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Desde quando a civilização humana começou a se aglomerar em cidades, as praças ocupam um papel central na sua organização. Nas sociedades cristãs ocidentais, ao redor das praças eram construídos os prédios mais importantes: a igreja e a sede do poder administrativo.

 

Esses espaços, públicos e abertos, cumpriam o fundamental propósito da convivência. A população da cidade, assim como os forasteiros, convergia na praça, onde aconteciam encontros, trocas de ideias, atividades de lazer, eventos culturais, comércio e muito mais.

 

Hoje, vivemos no contexto do planejamento urbano orientado para os carros, não para as pessoas. Nas praças, os carros não podem entrar, o que talvez ajude a explicar por que muitas de nossas praças estão mal cuidadas, às vezes até abandonadas.

 

Se você quiser colaborar para tornar a capital gaúcha mais humana, que tal começar frequentando as praças de Porto Alegre? O primeiro passo é organizar os equipamentos: esquente a água, prepare a mateira com térmica, cuia, bomba e erva e aprecie um bom chimarrão enquanto passeia por esses espaços públicos totalmente democráticos.

As campeãs

Entre as praças de Porto Alegre mais conhecidas e frequentadas estão três das mais antigas, localizadas no Centro Histórico da cidade: a Praça da Alfândega (que fica entre a Avenida Siqueira Campos e a Rua dos Andradas), a Praça XV de Novembro e o Largo Glênio Peres (as duas últimas situadas atrás do Mercado Público).

 

No Brasil, a ideia de praça está associada à presença de ajardinamento, enquanto um largo, ou “praça seca”, é mais comum em cidades europeias. Um bom exemplo de praça com bastante verde é a Praça da Encol (na Avenida Nilópolis), um concorrido ponto de prática de esportes entre os bairros Bela Vista e Petrópolis.

 

Maiores e ainda mais verdes que as praças são os parques, e Porto Alegre está cheia deles também. Os mais populares são o Parque da Redenção (que fica entre o Bom Fim e a Cidade Baixa) e o Parcão (ao lado da Avenida Goethe, no Moinhos de Vento), seguidos pelo Parque Marinha do Brasil (no bairro Praia de Belas, entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Borges de Medeiros) e Parque Germânia (na Avenida Túlio de Rose, Jardim Europa).

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Parque da Redenção é um dos locais preferidos dos porto-alegrenses. Foto: Maia Rubim/PMPA

Praças de Porto Alegre que você precisa conhecer

As praças e parques de que falamos até agora são as mais frequentadas pelos porto-alegrenses. Quem mora ou visita a cidade, porém, tem outras opções para passear com seu cachorro, ler um bom livro, tomar um chimarrão, praticar yoga ou qualquer outra atividade legal de se fazer em uma praça. A seguir, conheça algumas delas:

Praça Província de Shiga

Entre as avenidas Cristóvão Colombo e Plínio Brasil Milano fica essa praça que foi um presente do governo japonês ao Rio Grande do Sul. Apesar de pequena, é linda. Conta com um pequeno lago, uma ponte, cascata e quiosque. Lembra os belos jardins japoneses.

 

A praça é cercada e tem horário de visitação: de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h. Sábados, das 14h às 18h e domingos das 9h às 12h.

Praça Professor Leonardo Macedônia

Saindo da Praça Província de Shiga, basta atravessar a Avenida Plínio Brasil Milano para chegar na Praça Leonardo Macedônia. Ela possui recanto infantil e quadras poliesportivas. Ideal para levar crianças e passear com seu cachorro.

Parque Vinte de Maio

O Parque Vinte de Maio é um bonito espaço verde localizado na Vila Ipiranga, próximo à Avenida Professora Paula Soares. Ele é conhecido pela presença de cágados e patos em seu laguinho. Possui quadras para a prática de esportes, uma pista para caminhadas e playground infantil.

Praça Doutor Maurício Cardoso

Da Zona Norte de Porto Alegre, vamos para a região central. Essa praça fica no bairro Moinhos de Vento, entre as ruas Félix da Cunha e Tobias da Silva. É um lugar com muita sombra produzida pelas frondosas árvores, e tem como atrativo uma escultura de onça-parda, além de um espelho d’água, bancos e vasos ornamentais.

Jardim do Dmae

Na Rua 24 de Outubro fica a Estação de Tratamento de Água do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Contando assim, não é nada atrativo, certo? Acontece que o local, além de um belo prédio, possui um lindo jardim inspirado no Palácio de Versailles.

 

Aberto para o público (das 8h às 19h, inclusive em domingos e feriados), é o lugar perfeito para fazer um piquenique com a família ou com a pessoa amada.

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Jardim do Dmae é local perfeito para um piquenique em família. Foto: Jonathan Heckler/PMPA

Praça Gustavo Langsch

Quem passeia pelo bairro Bela Vista consegue contemplar Porto Alegre de cima, com uma visão privilegiada. O caminhante pode aproveitar e visitar a pacata Praça Gustavo Langsch, que fica entre as ruas Artur Rocha e Desembargador Moreno Loureiro Lima.

Praça Isabel, a Católica

Entre as avenidas Borges de Medeiros e Praia de Belas, fica a Praça Isabel, a Católica. Seguidamente, há programações culturais como feiras e bazares no local. Você pode aproveitar e estender o passeio pela bela Rua da República, na Cidade Baixa.

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Praça Isabel, a Católica. Foto: Joel Vargas/PMPA

Aproveite as praças de Porto Alegre

Para tornar as cidades mais humanas, você pode fazer a sua parte simplesmente ocupando as praças, criando o costume de transitar por elas, sentando em seus bancos e participando de atividades culturais promovidas nesses locais.

 

Isso estimula mais pessoas a fazerem o mesmo e chama a atenção do poder público para dar um cuidado maior às praças de Porto Alegre.

 

Gostou da lista? Acrescentaria outra praça legal da cidade? Deixe um comentário abaixo com sua opinião!

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É ótimo ter um supermercado perto de casa, daqueles completos, que têm de tudo e nunca deixam você na mão. Apesar da praticidade, há muita gente que não troca por nada a oportunidade de fazer suas compras em uma feira de rua.

 

Feira é um evento em local público, em que produtores, comerciantes, artistas e outras pessoas expõem e vendem suas mercadorias ou serviços.

 

As mais tradicionais são as feiras de alimentos, principalmente hortifrutigranjeiros, mas há também feiras de artesanatos, de antiguidades, com brechós de roupas… Em todas elas, vale a mesma lógica: tem alguma coisa que torna a experiência diferente em relação a comprar os mesmos produtos em estabelecimentos convencionais.

 

Alguém pode dizer que o segredo está na qualidade e exclusividade dos itens. Afinal, na feira é possível comprar direto do produtor (alimentos, por exemplo) e há mercadorias que não se encontra em outros lugares.

 

Esses são diferenciais, não se pode negar. Mas não é só isso. A convivência entre diferentes pessoas ocupando aquele espaço ao ar livre torna uma compra ou um simples passeio em uma feira algo especial.

Convivência real

Não há quem não fique surpreso ao acessar uma rede social e ver tanta discussão e agressividade entre os usuários. Será que, antes da popularização desses canais de interação online, as pessoas tinham esse mesmo comportamento?

 

Parte da explicação está justamente na distância que separa um indivíduo em seu computador ou smartphone do outro.

 

É como no trânsito: quem buzina, xinga e mostra o dedo para um motorista que fechou sua frente não faria o mesmo caso os dois estivessem caminhando em uma calçada e um movimento parecido acontecesse.

 

E o que a feira tem a ver com isso? É um ambiente em que tradicionalmente há muita interação “real”.

 

Todo mundo que a frequenta se sente estimulado a conversar com os vendedores e interagir com outros consumidores e visitantes. É uma convivência leve e saudável, que contribui para a qualidade de vida.

feira de rua

Feira é um espaço para todos

Você já pôde perceber que a feira é muito mais do que um meio de movimentar a economia no comércio. E, além do benefício para os indivíduos que por ela passam, a promoção da convivência entre as pessoas em uma feira pode ter implicações positivas na cidade como um todo.

 

Elas são ótimos exemplos de ressignificação do espaço público, assunto que já motivou um artigo bem legal em nosso blog, em que falamos sobre algumas iniciativas interessantes com esse objetivo.

 

A ressignificação de que falamos é no sentido de tornar as cidades mais humanas, com mais pessoas em vez de apenas carros e melhor aproveitamento de espaços ociosos.

 

Há várias feiras — aqui em Porto Alegre mesmo — que surgem justamente com essa proposta, de ocupar e transformar algum espaço legal que é subaproveitado.

 

Outras, como a Feira Me Gusta (uma recomendação frequente na nossa agenda Wikihaus), tem essa proposta, mas é itinerante. O que é legal porque ajuda a espalhar esse conceito por vários lugares da cidade.

 

A seguir, vamos falar um pouco sobre as feiras de Porto Alegre. Sem esquecer, é claro, das feiras tradicionais, que inspiram essas novas iniciativas. E daquelas que acontecem de vez em quando, mas também têm um lugar especial em nosso coração.

Feiras Modelo

Começamos a lista com as feiras modelo, geridas pela prefeitura. São 39 feiras espalhadas pela cidade, que vendem hortifrutigranjeiros, carnes, derivados de leite, frios e embutidos. No site da prefeitura, você confere o endereço de cada uma das feiras modelo, o dia e horário em que elas ocorrem.

Feira Ecológica do Bom Fim

É uma tradicional feira que surgiu em 1991 na Avenida José Bonifácio, ao lado do Parque Farroupilha (Parque da Redenção), começando na esquina com a Avenida Osvaldo Aranha. A Feira Ecológica do Bom Fim acontece nos sábados, das 7h às 13h.

 

Ela é destinada à venda de produtos orgânicos, ou seja, que são produzidos sem agrotóxicos e adubos químicos. Pioneira em Porto Alegre, é a segunda iniciativa do gênero no país. Saiba mais no Facebook da feira.

Brique da Redenção

Seguindo a Feira Ecológica do Bom Fim, a partir da Rua Vieira de Castro e em direção à Avenida João Pessoa, os visitantes conferem também uma feira de artesanato, antiguidades e artes plásticas. Mas podemos dizer que é praticamente uma preparação para o dia seguinte.

 

Porque no domingo toda a extensão da José Bonifácio fica trancada para o trânsito de veículos e acontece o famoso Brique da Redenção. Além de ser um ponto de encontro dos porto-alegrenses, é uma das principais atrações turísticas da cidade.

Brique da Redenção

Brique da Redenção é uma das principais atrações turísticas de Porto Alegre. Foto: Cristine Rochol/PMPA

Caminho dos Antiquários

A quadra da Rua Marechal Floriano Peixoto que fica entre as ruas Coronel Fernando Machado e José do Patrocínio, no Centro Histórico de Porto Alegre, é conhecida como Caminho dos Antiquários. O local abriga vários estabelecimentos que funcionam durante a semana e nos quais é possível encontrar os mais interessantes e estranhos objetos.

 

No sábado, além das lojas, a rua é fechada para veículos e acontece uma feira com dezenas de expositores — das 10h às 15h30. A feira se estende à Praça Daltro Filho, no triângulo ao lado da Avenida Borges de Medeiros.

Feira do Aeromóvel

A Feira do Aeromóvel acontece uma vez por mês na Praça Júlio Mesquita, embaixo dos trilhos do aeromóvel desativado e em frente à Usina do Gasômetro (também desativada).

 

A feira reúne produtores locais de artesanato e marcas autorais de confecções e outros produtos. A proposta dos organizadores é reunir as pessoas e propor um diálogo sobre a ocupação dos espaços públicos. A próxima edição (que será a oitava) acontecerá no dia 13 de outubro. Mais informações aqui.

Feira Me Gusta

A já citada Feira Me Gusta é uma inspiração para muitas outras iniciativas em Porto Alegre e no resto do país (tanto é que, em novembro, a edição especial que comemora quatro anos da feira acontecerá em São Paulo).

 

A feira reúne arte, moda, música e gastronomia. Suas bandeiras são dar vida aos espaços públicos, incentivar a troca entre as pessoas, fomentar a economia criativa e o turismo e tornar a arte e cultura acessíveis a todos. Saiba mais no site da feira.

Feira do Livro

Ela está no final da lista, mas não por falta de importância. A Feira do Livro de Porto Alegre acontece uma vez por ano desde 1955, na Praça da Alfândega, no Centro Histórico. É um dos maiores eventos culturais do Rio Grande do Sul e do país e reúne livreiros, palestras, rodas de conversa… Enfim, é cultura para todo lado. Acesse o site do evento para saber mais sobre a sua 64ª edição.

 

E você, concorda sobre tudo o que falamos aqui sobre o impacto positivo das feitas? Deixe um comentário compartilhando suas experiências 🙂

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Permeabilidade urbana integra prédios e espaço público https://wikihaus.com.br/permeabilidade-urbana-integra-predios-e-espaco-publico/ https://wikihaus.com.br/permeabilidade-urbana-integra-predios-e-espaco-publico/#comments Fri, 23 Mar 2018 16:06:58 +0000 https://wikihaus.com.br/2020/?p=50610 Há quem enxergue a cidade como uma série de terrenos privados, entre os quais passam as vias urbanas. Ou seja, […]

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Há quem enxergue a cidade como uma série de terrenos privados, entre os quais passam as vias urbanas. Ou seja, a rua é uma coisa e a propriedade particular é outra. E o passeio público (calçadas) é visto como mais um elemento à parte, ou como mera extensão do imóvel.

 

O conceito de permeabilidade urbana propõe pensar na cidade de uma outra maneira: como um ambiente de integração. Segundo o dicionário Michaelis, permeável é aquilo “que pode ser atravessado, transpassado”.

 

Como a terra. Quando um agricultor irriga sua plantação, a água não fica acumulada sobre a superfície, mas é absorvida pelo solo, que é poroso e não maciço (impermeável) como o asfalto e concreto.

 

Quando o assunto é permeabilidade urbana, estamos utilizando o termo como metáfora para definir uma qualidade muito interessante de determinadas construções: a integração com o espaço público e a visibilidade de parte de seu interior.

 

É como se o prédio fosse a terra e a água fosse o espaço público. Uma construção permeável é aquela que é irrigada por áreas de livre circulação, onde o fluxo de pessoas é facilitado e estimulado.

Projetos que convidam visitantes

Em um edifício permeável, o prédio se mistura com a rua e a rua se mistura com o prédio. Há uma interação da construção com o seu entorno que não é por acaso, mas sim deliberada. Mesmo que seja um imóvel residencial, que não é aberto à visitação de estranhos, essa harmonia é importante.

 

A residência pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e a experiência cotidiana de quem circula pelo local. O resultado é um local mais movimentado e, consequentemente, mais seguro, o que beneficia a todos, moradores e transeuntes.

 

É importante observar que, assim como o projeto do edifício leva em conta o que está à sua volta, a presença da construção também influenciará o entorno. Por isso, tudo deve ser planejado com muita responsabilidade, respeitando a vida que acontece ali e pensando em estimular mudanças positivas na rua.

 

Um ótimo exemplo de prédio permeável é o Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na Avenida Paulista. Além de ser um dos mais importantes museus do Brasil, está entre os principais exemplares da arquitetura brasileira.

 

O terreno para a construção do Masp, que é uma instituição privada, foi doado pela prefeitura com a condição de que fosse mantida a vista para o centro da cidade, a partir do mirante 9 de julho.

 

A solução encontrada pela arquiteta Lina Bo Bardi foi fazer o prédio suspenso, de modo que o espaço público da calçada da Avenida Paulista e o acesso ao mirante fossem mantidos. A área localizada abaixo do museu ficou conhecida como vão do Masp, um lugar bastante vivo e movimentado.

Masp

Prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp), projetado por Lina Bo Bardi.

O Copan, outra das construções mais famosas do Brasil, é mais um exemplo de permeabilidade urbana. O térreo do icônico prédio projetado no centro de São Paulo por Oscar Niemeyer é uma grande galeria com comércio e serviços, que pode ser atravessada.

 

Combinado com as passagens existentes nos terraços do edifício Itália (segundo mais alto da capital paulista) e edifício Conde Penteado, forma uma quadra permeável, de intenso movimento de pedestres.

Copan

Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer, no centro de São Paulo.

Movimento no comércio e cidadania

Para que o ambiente seja realmente convidativo e acessível, é preciso reduzir os obstáculos físicos. Em Life Between Buildings (A Vida Entre Edifícios), Jan Gehl, arquiteto dinamarquês, escreveu que é importante que seja fácil entrar e sair das habitações. Segundo ele, quando a passagem é difícil – exigindo o uso de escadas ou elevadores, por exemplo – o número de visitas cai.

 

Mesmo parques que não são cercados podem ser mal planejados nesse sentido. Apesar de serem espaços abertos, às vezes possuem muitos canteiros funcionando como barreiras (limitando o número de entradas) em vez de terem a grama se encontrando diretamente com o calçamento do passeio público por toda a extensão do parque.

 

Para o comércio, a motivação para desenvolver projetos permeáveis é muito clara. Como já dissemos, um prédio que está integrado com o espaço público estimula a circulação de pessoas. Portanto, maior será o número de clientes em potencial passando pelo local. Tente lembrar: você nunca deixou de entrar em uma loja porque imaginou que não se sentiria confortável dentro dela?

 

Já nos prédios de instituições públicas, como câmaras legislativas, fóruns e outros tantos, utilizar os princípios da permeabilidade urbana é fomentar o sentimento de cidadania entre a sociedade. Se um órgão é público, ele deve funcionar em prol da comunidade, portanto a população deve ser bem-vinda em seus prédios.

 

Em entrevista à revista aU, o renomado arquiteto Fábio Penteado (falecido em 2011) contou uma experiência que tem muito a ver com isso. Para desenvolver o projeto do Fórum de Araras (cidade do interior paulista), Penteado visitou um já construído, em uma cidade vizinha. A impressão causada foi forte.

 

“Procurei usufruí-lo como um homem comum, um trabalhador que ali chegava por obrigação, para tirar um documento ou registrar um filho, e me senti muito triste. A impressão era que quem entrasse ali já estava ‘condenado’, à mercê da má vontade de um guarda ou do garoto do cartório, que se sente uma autoridade. A minha idéia, então, foi abrir o espaço e dissipar aquela sensação de medo e humilhação.”

Penteado projetou um prédio que, originalmente, não tinha portas nem saguão. Era uma espécie de praça coberta, na qual as pessoas podiam sentar e conversar. Hoje, a construção abriga a Câmara de Vereadores do município.

Projeto do Fórum de Araras

Projeto original do Fórum de Araras, concebido por Fábio Penteado.

Permeabilidade urbana aumenta a segurança

A permeabilidade urbana não é apenas a capacidade de uma construção de ser transposta. Antes disso, ela deve ser vista. Um prédio permeável permite o contato visual dos transeuntes com o seu interior. Em vez de muros, possui por grades, alambrados ou, melhor ainda, jardins. Em vez de vidros refletivos, tem brises e cobogós.

 

Jan Gehl, no mesmo livro citado anteriormente, afirma que o contato entre o que acontece no espaço público e dentro dos edifícios enriquece as possibilidades de experiências em ambas as direções. O resultado é um maior movimento, fator que tem relação direta com a segurança do local.

 

Você já tentou caminhar em uma quadra que possui um muro alto em toda a sua extensão? Muitos condomínios são construídos assim para garantir a segurança de quem está dentro, sem pensar em contribuir para uma rua, quadra, bairro e cidade mais segura.

Muro

Muros altos diminuem a sensação de segurança em uma rua.

“Tu caminhas por dois quilômetros e ninguém te vê, ninguém te cuida. Esse é um problema de planejamento urbano e construção da cidade, pois são as pessoas que tornam a cidade segura”, opina Adalberto da Rocha Heck, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisinos Porto Alegre.

 

Assim, pensar nessa permeabilidade visual é, também, uma maneira de tornar a rua mais movimentada, o que leva a um círculo virtuoso. Segundo Gehl, a própria animação de uma rua atrai mais pessoas. Não são apenas as crianças que se interessam por lugares em que outros pequenos estão brincando – Os adultos também são assim.

 

Concorda com esse ponto de vista e acha que construções mais permeáveis ajudam a construir uma cidade melhor? Então compartilhe o artigo com seus amigos nas redes sociais. Se ainda tem dúvidas sobre a permeabilidade urbana, deixe um comentário abaixo 🙂

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