relação direta com a segurança do local.

 

Você já tentou caminhar em uma quadra que possui um muro alto em toda a sua extensão? Muitos condomínios são construídos assim para garantir a segurança de quem está dentro, sem pensar em contribuir para uma rua, quadra, bairro e cidade mais segura.

Muro

Muros altos diminuem a sensação de segurança em uma rua.

“Tu caminhas por dois quilômetros e ninguém te vê, ninguém te cuida. Esse é um problema de planejamento urbano e construção da cidade, pois são as pessoas que tornam a cidade segura”, opina Adalberto da Rocha Heck, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisinos Porto Alegre.

 

Assim, pensar nessa permeabilidade visual é, também, uma maneira de tornar a rua mais movimentada, o que leva a um círculo virtuoso. Segundo Gehl, a própria animação de uma rua atrai mais pessoas. Não são apenas as crianças que se interessam por lugares em que outros pequenos estão brincando – Os adultos também são assim.

 

Concorda com esse ponto de vista e acha que construções mais permeáveis ajudam a construir uma cidade melhor? Então compartilhe o artigo com seus amigos nas redes sociais. Se ainda tem dúvidas sobre a permeabilidade urbana, deixe um comentário abaixo 🙂

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